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Juros da dívida portuguesa afundam em todos os prazos e a dez anos caem abaixo de 6,8%

As rendibilidades pedidas pelos investidores para negociar títulos de dívida nacional estão em queda no mercado secundário, contrariando o movimento de subida das dívidas italiana e espanhola. A “yield” a dez anos já se encontra abaixo de 6,8%.

27 de Setembro de 2013 às 12:18
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As taxas de juro associadas aos títulos de dívida portuguesa estão a resvalar em todos os prazos, o que indica que o preço desses títulos está a subir.

 

A rendibilidade exigida pelos investidores para transaccionar obrigações a dez anos está nos 6,8% no mercado secundário, o que reflecte uma descida de 20,6 pontos base face ao fecho de ontem. De acordo com as taxas genéricas da Bloomberg, esta “yield” só baixou a fasquia dos 7% na sessão de ontem depois de a ter superado no início de Setembro.

 

Há, aqui, um recuo das rendibilidades depois da subida das semanas anteriores, já que a taxa chegou a estar nos 7,4%, o que colocou em cima da mesa a possibilidade de Portugal ter de recorrer a segundo resgate e não à falada linha de crédito cautelar. As incertezas quanto ao défice orçamental para 2014 (se os 4% do PIB defendidos pela troika, se os 4,5% pretendidos pelo Governo na sétima avaliação) trouxeram dúvidas aos investidores. O mercado secundário, onde os investidores trocam dívida entre si, serve de termómetro para quais os juros que poderão vir a ser pedidos pelos investidores quando comprarem títulos de dívida directamente ao Estado - e Portugal precisa de garantir que consegue ir ao mercado primário vender dívida a taxas sustentáveis, de modo a não precisar de um segundo resgate.


Apesar dessas dúvidas, nesta sexta-feira, todos os prazos da dívida nacional estão a verificar uma descida das “yields”, sendo que a taxa de juro implícita à dívida a dois anos cai 18,1 pontos base para 5,3%. A cinco anos, a rendibilidade é de 6,1%, negociando com uma quebra de 27,9 pontos base em relação ao fecho de ontem.

 

O Commerzbank emitiu uma nota em que recomenda aos seus clientes aproveitarem a recente descida dos juros, ou seja, a valorização do preço dos títulos.

 

O movimento que se regista no mercado português contraria a subida das taxas associadas à dívida de Espanha e de Itália. No último caso, os investidores estão atentos à situação política, em que a coligação do governo liderado por Enrico Letta está em risco de cair, devido à ameaça de Berlusconi e os seus aliados abandonarem o Senado. Os investidores reagem normalmente mal a situações de incerteza política - como aconteceu com Portugal com a crise política desencadeada no início de Julho, com o pedido de demissão, não concretizado, de Paulo Portas, líder do segundo partido da coligação governamental.

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