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CGD paga 1,275% para se financiar em 500 milhões. Procura sete vezes superior à oferta

A Bloomberg adianta que a Caixa Geral de Depósitos está no mercado a emitir 500 milhões de euros em obrigações a cinco anos, sendo que a procura foi sete vezes superior à oferta, ascendendo a 3,5 mil milhões.

Miguel Baltazar/Negócios
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Pela primeira vez desde que concluiu o processo de recapitalização, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) regressou ao mercado para uma emissão de 500 milhões de euros de dívida sénior a cinco anos. Isto no âmbito do plano de emissões que terá de cumprir até 2022.

 

De acordo com a Bloomberg, a taxa de juro final foi fixada em 1,275%, valor que resulta da soma de um prémio de 150 pontos base à taxa de juro de mercado a cinco anos (mid-swap do euro), que está esta segunda-feira em -0,2076%. A taxa de cupão é de 1,25%.

Já a procura foi mais de sete vezes superior à oferta disponível, alcançando os 3.500 milhões de euros. "A receção e interesse manifestados por parte dos investidores refletem a evolução positiva registada pela CGD na implementação do plano, nomeadamente pela melhoria de rentabilidade, solvabilidade e qualidade dos ativos, traduzindo-se numa significativa diminuição do custo de financiamento da CGD", explica o banco. Ao todo, o livro de ordens recebeu cerca de 220 ordens. 

Quanto à distribuição geográfica da colocação junto dos investidores, "destacaram-se o Reino Unido (28%), França (16%), Portugal (16%), Holanda (8%), Espanha (8%), e Itália (7%). Por tipo de investidores salienta-se as gestoras de ativos, que tomaram mais de 70% do total da emissão", refere ainda a Caixa. 

 

Na semana passada, a Bloomberg avançou que o banco do Estado queria aproveitar as taxas de juro em mínimos históricos e estava, por isso, a sondar o apetite do mercado por obrigações da CGD. Para isso, contratou cinco instituições financeiras: CaixaBI, HSBC, Morgan Stanley, NatWest Markets e Société Générale.

 

O "road show" teve lugar a 14 e 15 de novembro em Paris e Londres, "durante o qual a CGD realizou reuniões com cerca de 40 investidores", afirma a Caixa. Os títulos, segundo a Bloomberg, deverão receber uma notação financeira de Ba2 da Moody’s; BB+ da Fitch e BBB Baixo da DBRS.

 

O banco do Estado foi pela última vez ao mercado de dívida em junho de 2018, emitindo 500 milhões de euros numa operação que marcou a última etapa do processo de recapitalização do banco do Estado que totalizou mais de 4,8 mil milhões de euros.

 

Os títulos emitidos no ano passado eram obrigações subordinadas, que estão classificadas para contar para o capital Tier 2, com um vencimento a 10 anos. Estas obrigações pagam uma taxa de juro de 5,75% nos primeiros cinco anos, ao fim dos quais a taxa pode sofrer alterações porque depende da evolução do mercado. Têm um risco superior às que a CGD pretende agora emitir.

A ida ao mercado, esta segunda-feira, enquadra-se no plano de emissões da CGD para cumprir os requisitos mínimos de capital conhecidos por MREL. "Esta emissão é a terceira colocada nos mercados de dívida internacionais desde o início da implementação do Plano Estratégico 2017-2020, todas com diferentes níveis de subordinação, melhorando o perfil de risco da Caixa", refere o banco no comunicado. 

O banco tem de emitir perto de dois mil milhões de euros até ao final de 2022, conforme adiantou Paulo Macedo, presidente da CGD, em junho. Um esforço que, segundo o gestor, é "perfeitamente acomodável para a Caixa". 


(Notícia atualizada às 16:51 com o comunicado da CGD.)

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