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Famílias tiram 200 milhões dos certificados em outubro. É a segunda queda consecutiva
Os certificados de aforro continuam a captar poupanças, mas a um ritmo cada vez mais lento. No mês passado, a entrada de capital nestes produtos voltou a não compensar as saídas dos certificados do Tesouro.
O apetite por produtos de poupança do Estado voltou a cair em outubro, tendo voltado o "stock" total destes instrumentos a registar uma queda face ao mês anterior, depois de ter contabilizado o primeiro tombo mensal em setembro, como não era visto desde março do ano passado.
Os números são avançados pelo relatório mensal da Agência de Gestão da Tesouraria e Dívida Pública e dão conta que o "stock" de certificados de aforro chegou aos 34.072 milhões de euros em outubro, o que significa que representa um aumento de apenas 39 milhões face ao mês anterior.
Este aumento deixou assim de compensar a queda registada nos certificados do Tesouro, que decorre há 23 meses seguidos. Em outubro, os certificados do Tesouro voltaram a ter uma evolução negativa, tendo o "stock" caído 245 milhões de euros para 11.448 milhões de euros.
No total, o conjunto dos certificados de aforro e Tesouro fixou-se, em outubro, nos 45.520 milhões de euros, o que significa uma queda mensal de 205 milhões de euros, face aos 45.725 milhões contabilizados em setembro.
Esta evolução marca um ponto de viragem após a procura recorde por certificados de aforro (impulsionada pela remuneração indexada à Euribor). A corrida foi tal que o Governo suspendeu a subscrição da série E em junho, substituindo-a pela série F, com um juro máximo mais baixo do que o anterior, de 2,5%, mas com uma maturidade mais longa, de 15 anos.
Para o próximo ano, o Governo espera que os produtos de poupança do Estado tenham um contributo nulo para o financiamento da República em 2024. Segundo a proposta de Orçamento do Estado para 2024 (OE 2024), o Executivo estima que as subscrições de certificados de aforro anulem a saída de dinheiro dos certificados do Tesouro.
Devido à demissão do primeiro-ministro António Costa, e consequente convocação de eleições antecipadas pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, estes números podem mudar, caso haja um orçamento rectificativo.
(Notícia atualizada às 15:45 horas).