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Portugal lidera subida dos juros na Europa

Os juros da dívida portuguesa estão a subir mais de 10 pontos base para se fixarem acima dos 3,7%, a poucos dias do referendo em Itália. A tendência de agravamento estende-se à generalidade dos países da periferia do euro.

Negócios 30 de Novembro de 2016 às 13:50
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Os juros da dívida portuguesa estão a disparar em todas as maturidades, liderando as subidas que se estendem à generalidade dos países do euro.

A ‘yield’ associada às obrigações a dez anos avança 10,3 pontos base para 3,719%, estando a subir pela terceira sessão consecutiva. No passado dia 21 de Novembro, os juros superaram os 3,9%, o nível mais elevado desde Fevereiro.

Em Espanha, os juros a dez anos escalam 4 pontos base para 1,550%, enquanto em Itália a subida é de 3,7 pontos para 1,981%. Na Alemanha, pelo contrário, a ‘yield’ das bunds desce 0,2 pontos para 0,220%.

Com a descida dos juros alemães, e subida dos portugueses, também o risco de Portugal – medido pelo diferencial face à dívida germânica - está mais alto esta quarta-feira. O spread avança 9,6 pontos para 345,8 pontos.

Esta evolução acontece a quatro dias do referendo em Itália, onde os eleitores serão chamados a aprovar ou rejeitar a reforma constitucional apresentada pelo Governo de Matteo Renzi.

A incerteza em torno do resultado da consulta popular e das suas consequências para Itália - uma economia com elevado endividamento e que já está a braços com uma crise bancária – e para a Zona Euro tem colocado pressão sobre os países mais vulneráveis da periferia, incluindo Portugal.

"As obrigações portuguesas estão em risco se houver uma venda em massa de obrigações italianas", considera Ciaran O’Hagan. O estratego do Société Générale explica que ambas as obrigações "partilham parte dos mesmos riscos, nomeadamente na perspectiva orçamental e do sector bancário". E avisa que nem as obrigações portuguesas, nem as italianas incorporam totalmente no preço o cenário " de um voto no ‘não’ se tornar numa situação complicada, isto é, em que a actual coligação [italiana] deixe de controlar o calendário eleitoral". 

Ainda esta manhã foi confirmado pelo INE que a economia portuguesa cresceu 1,6% no terceiro trimestre, e vários organismos têm revisto em alta as estimativas de crescimento para Portugal. No entanto, deixam avisos sobre as reformas necessárias e os riscos que o país ainda enfrenta.  

"A não ser que o ritmo de reformas acelere novamente, o crescimento potencial deve permanecer limitado a um nível baixo e a economia vulnerável a choques", alertou o Morgan Stanley esta semana, num relatório sobre a Zona Euro.

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