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IGCP mantém Agosto menos ambicioso na captação de investidores para dívida portuguesa
À semelhança do que é habitual, o Tesouro português espera arrecadar um máximo de mil milhões de euros em Agosto em bilhetes do Tesouro, abaixo dos 1.750 milhões a obter em Julho e Setembro. Também haverá leilões de obrigações.
O programa de financiamento do Tesouro português para o terceiro trimestre de 2018 é tirado praticamente a papel químico daquele que foi feito no mesmo período do ano passado: uma aposta mais forte na captação de investimento em Julho e Setembro, para compensar a menor ambição em Agosto, o mês em que os investidores estão mais afastados dos mercados financeiros.
Ao todo, nos meses do Verão, a agência que gere a dívida pública pretende pedir emprestados aos investidores, em títulos até 12 meses, um total de 4,5 mil milhões de euros. Para isso, realizará três idas aos mercados, todas nas terceiras quartas-feiras de cada um dos meses.
Em Julho (dia 18) e em Setembro (19), o objectivo do IGCP é conseguir colocar entre 1.500 e 1.750 milhões de euros. Um intervalo que baixa para 750 e 1.000 milhões em Agosto (dia 15), o mês com maior ausência de investidores. É a agência presidida por Cristina Casalinho que, analisando a procura e o preço, decide a alocação dos montantes e as linhas em causa: os bilhetes do Tesouro a colocar no mercado terão maturidades entre três e 12 meses.
Tinha sido também esta a distribuição de montantes feita no programa de financiamento de 2017, pelo que não houve alterações, mesmo com todas a turbulência política que se tem vivido em vários países da Europa, de que a Alemanha está a ser o último exemplo.
Tal como costuma assinalar, no trimestre, há a previsão de emissões de obrigações do Tesouro – títulos de dívida com prazos mais longos – através de leilões, "sendo esperadas colocações de 1.000 a 1.250 milhões de euros por leilão", que se podem realizar na segunda, terceira ou quinta quartas-feiras dos meses.
Não há valores indicativos globais para o trimestre, sendo que ao longo do ano, o IGCP quer arrecadar 15 milhões de euros em obrigações. No primeiro semestre, segundo cálculos do Negócios, já arrecadou 11,7 mil milhões de euros nestes títulos.
"O IGCP acompanhará activamente a evolução das condições de mercado, podendo introduzir ajustamentos às presentes linhas de actuação", é a forma como a agência costuma terminar as notas sobre o programa de financiamento, e que se repete no terceiro trimestre.