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Europa fecha no vermelho. Tarifas de Trump penalizam setor automóvel
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta terça-feira.
Europa fecha no vermelho. Tarifas de Trump penalizam setor automóvel
As ações europeias fecharam em baixa esta terça-feira, com os investidores a reagirem negativamente ao anúncio das tarifas que Donald Trump quer implementar quando tomar posse sobre vários países, o que poderá resultar numa guerra comercial alargada.
A indústria automóvel foi especialmente penalizada, uma vez que os países visados pelas tarifas – China, México e Canadá - têm uma grande relevância para as empresas europeias do setor.
O Stoxx 600 perdeu 0,5%, enquanto o alemão DAX recuou 0,52%, o francês CAC desceu 0,87% e o britânico FTSE caiu 0,40%.
As cotadas da indústria automóvel recuaram 1,7%, com a Stellantis, que detém marcas como a Dodge e a Jeep, a cair quase 5%. Em sentido contrário, as ações de media e bens domésticos conseguiram registar ganhos.
Na madrugada de terça-feira, Trump anunciou tarifas de 10% sobre a China e de 25% sobre todos os produtos vindos do Canadá e do México devido ao alegado descontrolo nas fronteiras. Contudo, as tarifas ficaram abaixo do que alguns analistas esperavam, em que as taxas poderiam chegar aos 60%.
Juros da dívida dividem-se na Europa. Crise em França agrava yields
Os juros das dívidas soberanas europeias dividiram-se entre ganhos e perdas esta terça-feira, depois de a crise orçamental em França ter feito o spread entre as yields das obrigações soberanas francesas e da Alemanha, um indicador de risco para a dívida da Zona Euro, ter aumentado para níveis não vistos desde a crise da dívida soberana.
As yields das obrigações de França a 10 anos subiram 2,7 pontos para 3,046%, enquanto as congéneres das Bunds alemãs recuaram 2,2 pontos base para 2,184%.
Em Itália, os juros recuaram 0,9 pontos base para 3,463%.
Na Península Ibérica, as yields desceram 0,1 pontos base em Espanha e subiram 0,9 pontos base em Portugal para 2,937% e 2,687%, respetivamente.
Fora da Zona Euro, as yields das Gilts britânicas a 10 anos subiram 0,9 pontos base para 4,531%.
Dólar modera ganhos. Analistas acreditam que tarifas são "tática de negociação"
Depois de ter disparado mais de 2% com o anúncio das tarifas adicionais de Donald Trump, os ganhos do dólar recuaram e, segundo o Index Spot da Bloomberg, avança a esta hora 0,2% face às principais divisas, para 107,033 pontos.
O Presidente eleito dos EUA anunciou que as tarifas adicionais que pretende impor à China, México e Canadá se devem à imigração ilegal e ao tráfico de drogas provenientes desses países. Ou seja, receios de uma guerra comercial alargada não estão em cima da mesa, isto porque o anúncio parece ser apenas uma tática de negociação, acreditam os analistas.
"O facto de Trump associar as tarifas a drogas e imigração, em vez de as associar ao comércio/câmbio/economia, dá um sinal aos investidores de que este anúncio é uma tática de negociação e não um instrumento de política", diz Dennis DeBusschere, da 22V Research.
Assim, o dólar avança 0,15% para 0,9542 euros. A nota verde valoriza sobretudo face ao yuan, peso mexicano e dólar canadiano – as moedas dos países atingidos pela medida.
O dólar disparou mais de 2% em relação ao peso mexicano e atingiu máximos de quatro anos e meio contra o dólar canadiano. Face ao renmimbi, a divisa norte-americana está a negociar em máximos de 30 de julho.
Ouro apático à espera de atas da Fed
Os preços do ouro estão a negociar na linha d'água, num momento em que a procura pelo ativo-refúgio cai devido ao otimismo em torno de um possível cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah. Por outro lado, as preocupações com a guerra na Ucrânia e as tarifas de Donald Trump sustentam o metal amarelo, introduzindo novos riscos no mercado acionista.
A esta hora, o ouro avança ligeiros 0,07% 2.626,84 dólares por onça, depois de ontem ter afundado mais de 3%.
Petróleo recupera. Produtores poderão recusar o "drill, baby, drill", diz Exxon
Os preços do "ouro negro" estão a recuperar após a queda de 3% registada na sessão anterior, num momento em que os investidores digerem o anúncio do Presidente eleito dos EUA. Donald Trump quer impor tarifas adicionais sobre produtos importados do Canadá e México em 25%, e à China, de 10%.
O West Texas Intermediate (WTI), de referência para os EUA, avança 1,2% para 69,76 dólares, enquanto o Brent, o benchmark para o continente europeu, sobe 1,11% para 73,82 dólares.
O Canadá exporta quatro milhões de barris por dia de petróleo bruto, e a grande maioria tem como destino os EUA. Apesar da promessa de Trump ontem feita, os analistas acreditam que é "improvável" que o republicano imponha tarifas sobre o petróleo canadense, já que não pode ser facilmente substituído por diferir do tipo de matéria-prima pelos norte-americanos.
Além disso, a escolha de Scott Bessent para secretário do Tesouro traz consigo promessas de aumentar a energia produzida no país. De acordo com a Reuters, a equipa de Donald Trump está assim a preparar um pacote de energia para anunciar dias depois da tomada de posse - que inclui o aumento de perfuração de crude. Mas, a Exxon Mobil contraria esta ]ultima medida e acredita que os produtores de petróleo e gás não vão fazer crescer a produção.
"Acredito que seja improvável uma mudança radical, porque a grande maioria dos produtores, se não todos, está principalmente concentrada na sua economia", disse Liam Mallon esta terça-feira, numa conferência em Londres. "Acho que não vamos ver ninguém em modo "drill, baby, drill", acrescentou.
Os EUA aumentaram a produção de "ouro negro" em 45% na última década extraem mais de 13 milhões de barris de crude por dia, ultrapassando qualquer outro país.
A Organização de Países Exportadores de Petróleo reúne este domingo, segundo as agências de notícias, pode considerar manter os atuais cortes na produção de petróleo em 2025.
Wall Street indecisa após tarifas de Trump. Setor automóvel em queda
Wall Street arrancou a negociação desta terça-feira em terreno misto, com os investidores ainda a digerirem o facto de Donald Trump querer aumentar as tarifas sobre produtos chineses, mexicanos e canadianos. Ainda antes do fecho da sessão, a Reserva Federal (Fed) norte-americana vai divulgar as atas da última reunião de inícios de novembro, altura em que o banco central decidiu reduzir as taxas de juro em 25 pontos base.
O Nasdaq Composite avança, a esta hora, 0,61% para 19.170,85 pontos, enquanto o S&P 500 ganha 0,25% para 6.002,64 pontos. Já o Dow Jones Industrial Average contraria a tendência destes principais índices e recua 0,46% para 44.529,18 pontos
O setor automóvel está a ser um dos mais pressionados pelo anúncio de Donald Trump, uma vez que "possuem cadeias de abastecimento altamente integradas nas fronteiras do México e do Canadá com os EUA", como explica o economista-chefe da UBS, Paul Donovan, à Reuters. Desta forma, empresas como a Ford e a General Motors arrancaram a sessão em território negativo, ao caírem 2,68% e 7,64%, respetivamente.
Na sessão de segunda-feira, tanto o S&P 500, como o Dow Jones, tocaram em máximos históricos durante a negociação – com o último a encerrar em níveis recorde, à boleia da nomeação de Scott Bessent como novo secretário do Tesouro norte-americano. As empresas de menor capitalização têm ganho maior destaque nas últimas sessões, o que impulsionou o índice Russell 2000 a alcançar também máximos históricos. No entanto, com as perspetivas de uma nova guerra comercial, este índice arrancou a sessão desta terça-feira em baixa.
Entre as principais movimentações de mercado, a Wells Fargo avança 0,29%, após a Reuters ter reportado que o limite de ativos do banco, no valor de 1,95 mil milhões de dólares, poderia ser levantado no próximo ano. Já a Amgen afunda mais de 9%, depois de o seu medicamento experimental para perda de peso ter ficado abaixo das expectativas dos analistas.
Euribor cai de novo para novos mínimos a três, seis e 12 meses
A Euribor desceu hoje de novo a três, a seis e a 12 meses para novos mínimos desde março de 2023 e dezembro e outubro de 2022, respetivamente.
Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que baixou para 2,892%, continuou acima da taxa a seis meses (2,676%) e da taxa a 12 meses (2,393%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro de 2023, baixou hoje para 2,676%, menos 0,035 pontos e um novo mínimo desde 21 de dezembro de 2022.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a setembro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,26% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representavam 33,37% e 25,46%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, baixou hoje para 2,393%, menos 0,023 pontos do que na segunda-feira e um novo mínimo desde 05 de outubro de 2022.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses baixou hoje, ao ser fixada em 2,892%, menos 0,087 pontos do que na sessão anterior e um novo mínimo desde 20 de março de 2023.
A média da Euribor em outubro desceu a três, a seis e a 12 meses, mais acentuadamente do que em setembro e com mais intensidade nos prazos mais curtos.
Em 17 de outubro, o BCE cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar "no bom caminho" e a uma atividade económica pior do que o previsto.
Depois do encontro de 17 de outubro na Eslovénia, o BCE tem marcada para 12 de dezembro a última reunião de política monetária deste ano.
Em 18 de setembro foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Tarifas de Trump pressionam setor automóvel que empurra Europa para o vermelho
As bolsas europeias estão a negociar em baixa esta terça-feira, depois de terem atingido máximos de duas semanas na sessão anterior. Os investidores estão a digerir o anúncio de Donald Trump de aumentar as tarifas sobre os produtos importados de uma série de países, o que está a aumentar os receios de uma nova guerra comercial – que se pode estender ao bloco europeu.
O "benchmark" para a negociação da região, Stoxx 600, recua 0,62% para 505,62 pontos, revertendo os ganhos registados na sessão de segunda-feira. O setor automóvel é o que mais está a pressionar as bolsas europeias, acompanhado do setor do retalho e mineiro. Já as ações das telecomunicações, tipicamente vistas pelos "traders" como investimentos mais seguros, registam perdas residuais.
"Setores como o automóvel, que possuem cadeias de abastecimento altamente integradas nas fronteiras do México e do Canadá com os EUA, são muito vulneráveis" ao aumento de tarifas, como explica à Reuters o economista-chefe do UBS GWM, Paul Donovan. Desta forma, empresas como a Volkswagen e a Stellantis encontram-se a perder 1,97% e 4,42%, respetivamente.
Entre as principais movimentações de mercado, a Roche cai cerca de 1%, depois de um estudo da empresa sobre o cancro no pulmão em estado avançado não ter conseguido atingiu o seu objetivo principal. A empresa suíça planeia ainda adquirir a empresa biofarmacêutica norte-americana Poseida Therapeutics, num negócio que pode chegar até aos 1,5 mil milhões de dólares.
Já a Melrose Industries lidera os ganhos do Stoxx 600 ao crescer mais de 8%, depois de o JP Morgan ter revisto em alta o preço-alvo da empresa britânica dedicado ao fabrico de peças aeroespaciais.
Entre as principais praças europeias, Madrid cai 0,87%, Paris cede 0,65%, Frankfurt desvaloriza 0,55%, Londres regista um decréscimo de 0,43%, enquanto Amesterdão recua 0,37% e Milão desce 0,65%.
Juros agravam-se na Zona Euro com Trump e BCE na mira
Os juros das dívidas soberanas do bloco da Zona Euro estão a agravar-se esta terça-feira, num dia pouco movimentado em termos de dados económicos. A atenção dos investidores centra-se agora nas intervenções de membros do Banco Central Europeu, que podem dar pistas sobre o futuro da política monetária no bloco, e no anúncio de aumento de tarifas sobre produtos importados de uma série de países por Donald Trump.
A "yield" da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, avança 0,5 pontos base para 2,684%, enquanto a rendibilidade da dívida espanhola recua 0,1 pontos para 2,935%
Por sua vez, a "yield" da dívida alemã a dez anos, de referência para a região, agrava 0,5 pontos para 2,211%. Já a rendibilidade da dívida francesa, com a mesma maturidade, sobe 0,5 pontos base para 3,025%, enquanto a da italiana cresce 0,7 pontos até 3,479%.
Fora do bloco europeu, os juros das "gilts" britânicas, também a dez anos, agravam 2,2 pontos base para 4,364%.
Dólar volta a ganhar força
Depois de sessões com alguma volatilidade, o dólar encontrou um novo catalisador na promessa de Donald Trump aumentar as tarifas sobre produtos importados da China, México e Canadá. Os investidores antecipam, agora, uma guerra comercial entre os EUA e uma série de países.
Numa reação inicial ao anúncio do presidente-eleito, o dólar disparou mais de 2% em relação ao peso mexicano e atingiu máximos de quatro anos e meio contra o dólar canadiano. Face ao renmimbi, a divisa norte-americana está a negociar em máximos de 30 de julho.
O índice do dólar – que mede a força da moeda em relação às suas seis principais concorrentes – avança, a esta hora, 0,09%, perdendo alguma da sua força inicial. No entanto, contra as divisas que não são diretamente afetadas pelo aumento das tarifas sobre estes três países, o dólar não se consegue manter à tona.
O euro avança 0,15% para 1.0511 dólares, enquanto a libra permanece praticamente inalterada em relação à sessão de ontem. Já contra o iene, o dólar recua 0,12%.
Alguns analistas estão, no entanto, a ver este anúncio mais como uma tática de negociação, em vez de uma promessa. Lynn Song, economista-chefe da ING pela China, afirma à Reuters que "o lado positivo disto tudo é que, em vez de um cenário de aumento de tarifas onde não existe grande espaço para evitar uma segunda guerra comercial, este anúncio pode servir como uma arma de negociação, de forma a evitar resultados mais danosos".
Já no mundo das criptomoedas, a bitcoin continua a afastar-se da marca dos 100 mil dólares e dos máximos em que tocou na sexta-feira. A esta hora, o criptoativo mais famoso do mundo até avança em relação à sessão de segunda-feira, mas negoceia no intervalo dos 94 mil dólares.
Ouro continua a perder terreno com aumento de tarifas no horizonte
Os preços do ouro estão a negociar em baixa, numa altura em que o anúncio de Donald Trump de aumentar as tarifas sobre produtos importados da China, México e Canadá está a dar ímpeto à divisa norte-americana. Um dólar mais forte tende a reduzir o interesse dos investidores no ouro, uma vez que torna a compra deste metal precioso mais cara.
O ouro recua, a esta hora, 0,37% para 2.615,27 dólares por onça, alastrando as perdas já registadas na sessão anterior. O metal precioso caiu 3,4% na segunda-feira, depois de Israel ter afirmado que estava a dias de conseguir de conseguir um acordo de cessar-fogo com o Hezbollah, no Líbano. O recuo nas tensões geopolíticas está a retirar algum do prémio de risco sobre o ouro.
"Depois do ‘sell-off’ registado ontem, o ouro está a conseguir aguentar-se relativamente bem, o que sugere que ainda regista alguma procura como um ativo-refúgio", afirma Matt Simpson à Reuters. No entanto, o analista da City Index prevê "alguma turbulência no horizonte, especialmente com Trump de volta à ribalta".
Apesar dos recuos mais recentes, o ouro pode encontrar um novo catalisador na reunião de dezembro da Reserva Federal (Fed) norte-americana. Esta segunda-feira, o governador da Fed de Minneapolis, Neel Kashkari – conhecido por ser um dos membros mais "hawkish" do banco central –, afirmou que estava disponível para cortar nas taxas de juro já na próxima reunião.
De acordo com a FedWatch Tool do CME Group, os mercados veem uma probabilidade de 55,9% da Fed aliviar a sua política monetária em 25 pontos base em dezembro. Os investidores continuam à espera de uma série de dados para aumentarem ou reduzirem as suas certezas sobre este movimento – e, esta terça-feira, os dados sobre a confiança dos consumidores e as atas da última reunião do banco central podem dar pistas sobre o futuro da política monetária do país.
Petróleo recupera de maior queda em quase um mês
Os preços do petróleo estão a negociar em ligeira alta, numa altura em que o mercado se encontra a digerir o mais recente anúncio de Donald Trump, que pretende aumentar as tarifas nos produtos importados de uma série de países.
O West Texas Intermediate (WTI), de referência para os EUA, avança 0,20 % para 69,08 dólares, enquanto o Brent, o benchmark para o continente europeu, sobe 0,26% para 73,20 dólares.
Na segunda-feira, os preços do crude registaram a maior queda em quase um mês, ao recuarem 2,9%, depois de Israel ter afirmado que estava a dias de conseguir um acordo de cessar-fogo com o Hezbollah. Uma paragem no conflito diminuiria os riscos de disrupções na oferta de crude no Médio Oriente, mas ainda é incerto se a organização libanesa vai aceitar o cessar-fogo.
"Embora os sinais pareçam até construtivos, um acordo entre Israel e o Irão ainda pode falhar", o que poderia levar à retirada de posições curtas sobre o crude, como explica Chris Weston à Bloomberg. Para o analista da Pepperston Group, o mais recente anúncio de Trump pode ser apenas "inflamatório" e destinado a criar uma reação, antes do presidente-eleito nomear um representante comercial para o seu segundo termo.
Os investidores estão ainda a antecipar a reunião da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados), durante o fim de semana, onde será decidido se o cartel adia novamente a reversão dos cortes de produção ou vai em frente com o aumento da oferta.
Tarifas de Trump pressionam Ásia e levam Europa a terreno negativo
As bolsas asiáticas encerraram a sessão desta terça-feira maioritariamente em baixa, enquanto a Europa aponta para uma abertura em território negativo, com ambas as regiões a serem pressionadas pelo anúncio de Donald Trump de impor tarifas adicionais sobre os produtos chineses, mexicanos e canadianos.
Pela China, o Hang Seng de Hong Kong encerrou praticamente inalterado, enquanto o Shanghai Composite caiu cerca de 0,1%. Já o "benchmark" para a China Continental, o CSI 300, conseguiu inverter a tendência dos outros dois índices e terminou a sessão em alta, ao crescer 0,21%, apesar de Trump ter anunciado um aumento das tarifas sobre os produtos importados do país de 10%.
O presidente eleito justificou a decisão com uma alegada entrada massiva de narcóticos nos EUA oriundos da China, como escreveu numa publicação na sua rede social, Truth Social. O republicano disse também que vai assinar documentos para impor uma tarifa de 25% sobre todos os bens importados do Canadá e do México devido à entrada de imigrantes ilegais e drogas com origem nos dois países.
Pelo Japão, no dia em que foi divulgado que os preços nos serviços cresceram 2,9% em termos homólogos – no mês anterior tinham acelerado 2,8% -, o Nikkei 225 caiu 0,87%, enquanto o Topix também encerrou em baixa, ao ceder 0,96%. Já o sul-coreano Kospi desvalorizou 0,55%.
Apesar desta primeira reação ao anúncio de Trump, a introdução de tarifas sobre produtos importados não constituiu uma surpresa para o mercado. Como Ken Wong, analista da Eastspring Investments, afirma à Bloomberg, "a magnitude é a chave" para os investidores e "qualquer aumento abaixo dos 60% deve ser visto como positivo" – uma vez que o mercado já andou a incorporar um possível aumento das tarifas nas últimas semanas.
Pela Europa, a negociação de futuros também está a ser pressionada pela decisão do presidente-eleito. O Euro Stoxx 50 cai 0,8% no "premarket", contrariando a tendência de fecho registada em Wall Street na segunda-feira, que levou o Dow Jones e S&P 500 a alcançarem novos máximos.