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Commerzbank não exclui possibilidade de DBRS melhorar a perspectiva do rating de Portugal
Apesar de não descartar uma melhoria, o banco alemão tem como cenário mais provável a manutenção da tendência "estável". Isto porque, apesar das notícias "encorajadoras", ainda há eventos de risco pela frente.
No próximo dia 21 de Abril, a única das grandes agências de notação financeira que avalia Portugal acima do nível de lixo, vai pronunciar-se sobre o rating do país. Para o Commerzbank, esta revisão crucial não deverá ser um "thriller", podendo mesmo resultar numa melhoria da perspectiva do rating, actualmente com tendência "estável".
No entanto, esse não é o cenário central do banco alemão que considera "prematura" uma decisão desse nível, dada a venda do Novo Banco, ainda em andamento, e outros eventos de risco nas próximas semanas. Ainda que não exclua uma melhoria da perspectiva, o Commerzbank espera que a agência canadiana reafirme a tendência estável.
"Não descartamos a possibilidade de a DBRS mudar a tendência para positiva, dado o seu historial de ser muito "branda" (‘dovish’) em relação a Portugal. No entanto, dado os eventos de risco durante as próximas semanas e a venda do Novo Banco, isso parece prematuro na nossa opinião", lê-se numa nota da instituição alemã a que o Negócios teve acesso.
Em vez disso, o Commerzank antecipa que a agência de rating "reafirme a tendência estável" com base nas notícias "encorajadoras" sobre a descida do défice superior ao esperado, o crescimento económico do país e os avanços na reestruturação do sector bancário.
Ainda esta quarta-feira, o INE reviu em baixa o défice de 2016 dos anteriores 2,06% para 2,01% do PIB, um resultado que deixa Portugal mais perto de sair do Procedimento dos Défices Excessivos (PDE).
Esta revisão da DBRS, que avalia Portugal em BBB (baixo) - um nível acima de "lixo" – é de particular importância, na medida em que a sua avaliação garante a elegibilidade da dívida nacional para o programa de compras do BCE.
Na última análise a Portugal, feita em Outubro do ano passado, a agência referiu que "a tendência estável reflectia o progresso de Portugal na redução do défice orçamental e das medidas proactivas para fortalecer o sector bancário".