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Juros afundam com expectativa de reforço dos estímulos do BCE
Os juros da dívida da generalidade dos países do euro estão a aliviar, reflectindo a expectativa de que o BCE anuncie a extensão do programa de compra de activos até, pelo menos, Setembro.
Os juros da dívida da generalidade dos países da Zona Euro estão a aliviar esta terça-feira, 6 de Dezembro, depois das subidas registadas na sessão de ontem, na sequência da vitória do "não" no referendo italiano sobre as reformas constitucionais.
A motivar esta descida está a expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) vai anunciar um reforço dos estímulos à economia já na reunião mensal que se realiza esta quinta-feira, 8 de Dezembro.
Segundo analistas citados pela Bloomberg, a autoridade monetária deverá prolongar o seu programa de compra de activos por, pelo menos, seis meses. Tendo em conta que o programa tinha fim anunciado para Março de 2017, o prolongamento poderá significar a sua extensão até, pelo menos, Setembro. No entanto, alguns analistas acreditam que o nível mensal de compras poderá, ainda assim, ser reduzido.
De acordo com o BNP Paribas, o resultado da consulta popular em Itália não joga a favor de uma redução do valor do programa (fixado actualmente em 80 mil milhões de euros mensais). Já o Citigroup antecipa que o tecto será diminuído para 60 mil milhões.
A expectativa deste reforço do alívio quantitativo está a aliviar a pressão sobre os juros da dívida, sobretudo dos chamados periféricos. Portugal regista mesmo as descidas mais expressivas. Por cá, a ‘yield’ associada às obrigações a dez anos cai 10,1 pontos base para 3,603%, enquanto no prazo mais curto, a cinco anos, a descida é de 14,4 pontos para 2,070%.
Em Espanha, os juros a dez anos recuam 5,4 pontos para 1,498%, enquanto em Itália deslizam 6,5 pontos base para 1,919%, depois de terem chegado a disparar mais de 15 pontos na sessão de ontem, reflectindo os receios em torno da instabilidade política no país.
Na Alemanha, a ‘yield’ avança 0,3 pontos para 0,336%. Comos os juros germânicos estão a subir, e os portugueses a descer, também o risco de Portugal – medido pelo spread face à dívida alemã – está mais baixo. Cai 10,1 pontos esta terça-feira para 322,6 pontos, o valor mais baixo desde 15 de Novembro.