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Portugal obtém taxa negativa na dívida a três meses

IGCP obteve 1.400 milhões de euros no leilão duplo de títulos de curto prazo. As taxas caíram em ambos os prazos, sendo que na dívida com prazo a três meses conseguiu um juro negativo. Em ambas as maturidades, foram mínimos históricos.

Miguel Baltazar/Negócios
21 de Outubro de 2015 às 10:37
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Portugal regressou aos mercados com uma emissão dupla de títulos de curto prazo em que conseguiu financiar-se num montante superior ao pretendido, com custos inferiores. Foram colocados 1.400 milhões de euros em bilhetes do Tesouro, sendo que no prazo mais curto, a três meses, o IGCP beneficiou de uma taxa média ponderada negativa: -0,021%.

A emissão previa um financiamento de 1.250 milhões de euros, mas o IGCP acabou por colocar mais: 1.400 milhões de euros. Obteve 300 milhões nos títulos a três meses, sendo que a maior "fatia" foi obtida na dívida com maturidade de 11 meses, que vence em Setembro de 2016. Foram colocados 1.100 milhões de euros neste prazo.


Os custos baixaram em ambas as maturidades. No caso dos bilhetes a três meses, a taxa foi ainda mais negativa do que a obtida na anterior emissão, realizada a 19 de Agosto. À data, a taxa média tinha sido de -0,013%, sendo que nesta operação ficou-se pelos -0,021%. A procura nesta linha superou em 3,37 vezes a oferta.


No caso da emissão a 11 meses, a taxa foi positiva, mas ficou substancialmente abaixo da anterior emissão, também realizada em Agosto. Segundo o IGCP, a taxa média nestes títulos foi de 0,006%, o que compara positivamente com mos 0,021% na última operação em que tinha obtido apenas 750 milhões de euros. De realçar que, em ambas as maturidades, as taxas de juro registados são as mais baixas de sempre.

Operação oportuna e com bons resultados
"Os resultados extremamente positivos revelam que os investidores mantêm a confiança nos factores fundamentais da economia portuguesa", atira Steven Santos. O gestor do BiG nota ainda que "o ‘timing’ da operação foi oportuno, na medida em que só a Alemanha emitiu obrigações a dois anos (Schatz) no mercado primário".

Já Filipe Silva afirma que, "nas emissões desta manhã, repetiu-se a história: Portugal consegue endividar-se, no curto prazo, com taxas muito próximas de zero, e mesmo negativas na dívida que vence daqui a 3 meses". Para o director de gestão de activos do Banco Carregosa, "numa leitura mais analítica, diria que o impasse na formação do governo, que pode estar a ter impacto nas acções, não tem efeitos no mercado de dívida pública".

"Os números agora apresentados evidenciam a confiança no cumprimento das obrigações da República Portuguesa para o curto-prazo", defende também Pedro Ricardo Santos. Mas o gestor da XTB aponta que "a procura para estes prazos baixou mais de 8%". 


(Notícia actualizada às 10:41 com mais informação sobre o leilão de dívida de curto prazo)

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