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Tesouro troca dívida para "empurrar" reembolso por, pelo menos, uma década

A agência que gere a dívida pública vai levar a cabo esta quarta-feira um leilão de troca de obrigações, no qual pretende ir buscar ao mercado títulos que venciam em 2026 e 2027 e oferece, em troca, outros com prazo entre 2038 e 2052.

Miguel Baltazar
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O Tesouro vai ao mercado esta quarta-feira para trocar dívida pública por títulos que vencem pelo menos uma década depois. Vai ser a primeira vez este ano que é realizada uma operação deste género, que tem como objetivo alisar os reembolsos futuros e diminuir os custos do "stock".

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP anunciou esta terça-feira que "vai realizar no próximo dia 25 de setembro de 2024 pelas 10:00 horas uma oferta de troca". Por um lado, pretende comprar obrigações do Tesouro que vencem em 2026 e que foram emitidas com um cupão de 2,875%, bem como títulos de uma outra linha que atinge o prazo em 2027 e tem um juro de 4,125%.

Por outro, o Tesouro oferece em troca três linhas de obrigações, sendo que a mais curta tem prazo em 2038 e um cupão de 3,5%. Já as restantes têm um cupão associado mais baixo: em torno de 1%. A linha que vence em 2042 de 1,15% e a que atinge o prazo em 2052 de 1%.

Esta é a primeira operação de troca de dívida a realizar em 2024, depois de, no ano passado, a enchente de dinheiro que entrou nos cofres do Estado por via dos certificados ter levado o IGCP a recorrer mais vezes ao mercado para trocas e recompras de dívida do que para emitir novos títulos.

Em maio, junho e outubro de 2023 realizou operações de troca, que resultaram no adiamento do reembolso de 2,4 mil milhões de euros. Além disso, recomprou aos investidores, em quatro ocasiões diferentes, títulos que estavam vivos, incluindo 51 milhões de dólares que tinham sido emitidos com um cupão de 5,125% e que expiravam a 15 de outubro de 2024. Este montante fazia parte de uma emissão de 4,5 mil milhões de dólares, naquela que foi então a primeira transação em dólares desde 2010, e já depois de completado o plano da troika.

A par deste montante, foram retirados do mercados mais 2,6 mil milhões de euros. O presidente do IGCP, Miguel Martín, disse no início do mês no Parlamento esperar que este ano seja de regresso à normalidade com o alívio da procura por certificados.

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