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Investidores trocam dívida portuguesa pela grega

Rendimento das obrigações portuguesas a dois anos é negativo em 0,03%. Na Grécia a taxa, na mesma maturidade, é de 2,95%.

22 de Setembro de 2017 às 13:25
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O aumento do rating de crédito de Portugal e a subida dos títulos da dívida nacional estão a fazer com que alguns gestores optem por apostar na dívida grega, que tem mais risco e potencialmente melhores retornos, em detrimento da dívida portuguesa.

A Bloomberg escreve esta sexta-feira, 22 de Setembro, que esta estratégia já está a ser seguida pelos fundos da BlueBay Asset Management e da Old Mutual Global Investors. A agência falou com Mark Dowding da BlueBay, que diz que Portugal já "não é um player de muito alto rendimento" e que "o dinheiro fácil" encaixado por muitos investidores que apostaram em Portugal "pode acabar". 

Recorde-se que a Standard & Poor's subiu o rating e tirou Portugal do nível de "lixo", na passada sexta-feira. A dívida de Portugal ainda continua abaixo do grau de investimento nas agências Fitch e Moody's, embora ambas as agências admitam rever este indicador em alta nos próximos 12 meses.

"A maior parte do dinheiro em Portugal já foi feito, há mais para jogar" com outras dívidas que conta com "yields" elevadas, defende Dowding, cuja empresa gere 51,7 mil milhões de dólares em activos. "Temos favorecido o Chipre e a Grécia em relação a Portugal".

Portugal era um dos melhores negócios da Old Mutual até há pouco tempo. A empresa, que gere 49,6 mil milhões de dólares, revela que reduziu a sua exposição, tendo em conta o rali "incrível" dos últimos trimestres, de acordo com o gerente de portfólio Nicholas Wall. "Acreditamos que já fizemos o negócio que havia a fazer com a dívida portuguesa, a história de Portugal está bem definida agora", defendeu Wall, acrescentando que apesar das potenciais actualizações por outras agências o "preço deve manter-se, por isso estamos voltados para a Grécia e Chipre ".

A Bloomberg diz que os rendimentos das obrigações portuguesas a dois anos estão em -0,03%, enquanto os rendimentos das obrigações gregas na mesma maturidade é de 2,95%.

 

Apesar das dúvidas sobre se a Grécia será capaz de andar sozinha quando o seu programa de resgate terminar no próximo ano, os detentores de títulos de dívida grega tiveram um retorno de quase 17% em 2017, o mais alto da Europa, de acordo com o índice soberano da Bloomberg. O retorno da dívida portuguesa este ano é de 11%.

A Bloomberg conclui que os mercados vão manter Portugal debaixo de olho se o país emitir mais dívida e defende que a dívida nacional vai beneficiar do programa de compra de títulos do Banco Central Europeu, que deverá ser reduzido no próximo ano.

Wall conclui dizendo que alguns dos detentores de dívida portuguesa poderiam não ser investidores de longo prazo, acrescentando que voltarão às obrigações portuguesas se houver um sell-off.


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