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IGCP adia reembolso de 797 milhões de euros em dívida para 2026 e 2028
Com as taxas de juro perto de mínimos históricos, o IGCP aproveita para alargar a maturidade da dívida e baixar os reembolsos dos próximos dois anos.
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) concretizou esta quarta-feira a terceira operação de troca de dívida de 2019, tendo adiado o reembolso de um total de 797 milhões de euros.
O instituto comprou 256 milhões de euros da linha de obrigações com maturidade em 15 junho de 2020 e 541 milhões de euros da linha com maturidade em 15 abril de 2021. Em troca ofereceu 321 milhões de euros em obrigações com maturidade em 21 julho de 2026 e 476 milhões de euros em títulos com reembolso agendado para 17 outubro de 2028.
Aproveitando as taxas de juro perto de mínimos históricos, o IGCP consegue assim adiar por cerca de seis anos o pagamento de dívida que chegava à maturidade nos próximos dois anos. Além de aliviar os reembolsos previstos para 2020 e 2021, o instituto que gere a dívida do Estado consegue também alargar a maturidade média da dívida portuguesa.
De acordo com o Boletim Mensal de julho, que foi publicado esta terça-feira, os reembolsos de dívida previstos para 2020, 2021 e 2022 estão ligeiramente abaixo de 15 mil milhões de euros para cada ano. Isto antes de ter em conta os resultados desta oferta de troca. O alívio mais forte será sentido nos reembolsos de 2021, sendo que 2028 é o ano que fica agora mais "carregado".
Já a maturidade média da dívida direta do Estado situava-se em junho nos 7,9 anos. Excluindo os empréstimos dos fundos europeus, situava-se em 6,5 anos.
Nos primeiros seis meses deste ano o custo da dívida emitida pelo Estado situou-se em 1,4%, o que representa o valor mais baixo de sempre e compara com 1,8% em 2018 e 2,6% em 2017. No mercado secundário a taxa de juro da dívida portuguesa está perto de mínimos históricos, com a taxa a 10 anos em redor de 0,4%.
Terceira oferta de troca de 2019
Esta foi a terceira oferta realizada este ano. Na operação de troca realizada há dois meses o instituto liderado por Cristina Casalinho tinha recomprado títulos que chegavam à maturidade em abril de 2021 no valor de 742 milhões de euros, entregando em troca títulos com maturidade em maio de 2026.
Na operação realizada em janeiro deste ano o IGCP recomprou 702 milhões de euros em obrigações que chegavam à maturidade em junho de 2020, oferecendo em troca obrigações no mesmo valor mas que têm a maturidade em outubro de 2028.
Em dezembro do ano passado o IGCP tinha adquirido 1.036 milhões de euros em títulos de dívida que chegavam à maturidade em junho de 2020 e mais 870 milhões de euros em obrigações que venciam em abril de 2021, adiando assim o reembolso de 1.900 milhões em dívida.