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Moodys mantém CGD em lixo mas melhora análise da solidez financeira
A Moody's manteve o rating de longo prazo no quarto nível de lixo. Mas melhorou a nota para a solidez intrínseca do banco e para a dívida subordinada.
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Após ter aberto um período de avaliação aos "ratings" da Caixa Geral de Depósitos em Junho do ano passado, a Moody’s manteve o "rating" de longo prazo do banco público em B1, o quarto nível de "lixo", com perspectiva estável. Realça aspectos positivos do plano de reestruturação do banco, mas duvida que regresse aos lucros este ano. Ainda assim, o plano de recapitalização e de reestruturação foram motivo para a agência melhorar a classificação para a dívida subordinada do banco e o "rating" que mede a solidez financeira intrínseca da entidade.
A decisão da agência surge depois do banco público ter apresentado os resultados de 2016 e da Comissão Europeia ter aprovado o plano de recapitalização. E incorpora a conclusão com sucesso da injecção de dinheiro público assim como a emissão de dívida subordinada, de 500 milhões de euros nas próximas semanas e de 430 milhões no futuro.
Apesar dos "ratings" de depósitos de longo prazo e de dívida sénior não terem sofrido alterações, a Moody’s melhorou a avaliação à solidez financeira intrínseca da CGD de b3 para b2. Justificou essa revisão em alta com a perspectiva de que a conclusão do plano de recapitalização "melhorará e estabilizará a capacidade do banco em absorver risco que teve um impacto significativo com as elevadas perdas registadas no final de 2016".
Além do reforço de capital, a melhoria desta notação é explicada pela consideração da agência "dos benefícios de longo prazo do plano de reestruturação de 2017 a 2020 da CGD, nomeadamente em termos da profunda desalavancagem do balanço, a melhoria da eficiência nos custos e os planos para reduzir ao longo do tempo o volume de créditos problemáticos".
Esta melhoria na avaliação intrínseca ao banco, que mede a capacidade da entidade em fazer face às suas obrigações sem apoio externo, ajudou também a uma subida do "rating" da dívida subordinada da CGD, que passou de Caa1 para B3 (sexto nível de "lixo), e de instrumentos de dívida júnior subordinada de Caa2 para Caa1 (sétimo nível de "lixo").
Moody’s antevê prejuízos em 2017
Apesar de destacar factores positivos do plano de reestruturação do banco, a Moody’s considera que a CGD continue a sofrer com problemas de rentabilidade. "É improvável que o perfil de crédito do banco tenha mais melhorias materiais no curto a médio prazo", refere a agência. Antevê que os ‘ratings’ "continuem constrangidos pelos persistentemente fracos indicadores de risco dos activos e pela muito fraca rentabilidade".
Neste ponto, a Moody’s antecipa que a CGD "continue a perder dinheiro devido aos custos de reestruturação" e que "as pressões do ambiente operacional fraco em Portugal impeçam melhorias significativas do fraco lucro operacional".
(Notícia actualizada às 19:22 com mais informação)