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Bill Gross: Obrigações são um "investimento de lixo"

O "rei das obrigações" arrasa o investimento em "treasuries" e avisa que os fundos que investem em obrigações vão registar prejuízos nos próximos meses.

Reuters
04 de Setembro de 2021 às 12:57
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Conhecido como o "rei das obrigações", Bill Gross, está pessimista para estes títulos. Com os juros a negociarem em valores mínimos – em muitos casos abaixo de zero – o investidor compara as obrigações à liquidez, argumentando que qualquer um dos dois ativos são um "investimento de lixo" e vão render prejuízos aos investidores.

 

Com as norte-americanas "treasuries" a negociarem acima de 1,3%, Gross defende que as "yields" são tão baixas que os fundos que investem nestes títulos pertencem à "lata de investimento de lixo", escreveu o guru no seu site.

 

O co-fundador da Pimco, da qual saiu em 2014 para se juntar à Janus, anunciou a sua reforma em 2019, mas continua a acompanhar os mercados. E segundo Gross as perspetivas para os mercados obrigacionistas não são as mais favoráveis.

 

De acordo com as previsões do investidores, as "treasuries" deverão subir para 2% nos próximos 12 meses, determinando perdas de cerca de 3% para os investidores. Quanto às ações, estes títulos também podem cair para uma categoria de "lixo", caso os resultados das empresas desapontarem as expectativas dos analistas.

 

Até agora, as bolsas mundiais têm estado a negociar em máximos históricos, animadas pelos bons resultados e pelas expectativas que a recuperação continue a sustentar o regresso a níveis pré-pandemia.

 

Quanto aos ativos de liquidez, Gross é categórico: "o dinheiro tem sido lixo por um longo período de tempo", mas agora há outras classes de ativos a juntarem-se, como as obrigações.

 

Gross já mantém uma visão negativa para as obrigações há longos meses, mas as perspetivas do investidor tornaram-se mais negativas, num momento em que o mercado se prepara para uma alteração na política monetária da Reserva Federal dos Estados Unidos.

 

A Fed tem absorvido cerca de 60% das novas emissões de obrigações no país, ao abrigo do programa de compra de ativos implementado, mas deverá começar a reduzir as compras, numa altura em que a procura por bancos centrais estrangeiros e outros investidores está a abrandar. Uma situação que deverá pesar na negociação, avisa Gross.

 

E mesmo que a inflação regresse aos 2% que permitem ao banco central dos Estados Unidos manter os juros nos níveis atuais – estão num intervalo entre 0% e 0,25% - o investidor questiona: "Quantos mais programas de investimento fiscal podemos suportar sem pagar por isso com taxas de juro mais elevadas?"

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