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Fitch: BCE só deverá subir juros em 2024

A agência de notação financeira adianta que a autoridade monetária europeia não deverá seguir a subida de juros da Fed nos próximos dois anos.

Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu, frisou que estará atenta aos dados e que as decisões mantêm flexibilidade na política.
Ronald Wittek/Pool via EPA
21 de Janeiro de 2022 às 08:25
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A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, adiantou esta quinta-feira que a autoridade monetária não tem razões para seguir a Reserva Federal e agir mais rápido para conter a inflação. Para a Fitch, o BCE não deverá seguir o banco central norte-americano nem este ano, nem no próximo. A primeira subida de juros deverá ocorrer apenas em 2024.

 

"O BCE não deverá seguir a Fed à medida que esta sobe juros nos Estados Unidos nos próximos dois anos", aponta a Fitch num relatório, onde acrescente que não espera "nenhuma subida de juros na Zona Euro nem em 2022, nem em 2023".

 

A agência de notação financeira realça que "o BCE iria subir taxas se a inflação alcançar 2% ‘bem antes do final do seu horizonte de projeção’ – que é atualmente 2024 - desde que o faça "de uma forma duradoura". Segundo a Fitch, com as suas previsões a apontarem para uma inflação de 1,8% em 2023 e 2024, as condições para uma subida de juros ainda não estão reunidas, argumenta.

 

A Fitch considera mesmo que as previsões de inflação do BCE para os próximos dois anos são demasiado otimistas e com base no seu modelo de estimativas, a. inflação core no euro deverá situar-se em torno de 1,5% em 2023 e 2024.

 

"A inflação está atualmente acima da meta devido a uma série de fatores temporários, incluindo restrições globais da cadeia de fornecimentos, elevados preços de energia e efeitos de base, mas as pressões sobre os preços dos principais bens são muito mais baixas do que nos EUA e as condições inflacionárias subjacentes parecem improváveis ??de se manterem o suficiente a médio prazo para justificar uma subida da taxa segundo os critérios do BCE", justifica a agência.

 

A expectativa da Fitch vai, assim, de encontro à do banco central, adiantando que espera que os fatores que estão a puxar pelos preços vão atenuando ao longo do ano, permitindo um alívio da taxa de inflação.

 

Segundo a agência de notação financeira, a pressão nos salários deverá manter-se em resposta às dificuldades para encontrar mão-de-obra, mas a Fitch afasta uma situação em que estes aumentos resultem em pressão futura nos serviços.

 

A agência de "rating" reconhece "o risco de a inflação permanecer elevada por tempo suficiente para influenciar as negociações salariais, principalmente se a escassez global de bens se deteriorar novamente em 2022", uma situação que poderia antecipar a subida de juros para antes de 2024. Mas não é este o cenário assumido pela Fitch.

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