A troca de dívida sénior do Novo Banco por novos títulos perpétuos levou a Moody's a cortar os ratings da dívida do Novo Banco.

A expectativa da Moody’s é que essa operação provoque perdas para os detentores desses títulos, motivo que a levou a reduzir  o "rating" da dívida sénior de longo prazo do banco em um nível para Caa2, que fica sob avaliação com tendência de mais descidas. Também a notação que mede a solidez intrínseca do Novo Banco baixou, mas em dois níveis, passando de "caa2" para "ca". Já o "rating" de depósito foi, para já, mantido em Caa1, mas também fica em vigilância negativa.

"A acção de "rating" segue-se ao anúncio feito pelo Banco de Portugal a 31 de Março de 2017 de que, como parte do processo de venda do Novo Banco, será feito um exercício de gestão dos passivos junto dos obrigacionista seniores com o objectivo de recapitalizar o banco em pelo menos 500 milhões de euros", refere a agência num comunicado divulgado esta quarta-feira, 5 de Abril.

A Moody’s considera que esta operação terá perdas para os investidores. As descidas e o processo de vigilância negativa reflectem "a expectativa da Moody’s de que as perdas dos obrigacionistas seniores do Novo Banco são prováveis como parte" dessa troca de dívida.

Neste período de avaliação ao banco liderado por António Ramalho, a Moody’s vai analisar na sua apreciação "os termos e as condições" da operação de troca e a abrangência e funcionamento do mecanismo de capital contingente que será disponibilizado pelo Fundo de Resolução para recapitalizar o banco sob certas circunstâncias. Também as contas auditadas de final de 2016 e os detalhes da estratégia de médio prazo e do plano de reestruturação que a Lone Star apresentará para o Novo Banco serão factores essenciais para os "ratings".

A operação de troca de dívida faz parte do processo de venda do Novo Banco à Lone Star. O "private equity" americano comprou 75% do banco em troca de uma injecção de capital de mil milhões de euros na entidade financeira.