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Fecho dos mercados: Banca italiana recupera, bolsas sobem, petróleo desce e juros afundam
Após as perdas desta segunda-feira, a bolsa italiana deu um sinal de força. Já as taxas da dívida europeia têm quedas significativas com os investidores a mostrarem fé na reunião do BCE desta quinta-feira.
Os mercados em números
PSI-20 subiu 1,76% para 4.488,53 pontos
Stoxx 600 avançou 0,97% para 344,57 pontos
S&P 500 valoriza 0,07% para 2.206,28 pontos
"Yield 10 anos de Portugal desce 6,7 pontos base para 3,636%
Euro desce 0,57% para 1,0702 dólares
Petróleo cai 1,82% para 55,94 dólares por barril
Banca e "utilities" puxam pelas bolsas
As bolsas europeias viveram uma sessão positiva, com destaque para as acções italianas, para o sector da banca e para as "utilities". O Stoxx 600 avançou 0,97%, com os índices do sector das banca e das empresas de utilidade pública a terem as maiores subidas, de 4,38% e 2,77%, respectivamente.
Os bancos italianos recuperaram das perdas desta segunda-feira, numa altura em que os investidores tentam perceber quais as implicações do resultado do referendo em Itália para o sector. Esta terça-feira a sessão foi de optimismo, com a expectativa de que os planos para resolver os problemas do sector bancário continuem apesar do desfecho do referendo. Os títulos do Unicredit dispararam mais de 12% e as acções do Mediobanca ganharam 10%, ajudando a bolsa de Milão a avançar 4,15%.
As subidas estenderam-se a bancos de outros países. O Deutsche Bank avançou 7,92%, o Bankia 6,90% e o BCP ganhou 5,77%. O UBS divulgou um relatório a referir que a subida acentuada das expectativas de inflação nos EUA terá também reflexos na Europa, o que poderá ajudar as acções dos bancos alemães e do sul da Europa.
As "utilities" também estiveram em destaque. Um tribunal alemão considerou que empresas como a RWE e a Eon têm o direito a serem compensadas pela decisão do governo em limitar a produção de energia nuclear. A RWE avançou 1,49% e a Eon ganhou 4,65%. Também a EDP acompanhou os ganhos do sector, com uma valorização de 3,60%.
Juros descem com expectativa sobre o BCE
Os juros da dívida da generalidade dos países do euro aliviaram, reflectindo a expectativa de que o BCE anuncie a extensão do programa de compra de activos até, pelo menos, Setembro. E as obrigações portuguesas também acompanham essa tendência. A taxa a dez anos desce 6,8 pontos base para 3,636%.
Em Espanha e Itália a sessão também foi de quedas. A taxa espanhola caiu seiss pontos base para 1,492%. Em Itália, mesmo apesar da incerteza política após o referendo deste Domingo, a "yield" baixou 4,1 pontos base para 1,943%. Já a taxa da dívida alemã subiu quatro pontos base para 0,373%, o que ajudou o prémio de risco da dívida portuguesa a descer para 326 pontos base.
Euribor a três meses com novo mínimo
A Euribor a três meses atingiu um novo mínimo histórico. A taxa desceu 0,2 pontos base para -0,315%, segundo dados da Lusa. Também o indexante a seis meses desceu, neste caso 0,1 pontos base para -0,219%, muito perto do mínimo de -0,22%. No prazo a 12 meses o dia também foi de descidas, com a Euribor a fixar-se em -0,079%, menos 0,1 pontos base que no dia anterior.
Euro em queda em vésperas de BCE
A moeda única interrompeu uma sequência de três subidas consecutivas face ao dólar. O mercado espera que esta semana o BCE anuncie um prolongamento dos estímulos monetários e que na próxima semana a Reserva Federal dos EUA aumente as taxas de juro. A expectativa de divergência entre as políticas monetárias tem pesado na moeda única nos últimos meses. E apesar da recuperação das últimas três sessões, esta terça-feira a moeda única regressou às quedas. Perde 0,57% para 1,0702 dólares.
Petróleo sai de máximos de 16 meses
Os preços do petróleo tiveram a primeira descida desde a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo da passada quarta-feira, em que foi acordado um corte de produção. E abandonaram os máximos de 16 meses. O valor do barril de Brent desce esta terça-feira1,82% para 55,94 dólares. Já o West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, perde 1,93% para 50,79 dólares. Apesar do acordo para baixarem a produção, os analistas sondados pela Bloomberg antecipam que a produção da OPEP tenha aumentado em Novembro para 34,16 milhões de barris diário - o que, a confirmar-se, será um novo recorde.
Ouro em mínimos de dez meses
O metal amarelo continua a perder brilho, à medida que se aproxima a reunião da Reserva Federal dos EUA, agendada para 13 e 14 de Dezembro. No mercado ninguém aparenta ter dúvidas de que a entidade liderada por Janet Yellen anuncie uma subida das taxas de juro, o que é visto como negativo para o ouro. O preço da onça desce 0,23% para 1.167,64 dólares.