Queria 25, podia aumentar para 40 mil milhões de dólares. A Anheuser-Busch InBev NV acabou por colocar 46 mil milhões de dólares (42,2 mil milhões de euros) em obrigações, naquela que poderá vir a ser a maior emissão de dívida de sempre. Poderá ainda bater o recorde de 49 mil milhões que pertence à Verizon.

A AB InBev recebeu manifestações de interesse de investidores de mais de 110 mil milhões de dólares, quase metade do total da dívida portuguesa. Uma forte procura, a mais elevada alguma vez registada numa operação de financiamento de uma empresa, que levou a cervejeira a rever o montante a colocar de 25 para 46 mil milhões.

A emissão não é recorde, mas poderá vir a sê-lo. Tendo em conta que está ainda a colocar parte dos títulos noutras divisas, há margem para que a operação da AB InBev possa bater a da operadora de telecomunicações (realizada em 2013), nota a Bloomberg.

"Houve um interesse tremendo por estas obrigações", notou Donald Ellenberger, gestor da Federated Investors, à Bloomberg. "É uma empresa de consumo de elevada qualidade e isso ditou o forte interesse" dos investidores numa altura em que é também elevada a tensão nos mercados accionistas.

Além da qualidade da empresa, e do stress nos mercados, a AB InBev despertou também o interesse dos investidores com os juros prometidos nestes títulos de dívida. A taxa média rondou os 3,9%, sendo que no prazo mais longo, a 30 anos, a empresa vai pagar um juro de 4,9%.

Estas taxas mais baixas do que o inicialmente previsto vão permitir à empresa poupar cerca de 100 milhões de dólares em juros anuais. Reduz-se assim a factura para comprar a SABMiller, num negócio que vai criar a "OPEP das cervejas". A aquisição foi um dos maiores negócios realizados em 2015.