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SAD do Benfica coloca 50 milhões de euros a três anos junto de 3.524 investidores

A procura superou 1,35 vezes a oferta, abaixo das 2,42 vezes da última operação. O prémio de risco, incorporado na taxa de juro bruta anual de 5,1% foi o mais baixo de sempre, de acordo com o administrador Luís Mendes.

A oferta de nova dívida do Benfica decorre até 19 de abril. O valor esperado é de 35 milhões de euros.
Vitor Chi
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A sociedade anónima desportiva (SAD) do Benfica colocou 50 milhões de euros em obrigações a três anos, junto de mais de três mil investidores de retalho. A procura manteve-se elevada - o que levou as águias a rever o montante a arrecadar já durante a operação -, mas ficou abaixo da última operação.

Deduzidos os custos operacionais e com juros corridos, o encaixe líquido é de 48.382.770 euros. A operação foi composta por duas ofertas, tal como já tinha sucedido o ano passado, com uma componente de oferta de subscrição e outra de oferta de troca para as obrigações cuja maturidade terminava em julho deste ano.

Dos 50 milhões de euros colocados, cerca de 32,7 milhões de euros foram alocados através da oferta de subscrição e 17,28 milhões através da oferta de troca. A contrapartida financeira correspondente a juros corridos, relativamente à oferta de troca, foi de cerca de 165 mil euros.

Ao todo, a procura total (tanto na oferta de troca como de subscrição) cifrou-se nos 67.575.285 euros, tendo a procura superado em 1,35 vezes a oferta. Esta elevada procura levou as "águias" a aplicar um fator de rateio de 0,915504675333 euros, que abrangeu 5.881.240 euros.

O Benfica atingiu logo no segundo dia da operação, a 9 de abril, a meta inicial de 35 milhões de euros, pelo que a SAD liderada por Rui Costa elevou o montante total a arrecadar com as ofertas de subscrição e dívida para 50 milhões de euros.

Durante a apresentação dos resultados, o administrador da SAD do Benfica explicou que os encarnados decidiram não ir além dos 50 milhões de euros "por uma questão de fé", em concreto, pela expectativa de que os juros diretores vão descer, à medida que o BCE comece um caminho de redução das taxas de referência, pelo que "não valeria a pena um financiamento a taxas mais altas, se se podia fazer a taxas mais baixas".


Na última emissão de dívida a três anos, lançada em abril do ano passado, o rácio "bid to cover" foi de 2,42 vezes numa colocação de também 50 milhões de euros.

Ao todo, acorreram à operação 3.524 investidores, ainda assim quase metade dos 6.048 investidores que responderam ao apelo da SAD no último empréstimo obrigacionista feito no ano passado.

O montante mínimo de subscrição foi de 2.500 euros, que foi aplicado por apenas 172 investidores. A maioria (1.525) comprou entre 2.505 euros e 5.000 euros em nova dívida.

Já na oferta de troca, a maioria dos investidores optou por trocar entre 2.505 e 50 mil euros euros em títulos de dívida que venciam este ano, por outros que vencem em 2027.

As  obrigações Benfica 2024-2027 pagam um juro anual bruto de 5,1%. Luís Mendes afirmou que esta taxa de juro bruta incorporou o prémio de risco mais baixo de sempre. Asssim, para o administrador esta taxa "expressa o risco Benfica e está de acordo com os interesses da SAD". "Estamos muito felizes com o risco do Benfica", acrescentou.


Os investidores que acorreram à oferta de troca acabaram por entregar ao emitente "encarnado" uma linha de dívida com uma rendibilidade anual bruta de 4%, que foi colocada no mercado em 2021.

A  liquidação e a admissão à negociação das novas obrigações da SAD do Benfica estão agendadas para esta quarta-feira.

(Notícia atualizada às 17 horas).

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