Notícia
Mais de metade da dívida soberana mundial já rende acima de 3%
Cerca de 60% das obrigações soberanas a nível mundial estão a render mais de 3%, algo impensável na década anterior. Para 2024, apesar de possíveis cortes de juros dos bancos centrais, o cenário deverá manter-se, estimam os analistas.
26 de Dezembro de 2023 às 14:27
Com o panorama dos mercados da dívida soberana a mudar de forma drástica nos últimos anos, particularmente após as decisões de política monetária mais agressivas dos principais bancos centrais, 60% das obrigações emitidas por países já oferece uma taxa de juro igual ou superior a 3%. Algo impensável até há pouco tempo.
Os números são do índice Bloomberg Aggregate Bond, consultado pelo espanhol Cinco Días, que acompanha a evolução de 10 mil emissões de obrigações soberanas de países por todo o mundo, mas no qual os Estados Unidos têm um peso de 40%.
Após uma década de juros de referência muito baixos para tentar dinamizar a economia, particularmente depois da pandemia de covid-19, a inflação subiu de forma abrupta, obrigando os bancos centrais a agir e o resultado está à vista.
Colocando este cenário em perspetiva, em dezembro de 2019, apenas 8% de todo o dinheiro que havia em dívida soberana rendia mais de 3%, maioritariamente de países em desenvolvimento. E, a par disto, 76% da dívida soberana tinha cupões inferiores a 2%. Aliás, na era das taxas de juro negativas, chegaram a existir 15 mil milhões de euros em obrigações soberanas em todo o mundo que ofereciam uma remuneração negativa.
A evolução para juros mais elevados tem, naturalmente, levado a uma entrada massiva de capital em fundos monetários.
"A mudança foi radical", indica o responsável pela banca de investimento espanhola do JPMorgan, Luis Artero, em declarações ao diário espanhol, "porque nunca se tinha vista uma evolução tão grande em tão pouco tempo, e isso está a obrigar-nos a reconfigurar as carteiras dos clientes".
Para o próximo ano, o cenário para os mercados de rendimento fixo continua a ser positivo. "Há várias oportunidades muito interessantes para 2024 e acreditamos que na dívida soberana de países desenvolvidos podemos ver retornos superiores a 5%", disse ao Cinco Días, Javier Díaz, diretor de vendas da BlackRock para Espanha e Portugal.
Os números são do índice Bloomberg Aggregate Bond, consultado pelo espanhol Cinco Días, que acompanha a evolução de 10 mil emissões de obrigações soberanas de países por todo o mundo, mas no qual os Estados Unidos têm um peso de 40%.
Colocando este cenário em perspetiva, em dezembro de 2019, apenas 8% de todo o dinheiro que havia em dívida soberana rendia mais de 3%, maioritariamente de países em desenvolvimento. E, a par disto, 76% da dívida soberana tinha cupões inferiores a 2%. Aliás, na era das taxas de juro negativas, chegaram a existir 15 mil milhões de euros em obrigações soberanas em todo o mundo que ofereciam uma remuneração negativa.
A evolução para juros mais elevados tem, naturalmente, levado a uma entrada massiva de capital em fundos monetários.
"A mudança foi radical", indica o responsável pela banca de investimento espanhola do JPMorgan, Luis Artero, em declarações ao diário espanhol, "porque nunca se tinha vista uma evolução tão grande em tão pouco tempo, e isso está a obrigar-nos a reconfigurar as carteiras dos clientes".
Para o próximo ano, o cenário para os mercados de rendimento fixo continua a ser positivo. "Há várias oportunidades muito interessantes para 2024 e acreditamos que na dívida soberana de países desenvolvidos podemos ver retornos superiores a 5%", disse ao Cinco Días, Javier Díaz, diretor de vendas da BlackRock para Espanha e Portugal.