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Poupanças rendem menos há 14 meses. Juro dos depósitos cai para 1,83%
A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares diminuiu pelo 14.º mês consecutivo, para 1,83% em fevereiro. Portugal é o quinto país da Zona Euro com juros mais baixos.
As poupanças que as famílias têm guardadas em depósitos bancários estão a render cada vez menos. A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares diminuiu pelo 14.º mês consecutivo, passando de 1,98%, em janeiro, para 1,83% em fevereiro, segundo dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.
A tendência tem acompanhado a descida das taxas de juro de referência do Banco Central Europeu (BCE) - ou seja, o custo do dinheiro que é fixado pela autoridade monetária. Ainda assim, os juros dos depósitos do BCE estão fixados em 2,5%, enquanto a média a que os bancos remuneram as poupanças das famílias caiu, em janeiro, abaixo da barreira dos 2%. Isto apesar dos alertas feitos pelo governador do Banco de Portugal.
Ainda em março, Mário Centeno criticou os bancos pelos juros baixos pagos nos depósitos dos clientes: "Não é muito compreensível que haja uma diferença significativa entre a remuneração dos depósitos da banca no banco central e a remuneração dos depósitos que a banca faz aos seus clientes", disse Mário Centeno, que fez a intervenção final do Fórum Banca.
Face a esta evolução dos juros, o montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares diminuiu em 1.408 milhões de euros, totalizando 11.679 milhões de euros.
Considerando apenas os novos depósitos com prazo até um ano - a classe de prazo com a remuneração média mais elevada e que representou 97% dos novos depósitos em fevereiro -, a taxa de juro média diminuiu 0,15 pontos percentuais, para 1,84%. As remunerações médias dos novos depósitos de um a dois anos e a mais de dois anos apresentaram quedas de 0,05 pontos percentuais e 0,27 pontos percentuais, fixando-se em 1,58% e 1,19%, respetivamente.
A taxa de juro média dos novos depósitos do conjunto dos países da Zona Euro reduziu-se 0,13 pontos percentuais em fevereiro, para 2,21%. Portugal manteve o seu lugar, sendo o país com a quinta taxa mais baixa, apenas atrás da Croácia, Eslovénia, Grécia e Chipre. Do outro lado da tabela estão Itália, Estónia e Eslováquia.
(Notícia atualizada às 11:20)