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Portugal paga menos para emitir dívida de longo prazo

No duplo leilão realizado esta quarta-feira os juros exigidos pelos investidores desceram de forma substancial face às emissões comparáveis realizadas em Fevereiro e Março.

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12 de Abril de 2017 às 10:46
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A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) realizou esta manhã uma dupla emissão de dívida de longo prazo, cujos títulos têm maturidades em Outubro de 2022 e Outubro de 2025, que fica marcada por uma redução substancial nas taxas de juro.

 

O IGCP colocou 625 milhões de euros em títulos com maturidade em 2022, com uma "yield" média de 2,174%. Na emissão a oito anos, onde também foram colocados 625 milhões de euros, a taxa foi de 3,303%.

 

Numa emissão realizada em Fevereiro, Portugal pagou um juro de 2,753% nos títulos a 5 anos. Na emissão de títulos a 9 anos, realizada em Março, o juro tinha ficado muito próximo de 4% (3,95%).

As emissões realizadas esta quarta-feira não são directamente comparáveis com as realizadas em cima, já que os prazos são diferentes. Na emissão realizada em Março os títulos tinham maturidade em Junho de 2026 (mais de 9 anos), enquanto na de hoje é inferior a 9 anos. Em Agosto de 2016 o instituto liderado por Cristina Casalinho tinha colocado títulos na mesma linha, com maturidade em Julho de 2026, suportando na altura um juro de 3,02% (inferior ao de hoje para um prazo mais curto). Em Junho do ano passado o IGCP tinha colocado títulos na mesma linha hoje reaberta (maturidade em Outubro de 2025), tendo conseguido um juro abaixo de 3%, ou seja, inferior ao actual apesar da maturidade ser maior.  

Nos títulos a cinco anos, apesar de comparar de forma favorável com a emissão de Fevereiro, a "yield" suportada é superior à registada nos leilões de 2016, quando a taxa ficou abaixo de 2%.
 
No que diz respeito à procura, o duplo leilão realizado esta quarta-feria também compara de forma favorável com os anteriores equiparáveis. Na emissão de dívida a cinco anos a procura superou a oferta em 1,7 vezes (1,5 vezes em Fevereiro) e nos títulos a oito anos a procura foi 1,83 vezes superior à oferta (1,79 vezes em Março). 

"Em ambas as maturidades, as yields exigidas foram inferiores às anteriormente pagas e a procura considerada robusta e superior às últimas emissões em Março e Fevereiro deste ano", assinala Marisa Cabrita, gestora de activos da Orey iTrade, acrescentando que "Portugal acaba assim por beneficiar da correcção observada nas yields nas últimas semanas na generalidade dos países europeus bem como os progressos em termos orçamentais reportados em 2016".

No mercado secundário os juros dos títulos a 10 anos tocaram na últimas sessões em mínimos de Janeiro. No prazo a cinco anos negoceiam nos 2,21% e a oito anos nos 3,35%, em linha com as taxas suportadas pelo IGCP no mercado primário.

  

(notícia actualizada às 11:10 com mais informação)

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