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Portugal emite 723 milhões em bilhetes do Tesouro e paga juro perto dos 3%

A República Portuguesa arrecadou 723 milhões de euros esta quarta-feira num leilão de bilhetes do Tesouro de 2023, com maturidades a 6 e 12 meses. Os juros ascenderam a 2,893% e 2,975%, respetivamente.

Miguel Martín é o responsável pela gestão da dívida pública, tendo substituído em setembro Cristina Casalinho na presidência do IGCP.
D.R.
15 de Março de 2023 às 10:43
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A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) angariou esta quarta-feira 723 milhões de euros no seu segundo leilão do ano de bilhetes do Tesouro (BT) em duas linhas, a 6 e 12 meses, com as taxas de juro perto de tocarem a fasquia dos 3%.

No anúncio desta operação, no final da semana passada o IGCP apontou para um montante indicativo a ser angariado entre os 500 milhões de euros e os 750 milhões de euros.

A agência da dívida portuguesa emitiu 300 milhões de euros a 12 meses (com maturidade até março de 2024). Neste caso, a "yield" aumentou para 2,975%. No último leilão comparável, realizado em janeiro deste ano, o juro pedido pelos investidores tinha sido 2,417%.

Também na maturidade mais curta, o custo agravou-se. O Tesouro captou 423 milhões de euros na linha a seis meses (que vence em setembro deste ano) com uma taxa de 2,893%. Na última colocação desta maturidade, também em janeiro, a "yield" paga pelos investidores fixou-se em 2,725%.

Apesar do aumento das "yields", a procura por dívida portuguesa a 12 meses reforçou-se. A procura superou a oferta em 3,06 vezes (no último leilão tinha sido 2,14 vezes). Já na maturidade mais curta, o "bid to cover" fixou-se 2,66 vezes, abaixo das 3,82 vezes em janeiro.

"A procura foi dentro dos níveis médios que Portugal costuma ter para estas maturidades. O resultado do atual leilão acaba por espelhar o movimento de subida de taxas de juro que temos assistido globalmente. A curva de taxas de juro encontra-se invertida, o que faz com que o curto prazo esteja com taxas mais elevadas que o longo prazo e explica o fato de termos tido praticamente a mesma ‘yield’ para os 3 e 12 meses", refere Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa.

 

Os bancos centrais "ainda estão num processo de subida de taxas", relembra Filipe Silva. "A taxa neutral na Europa deverá ser atingida no segundo semestre de 2023 o que tem levado a um ajuste rápido das curvas de taxas de juro, tanto de curto prazo como de longo prazo", acrescenta.


Os juros pagos pelos investidores por esta emissão em mercado primário estão assim em linha com o aumento das "yields" que se observa nos últimos tempos no mercado secundário. Os juros da dívida portuguesa a 12 meses seguem a agravar-se em 10 pontos base para 3,136%, enquanto a "yield" da dívida nacional a meio ano alivia 9,9 pontos base para 2,707%.

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