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Malparado das famílias continua nos níveis mais elevados de sempre

As famílias continuam a ter dificuldades em cumprir com as responsabilidades contraídas junto das instituições financeiras. Em Novembro, a percentagem de crédito dada como malparado voltou a aumentar, excepto no segmento do consumo.

Bruno Simão/Negócios
13 de Janeiro de 2015 às 12:20
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Os dados do Banco de Portugal, publicados esta terça-feira, revelaram que 4,34% do crédito concedido a particulares era de cobrança duvidosa. Esta é a percentagem mais elevada desde que o supervisor divulga estes dados e representa um aumento face aos 4,31% fixados no mês anterior. Este foi o quinto mês consecutivo de aumento.

 

Também no caso do empréstimo para a compra de casa foi fixado um novo máximo histórico: 2,54%. Desde Setembro de 2012 que o malparado na habitação se situa acima dos 2%. No crédito para outros fins (educação, energia e empresários por conta própria), o crescimento foi mais acentuado. O crédito de cobrança duvidosa representava, em Novembro, 15,24% do total de financiamento concedido. Esta percentagem é também um máximo histórico e supera os 14,90% atingidos em Outubro.

 

A tendência de crescimento verificou-se na generalidade dos segmentos de crédito. A excepção foram os empréstimos ao consumo. Do total de financiamento concedido, 10,72% era de difícil recuperação, menos do que os 10,82% atingidos em Outubro. No crédito ao consumo, o valor de malparado mais elevado de sempre foi atingido em Julho do ano passado nos 12,18%.

 

No Verão de 2008, antes do início da crise financeira, o crédito de cobrança duvidosa nas famílias era inferior a 2%. Nos últimos anos, o aumento do desemprego e as medidas de austeridade têm comprometido a capacidade das famílias em cumprirem com as suas responsabilidades para com a banca.

 

Esta conjuntura tem, assim, explicado o aumento do malparado nos particulares. Contudo, também as empresas têm sido afectadas por estes problemas.

 

Os dados do Banco de Portugal revelam ainda que, em Novembro, por cada cem euros concedidos às empresas, 14,33 euros são de cobrança duvidosa. O malparado das instituições não-financeiras superou os 14% pela primeira vez em Outubro e voltou a aumentar no mês seguinte. Cresceu face aos 14,11% atingidos em Outubro.

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