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Greenspan: subida da inflação vai levar juros a 10 anos dos EUA para os 5%

O antigo presidente da Fed acredita que a actual tendência de subida da taxa de inflação nos Estados Unidos vai contribuir para que a taxa de juro paga pelo país para emitir dívida pública a 10 anos suba para próximo dos 5%.

Bloomberg
07 de Novembro de 2016 às 17:36
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Alan Greenspan considera que as "extraordinariamente baixas taxas de juro" pagas pelos Estados Unidos para emitir dívida pública a 10 anos não vão continuar durante muito tempo, culpa da tendência de aumento da taxa de inflação norte-americana.

 

Em entrevista concedida esta segunda-feira, 7 de Novembro, o antigo presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos acredita que a normalização da taxa de juro em torno da meta de 2% definida pela Fed vai determinar que as taxas de juro pagas pelos Estados Unidos para colocar dívida nos mercados secundários irão sofrer "enorme mudança".

 

Greenspan estima que "yield" associada às obrigações norte-americanas com maturidade a 10 anos suba para "3%, 4% ou 5%, eventualmente. É aí que historicamente tem estado". De acordo com os dados divulgados no mês passado pelo Governo norte-americano a taxa de inflação nos 12 meses findos em Setembro último fixou-se em 1,5%, um valor muito próximo do objectivo definido pela instituição liderada por Janet Yellen.

 

A taxa de juro da dívida dos Estados Unidos a 10 anos, no mercado secundário (onde os investidores trocam títulos entre si), continua abaixo da barreira dos 2%, estando nesta altura a subir 5,3 pontos base para 1,83%, um valor muito próximo de máximos de cinco meses. Em Julho as obrigações norte-americanas a 10 anos tocaram no mínimo histórico de 1,32%, nota a agência Bloomberg.

 

Aguarda-se também por uma potencial subida da taxa de juro directora. Isto num momento em que ganha força a especulação em torno da possibilidade de a Fed decretar, já em Dezembro, a segunda subida do custo do dinheiro no espaço de um ano.

 

Depois do encontro de dois dias realizado na semana passada, a Reserva Federal, apesar de ter mantido inalterados os juros no intervalo entre 0,25% e 0,5%, uma decisão expectável até pela proximidade das eleições norte-americanas, salientava a melhoria dos indicadores económicos, o que reforça o cenário de uma nova subida dos juros já em Dezembro.

 

"O Comité [de política monetária] considera que o caso para um aumento da taxa de juro continuou a reforçar-se mas decidiu, por agora, aguardar por sinais adicionais" relativos à recuperação da maior economia mundial, podia ler-se no comunicado divulgado depois do encontro.

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