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Barclays continua a preferir dívida portuguesa face à espanhola, mesmo com spread a engordar
Os analistas do Barclays consideram que o spread entre os juros portugueses a dez anos e os juros espanhóis no mesmo prazo ainda pode aumentar mais.
Já tinha ocorrido de forma pontual anteriormente, mas agora a tendência consolidou-se: os juros a dez anos da dívida portuguesa estão a negociar num nível inferior aos juros da dívida espanhola no mercado secundário. Para os analistas do Barclays, a aposta em obrigações portuguesas é para continuar.
O banco inglês mantém a sua preferência por obrigações portuguesas a dez anos face às obrigações espanholas com o mesmo prazo, de acordo com uma nota de análise citada esta sexta-feira, 11 de outubro, pela agência financeira Dow Jones. Isto apesar de já se estar a registar um "outperformance" (melhor desempenho) de cerca de quatro pontos base (spread), dizem os analistas.
Os analistas do banco inglês esperam que a dívida espanhola continue em "underperformance" (fraco desempenho) dado que em outubro houve a tomada de mais-valias em antecipação das eleições em novembro. Dada a incerteza em relação ao resultado, os investidores mais cautelosos não deverão apostar em obrigações espanholas, pelo menos para já.
Após as eleições legislativas em Portugal, também os analistas do banco norte-americano Citi recomendaram aos investidores trocar dívida espanhola por dívida portuguesa neste momento.
Às 11h desta sexta-feira, 11 de outubro, os juros portugueses estavam a aliviar três pontos base para os 0,168% enquanto os juros espanhóis estavam a aliviar 2,5 pontos base para os 0,199%.
Atualmente, a dívida portuguesa em percentagem do PIB continua a ser superior a 120% enquanto a dívida espanhola está ligeiramente abaixo dos 100%. Além disso, a economia espanhola cresceu mais do que a economia portuguesa na última década.