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Portugal emite 1.250 milhões de euros em bilhetes do Tesouro com juros acima de 2%

A República Portuguesa arrecadou 1.250 milhões de euros esta quarta-feira no seu primeiro leilão de bilhetes do Tesouro de 2023, com maturidades a 6 e 12 meses. Os juros ascenderam a 2,725% e 2,417%, respetivamente.

Miguel Martín é o responsável pela gestão da dívida pública, tendo substituído em setembro Cristina Casalinho na presidência do IGCP.
D.R.
18 de Janeiro de 2023 às 11:00
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A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) angariou esta quarta-feira 1.250 milhões de euros no seu primeiro leilão do ano de bilhetes do Tesouro (BT) em duas linhas a 6 e 12 meses, com as taxas de juro a ultrapassarem pela segunda vez consecutiva a marca dos 2%.

A agência da dívida portuguesa emitiu 750 milhões de euros a 12 meses (com maturidade até janeiro de 2024). Neste caso, a "yield" aumentou para 2,417%. No último leilão comparável, realizado em setembro do ano passado, o juro pedido pelos investidores tinha sido 1,916%.

Também na maturidade mais curta, o custo agravou-se. O Tesouro captou 500 milhões de euros na linha a seis meses (que vence em julho de 2023) com uma taxa de 2,725%. Na última colocação desta maturidade, o mesmo em setembro, tinha sido 1,291%.

"A subida dos prémios de risco reflete as subidas que temos vindo a assistir nas taxas de juro de curto e longo prazo e que acabam por ter um impacto imediato na dívida que cada país tem de emitir", refere o diretor de investimentos do Banco Carregosa, Filipe Silva.

Apesar do aumento das "yields", a procura por dívida portuguesa de curto prazo reforçou-se. Na maturidade mais longa, a procura superou a oferta em 2,14 vezes (no último leilão tinha sido 1,55 vezes) e, na mais curta, foi superior em 3,82 vezes (contra 2,92 em setembro).
 
O especialista estima que os prémios de risco das emissões de BT continuem a subir, a par com as taxas de juro dos bancos centrais. "Os bancos centrais vão continuar a estar no centro das atenções, já que se esperam novas subidas de taxas nas próximas reuniões, o que deve voltar a fazer subir os prémios de risco destas emissões de curto prazo", remata. 


A agência liderada por Miguel Martín já tinha anunciado no início do ano que espera arrecadar 4,3 mil milhões de euros resultantes da emissão deste tipo de títulos de dívida, com leilões mensais na terceira quarta-feira de cada mês "e, se a procura de investidores o justificar, pode usar também a primeira quarta-feira", disse.

(Notícia atualizada às 11:37 horas)

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