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Dívida pública emitida até maio "custa" 1,5%, um novo mínimo histórico

Em média, a nova dívida emitida pelo IGCP de janeiro a maio deste ano foi financiada a 1,5%. É um novo mínimo histórico.

21 de Junho de 2019 às 15:54
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A nova dívida emitida por Portugal entre janeiro e maio registou um "custo" médio de 1,5%, um novo mínimo histórico, pelo menos, desde 2010, segundo os dados revelados esta sexta-feira, 21 de junho, pelo IGCP, a agência que gere a dívida pública. 

Maio foi um mês que ficou marcado pela primeira emissão de dívida pública portuguesa na China, tendo esta sido a estreia de um país da Zona Euro no mercado em moeda chinesa. As obrigações com maturidade de três anos vão pagar uma taxa de juro superior face à dívida emitida em euros na mesma maturidade, mas a reduzida dimensão desta operação não terá afetado de forma relevante o juro médio da nova dívida.

É que o mês de maio também foi um mês em que os juros da dívida pública a dez anos continuaram a baixar no mercado secundário, o que teve repercussão no mercado primário (onde o IGCP emite). Os juros portugueses a dez anos começaram maio nos 1,1%, mas fecharam o mês nos 0,8%. Em junho, a "yield" continuou em queda, negociando agora no patamar dos 0,5%.

Na emissão feita em maio a dez anos, o IGCP conseguiu colocar a 1,059%, o que na altura representou mais um mínimo histórico para Portugal. É expectável que o custo médio da nova dívida continue a baixar este mês dado que a emissão a dez anos arrecadou um novo mínimo histórico com 0,639%, bem abaixo da emissão de maio, tal como mostra o gráfico. 

O custo de nova dívida tem vindo a cair desde 2011 - ano em que Portugal ficou sem acesso ao mercado de financiamento internacional e solicitou assistência externa -, depois de ter atingido um máximo de 5,8% (ver gráfico em baixo).

Recorde-se que o custo da dívida direta do Estado engloba o custo médio dos Bilhetes do Tesouro (BT), Obrigações do Tesouro (OT), Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) e MTN emitidos no período correspondente, ponderado pelo montante e maturidade.O custo do "stock" (nova e velha) da dívida pública portuguesa baixou em 2018 pelo quarto ano consecutivo. Ao todo, o endividamento custou 2,8% no ano passado, abaixo dos 3% de 2017. Este é um novo mínimo, pelo menos, desde 2010 (3,5%).

Esta trajetória dos juros de Portugal traduz-se, na prática, num custo de financiamento bem menor face ao passado recente. Esta redução reflete o ambiente de juros baixos promovido pelo Banco Central Europeu (BCE) que permitiu aos Estados europeus financiaram-se a menores taxas. Para tal tem também contribuído a melhoria do "rating" da República por parte das principais agências de notação financeira.
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