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Portugal financia-se em 1.250 milhões. Paga mais de 1% para emitir dívida a 9 anos
O Tesouro português realizou esta manhã um duplo leilão de obrigações com maturidade em outubro de 2031 e outubro de 2028, levantando o máximo pretendido para esta operação.
Portugal regressou esta quarta-feira ao mercado, com um duplo leilão de obrigações a 6 e 9 anos, que permitiu ao Tesouro português financiar-se em 1.250 milhões de euros. Apesar do sucesso da operação, os juros mais elevados já se fizeram sentir nos custos, com o país a pagar mais de 1% para colocar dívida na maturidade mais longa.
O IGCP emitiu 706 milhões de euros em títulos com maturidade em outubro de 2031, com uma taxa de 1,008%. Na anterior operação comparável, em julho do ano passado, Portugal tinha pago 0,127% para emitir 622 milhões de euros. A procura também ficou significativamente abaixo da operação realizada em julho, ao situar-se em 1,27 vezes.
Já na linha com prazo em outubro de 2028, o Tesouro colocou 544 milhões de euros, tendo pago um juro de 0,603%, com a procura a superar a oferta em 2,06 vezes. No total, Portugal conseguiu levantar 1.250 milhões de euros, o montante máximo pretendido.
Este aumento de juros já era expectável, face ao agravamento dos juros nos mercados secundários. No final da última sessão, a taxa de referência a 10 anos encerrou a negociar em 1,054%, um valor que não visitava desde abril de 2020. Já as taxas a seis e nove anos, as maturidades que foram alvo da colocação, estavam em 0,538% e 0,901%, respetivamente.
"A subida que estamos a assistir no prémio de risco de Portugal, é um reflexo do movimento que temos tido em todas as dívidas soberanas e que acabam por refletir as novas posições que os Bancos Centrais têm vindo a adotar", explica Filipe Silva, num comentário aos custos do leilão.
Para o diretor de investimentos do Banco Carregosa, "na Europa, o Banco Central Europeu, adotou uma posição mais hawkish, face a uma inflação que tem sido mais persistente, o que poderá implicar que os programas de compras de ativos acabem já este ano e posteriormente poderemos assistir a uma subida das taxas, que a acontecerem deverá ser no final de 2022 ou início de 2023".
Os juros das obrigações soberanas têm vindo a agravar-se nas últimas semanas, com os investidores a incorporarem a expectativa de uma normalização da política monetária no euro mais rápida do que era anteriormente esperado.
Este é o primeiro leilão de dívida de longo prazo, depois da emissão sindicada realizada em janeiro. O Tesouro português vendeu três mil milhões de euros em dívida a 20 anos, com uma taxa de 1,2%.
Notícia atualizada
O IGCP emitiu 706 milhões de euros em títulos com maturidade em outubro de 2031, com uma taxa de 1,008%. Na anterior operação comparável, em julho do ano passado, Portugal tinha pago 0,127% para emitir 622 milhões de euros. A procura também ficou significativamente abaixo da operação realizada em julho, ao situar-se em 1,27 vezes.
Este aumento de juros já era expectável, face ao agravamento dos juros nos mercados secundários. No final da última sessão, a taxa de referência a 10 anos encerrou a negociar em 1,054%, um valor que não visitava desde abril de 2020. Já as taxas a seis e nove anos, as maturidades que foram alvo da colocação, estavam em 0,538% e 0,901%, respetivamente.
"A subida que estamos a assistir no prémio de risco de Portugal, é um reflexo do movimento que temos tido em todas as dívidas soberanas e que acabam por refletir as novas posições que os Bancos Centrais têm vindo a adotar", explica Filipe Silva, num comentário aos custos do leilão.
Para o diretor de investimentos do Banco Carregosa, "na Europa, o Banco Central Europeu, adotou uma posição mais hawkish, face a uma inflação que tem sido mais persistente, o que poderá implicar que os programas de compras de ativos acabem já este ano e posteriormente poderemos assistir a uma subida das taxas, que a acontecerem deverá ser no final de 2022 ou início de 2023".
Os juros das obrigações soberanas têm vindo a agravar-se nas últimas semanas, com os investidores a incorporarem a expectativa de uma normalização da política monetária no euro mais rápida do que era anteriormente esperado.
Na última reunião, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, já não fechou a porta a uma subida de juros este ano, com vários bancos de investimento a reverem as suas previsões para a subida de juros na região. Os especialistas antecipam agora o fim dos juros negativos na região no final deste ano, na sequência de dois aumentos na taxa dos depósitos até dezembro.
Este é o primeiro leilão de dívida de longo prazo, depois da emissão sindicada realizada em janeiro. O Tesouro português vendeu três mil milhões de euros em dívida a 20 anos, com uma taxa de 1,2%.
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