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Moody’s mantém ratings da UE e Reino Unido mas corta perspectiva para a dívida britânica

A agência de notação financeira manteve a classificação máxima, de Aaa, para a União Europeia e de Aa1 para o Reino Unido. Mas os britânicos levaram uma advertência: o rating pode ser cortado em breve.

24 de Junho de 2016 às 22:17
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A Moody’s decidiu manter o triplo A (notação máxima) da União Europeia, sublinhando que a sua qualidade creditícia assente principalmente na solidez da dívida dos seus Estados-membros com melhor classificação soberana, bem como no seu compromisso para com a robustez das suas finanças.


Num relatório divulgado na noite de sexta-feira, 24 de Junho, a agência refere que não crê que a saída do Reino Unido da UE altere a capacidade ou a disponibilidade dos seus Estados-membros para continuarem a honrar as suas obrigações no sentido de sustentarem a União Europeia.


Quanto à perspectiva para a evolução da qualidade da dívida (outlook) da UE, a Moody’s considera-a ‘estável’ – já que equilibra o actual enquadramento financeiro e orçamental da União Europeia com o risco acrescido, "mas, ainda assim, baixo" de mais deserções do bloco europeu.

A Moody’s pronunciou-se também relativamente ao Reino Unido, tendo mantido igualmente o Aa1, que é o segundo melhor nível da sua escala de classificação. No entanto, cortou o outlook de ‘estável’ para ‘negativo’, o que significa que em breve os britânicos poderão perder o actual rating.

Igual alerta fez a Standard & Poor’s, ao dizer que poderá descer a notação do Reino Unido após o voto maioritário pelo Leave. Moritz Kraemer, da S&P, disse numa entrevista à Bloomberg TV que poderá cortar a classificação soberana dos britânicos – que está actualmente em AAA, o grau máximo – em pelo menos um nível.

Esta manhã, a Moody’s já se tinha pronunciado sobre os eventuais riscos políticos do Brexit para a União Europeia. A agência de notação financeira disse não crer que a saída do Reino Unido da União Europeia tenha um grande impacto na qualidade da dívida da maioria dos emitentes sediados na UE. "Se bem que as empresas que exportam para o Reino Unido possam ser penalizadas no caso de serem colocadas restrições comerciais pelo Reino Unido ou pela UE, estamos convictos de que as negociações acabarão por levar a novos acordos que aliviarão substancialmente – se é que não eliminarão – o potencial impacto do Brexit", sublinhou.

 

"No curto prazo, existe o risco de a procura britânica por produtos europeus diminuir, em linha com uma maior debilidade económica", referiu. Mas, "para a maioria dos países na Europa Continental, o mercado britânico representa uma proporção relativamente pequena das suas receitas totais com as exportações", acrescentou a Moody’s.

 

A Irlanda, salientou, é a mais exposta a qualquer disrupção das importações britânicas, atendendo aos seus fortes laços comerciais com o Reino Unido (que representa 13,8% das exportações totais da Irlanda), seguida da Holanda (9,3%), Bélgica (8,8%) e Alemanha (7,5%).

 
Áustria sofre corte

Ainda nesta sexta-feira, a Moody's anunciou a decisão de reduzir a notação da Áustria, de Aaa para Aa1, mas melhorou o outlook de 'negativo' para 'estável'. 

O corte de rating deve-se, diz a agência, às fracas perspectivas de crescimento económico no médio prazo, apesar dos esforços do governo para lidar com limitações estruturais. 


(notícia actualizada às 22:57)

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