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BCE trava a fundo compras de dívida portuguesa. Janeiro foi o mês menos activo do programa
O BCE continua a desacelerar as compras de obrigações nacionais. Em Janeiro teve o mês menos activo desde o início do programa alargado de compra de activos. Comprou menos de metade da meta implícita.
O BCE voltou a reduzir o ritmo das compras mensais de obrigações portuguesas. Em Janeiro, as aquisições foram de 688 milhões de euros, o mês menos activo desde o início do programa alargado de compra de activos, em Março de 2015. E o montante é menos de metade do implícito pela participação de Portugal na chave de capital do BCE, 1.400 milhões de euros.
Desde Abril que as compras do banco central ficam abaixo da meta indicativa e, de mês para mês, estão cada vez mais baixas. Os analistas têm avisado que, dada a regra de que o banco central não pode deter mais de 33% de uma linha de obrigações ou do total dos títulos de dívida considerados pelo programa, o BCE está a ficar sem margem de manobra para comprar obrigações nacionais. Alguns bancos de investimento mostraram mesmo cautela para a evolução das obrigações portuguesas devido a esse factor.
Em Dezembro, o BCE alterou alguns dos parâmetros das compras. Mas manteve aquela limitação, com Draghi a referir constrangimentos institucionais para a alterar. A menor actividade do BCE no mercado, a par da maior percepção risco sobre a dívida europeia e da reavaliação das obrigações a nível global, tem penalizado as taxas portuguesas.
Se antes da reunião do BCE de 8 de Dezembro, a taxa a dez anos era de 3,513%, esta segunda-feira transacciona em 4,237%, o valor mais elevado em quase um ano. Já o prémio de risco, a diferença entre o que o mercado exige para deter títulos portugueses em vez de alemães, está no nível mais elevado desde 2014.
(Notícia actualizada às 15:25 com mais informação)