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Apostas em cortes de juros levam a "rally" da dívida. "Yield" portuguesa em mínimos de um ano

Os juros aliviam mais de 10 pontos base na Zona Euro e Reino Unido, numa altura em que o mercado aguarda as conculsões das reuniões dos bancos centrais marcadas para esta quinta-feira e depois do encontro da Fed de quarta-feira. Os investidores colocam todas as fichas nas apostas de cortes de taxas de juro no próximo ano.

14 de Dezembro de 2023 às 10:23
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Os juros aliviam de forma expressiva na Zona Euro, nos EUA e no Reino Unido, numa altura em que as apostas sobre cortes de juros diretores são reforçadas pelas mais recentes palavras da Reserva Federal (Fed) norte-americana.

A "yield" das Bunds alemãs a 10 anos – "benchmark" para o mercado europeu – recua 13,9 pontos base para 2,030%, renovando mínimos de meados de dezembro do ano passado.

Os juros da dívida portuguesa – que vence em 2033-  subtraem 15,9 pontos base para 2,651%, o que não acontecia desde 7 de dezembro do ano passado.

A taxa de rendibilidade dos títulos espanhóis com a mesma maturidade alivia 15,9 pontos base para 3,009%. Já a "yield" da dívida italiana a 10 anos recua 17,8 pontos base para 3,743%.

"A Fed entregou um presente de Natal antecipado aos mercados. O próximo passo são os cortes [nos juros] e o mercado antecipa um ciclo de flexibilização mais rápido e acentuado", defende Kellie Wood, número dois do departamento de "fixed income" da Schroders em Sidney. 

Ainda que, esta quinta-feira o presidente da Fed, Jerome Powell, tenha declarado que a possibilidade de uma nova subida de juros não está, por isso, "fora da mesa", o mercado focou-se na revelação de que os membros do Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) discutiram o cortes de juros e do "dot plot", que aponta para cortes de 75 pontos base na taxa dos fundos federais no próximo ano, uma esperança já espelhada no mercado de derivados.

Após o fim da reunião de dois dias da Fed, os juros da dívida norte-americana a 10 anos cairam, pela primeira desde agosto, abaixo da fasquia dos 4%, estando na fasquia dos 3,930%.

Ainda que o ditado ensine que "não se deve lutar contra a Fed" ("Don't Fight the Fed", em inglês) após o "dot plot" do banco central, os "traders" duplicaram as apostas e apontam agora para um corte de 150 pontos base da taxa dos fundos federais no próximo ano.

Na Zona Euro, onde os investidores esperam que o BCE continue a manter as taxas de juro diretoras inalteradas depois da reunião desta quinta-feira, a especulação é também de que haja uma redução da mesma ordem nas taxas de juro diretoras (150 pontos base).

Fora da Zona Euro, no Reino Unido, os investidores são mais contidos e veem cortes a chegar aos 120 pontos base. O Banco de Inglaterra está reunido esta quinta-feira e dentro de pouco tempo dará conta da sua decisão sobre o futuro dos juros diretores. A "yield" das "gilts" a 10 anos alivia 15,7 pontos base para 3,668%.

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