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Famílias investiram 400 milhões em certificados de aforro. IGCP não pretende alterar taxas

As famílias investiram este ano, até meados de junho, 400 milhões de euros em certificados de aforro, revelou hoje aos deputados a presidente do IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública, Cristina Casalinho.

02 de Julho de 2019 às 15:09
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Cristina Casalinho, que falava numa audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa (COFMA), disse ainda que este número mostra uma melhoria em relação ao estimado no Orçamento de Estado para este ano, quando se previu um impacto nulo, entre os certificados reembolsados de forma automática (por término do prazo) e novos certificados, com uma taxa de reinvestimento prevista da ordem dos 30%.

 

"Tínhamos alguma incerteza quanto à taxa de reinvestimento por isso optámos por uma abordagem conservadora", afirmou a presidente do IGCP, adiantando que o reinvestimento acabou por superar a estimativa e atingiu uma média de 50% que, em alguns meses, até chegou aos 70%, o que significa que, em 10 certificados de aforro reembolsados, o valor de sete foi reinvestido no mesmo produto.

 

"Desde 2018 há estabilidade" nos certificados de aforro, disse Cristina Casalinho, especificando não haver intenção de alterar as taxas de remuneração, mas apenas o objetivo de vender o produto de aforro em "novos canais".

 

A presidente do IGCP, que fez uma apresentação aos deputados acerca dos principais números do instituto, falou ainda sobre os resultados do reembolso antecipado da dívida de Portugal ao Fundo Monetário Internacional (FMI), mostrando a listagem dos reembolsos desde 2015.

 

"Com os reembolsos [antecipados] houve uma poupança de 1,92 mil milhões" de euros, afirmou Cristina Casalinho, explicando aos jornalistas, no final da comissão, estar a referir-se ao valor total da poupança conseguida com essa antecipação.

 

"A estratégia da gestão da dívida tem privilegiado a redução do risco de refinanciamento", defendeu a presidente do IGCP, explicando que, para esta redução, "contribui" o pagamento antecipado ao FMI.

 

Na ótica do IGCP, 2018 foi marcado por uma "melhoria assinalável" das condições de financiamento, destacando entre os principais marcos desse ano o pagamento do remanescente ao FMI.

 

Foi o "desempenho favorável a nível orçamental e macroeconómico" que, segundo Cristina Casalinho, "favoreceu a execução" do programa e financiamento, e possibilitou o pagamento da totalidade do crédito em dívida ao FMI.

 

"O programa de financiamento de 2019 está executado em 65%", acrescentou, defendendo existir uma "estabilidade no saldo de tesouraria nos últimos anos" e precisando que nas obrigações de tesouro existe "uma estabilidade de 15 mil milhões" de euros.

 

Comparando as dívidas públicas de Portugal e Itália, Cristina Casalinho concluiu que, desde o ano passado, se tem verificado "um afastamento" das 'yelds' e dos 'spreads' de Portugal face a Itália, estando "mais alinhados" com Espanha.

 

"A curva portuguesa [de rendimento da dívida] passou a transacionar abaixo da curva italiana, que se mantém praticamente nos mesmos níveis de 2018", afirmou Cristina Casalinho, considerando ainda que o final do programa de compras líquidas do Banco Central Europeu (BCE) "teve um impacto contido dadas as características da política de reinvestimento".

 

A presidente do IGCP destacou ainda perante os deputados o facto de bancos e gestores de fundos terem voltado ao mercado português em finais de 2017 e, em termos geográficos, "um maior interesse" dos investidores britânicos, italianos, asiáticos e do centro da Europa, desde meados de 2017.

 

Cristina Casalinho reafirmou ainda aos deputados a possibilidade de Portugal reembolsar antecipadamente os credores europeus da 'troika', tal como o ministro das Finanças já tinha anunciado.

 

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