Notícia
Commerzbank prefere dívida italiana à portuguesa
O banco alemão recomendou aos investidores que vendam dívida portuguesa e comprem dívida italiana.
Os analistas do banco alemão Commerzbank recomendaram os investidores esta segunda-feira, 21 de outubro, a vender obrigações portuguesas, trocando-as por obrigações italianas.
A dívida portuguesa deixa assim de estar nas preferências dos analistas do Commerzbank que antecipam melhores perspetivas futuras na dívida italiana. A recomendação é, por isso, que os investidores vendam as obrigações portuguesas a dez anos e comprem as obrigações italianas com o mesmo prazo.
Tal acontece porque os estrategas do banco alemão consideram que as obrigações portuguesas têm espaço limitado para melhoria ao passo que as obrigações italianas têm mais margem de progresso por causa do novo Governo mais moderado e pró-europeu.
Exemplo disso é que o Commerzbank não prevê que haja um novo braço de ferro entre Roma e Bruxelas por causa do Orçamento do Estado para 2020, tal como ocorreu no ano passado, o que deverá contribuir para a evolução positiva das obrigações italianas.
Numa outra nota, também citada pela Bloomberg, os analistas do JP Morgan recomendam que os investidores vendam obrigações portuguesas a 30 anos e optem pelas obrigações espanholas.
Os juros espanhóis a dez anos estão a subir 4,1 pontos base na sessão de hoje, atingindo os 0,283%, um máximo de um mês, tal como no caso dos juros portugueses.
Após as eleições legislativas, com a expectativa de continuidade política, os juros portugueses a dez anos passaram a negociar abaixo dos juros espanhóis dado que Espanha caminha para as quartas eleições em quatro anos num ambiente de instabilidade política.
Nessa altura, os analistas do banco britânico Barclays e do banco norte-americano Citi recomendaram a compra de dívida portuguesa face à espanhola. Essa recomendação manteve-se, no caso do Barclays, mesmo com o "spread" (diferença) entre os juros dos dois países a aumentar.
Na mente dos analistas e investidores deverá estar também o montante de reinvestimentos de dívida pública por parte do Banco Central Europeu (BCE) e o relançamento das compras líquidas na ordem dos 20 mil milhões de euros mensais a 1 de novembro, o que deverá aumentar a procura por obrigações soberanas da Zona Euro.