Notícia
Os principais desenvolvimentos de quinta-feira, ao minuto
Acompanhe aqui os principais desenvolvimentos ligados ao conflito na Ucrânia, no dia em que se assinala um mês de guerra, e também os reflexos nos mercados.
- Futuros antecipam abertura a verde na Europa com atenções viradas para cimeira da NATO
- Joe Biden vai encontrar-se com aliados em Bruxelas
- Ouro estabiliza com investidores atentos à possibilidade de mais sanções à Rússia
- Dólar a subir há duas sessões. Euro novamente abaixo de 1,10 dólares
- Juros das dívidas soberanas voltam a agravar
- Petróleo a negociar com ganhos. Brent acima dos 122 dólares
- Bolsas europeias no verde, à exceção de Madrid. Oil & gas lidera ganhos entre os setores
- G7 quer impedir Putin de usar armas químicas e armas nucleares
- Bruxelas troca fornecedor de gás russo pelo "tio Sam". Acordo é assinado esta semana
- Siderúrgica russa é a primeira a não cumprir pagamento de cupão estrangeiro
- Kremlin diz que Abramovich participou nas negociações russo-ucranianas
- Secretário-geral da NATO pede a China que não apoie Rússia
- Wall Street arranca no verde. Números de subsídios de desemprego em mínimos de 52 anos
- Bolsa de Moscovo encerra em terreno positivo na sessão de regresso
- Parlamento Europeu pede plano de ação na UE para garantir segurança alimentar
- Zelensky pede à NATO caças, tanques e uma "assistência militar sem restrições"
- Petróleo cede terreno com pressão de Biden e aliados sobre Moscovo
- Ouro valoriza com o fim das transações com o Kremlin. Euro na linha de água
- Cidades ocidentais ucranianas vivem relativa normalidade
- Juros agravam-se de forma expressiva na Zona Euro e nos EUA
- Marcelo dá luz verde a apoios a famílias e empresas de transporte
- Dentro de duas semanas estará definido um vencedor na guerra da Ucrânia, diz Borrell
- Vermelho domina fim de sessão na Europa. Lisboa foge às perdas com subida expressiva
- Países da AIE querem reduzir importações de petróleo e gás da Rússia
- Macron diz que invasão russa foi "choque elétrico" para NATO
- Biden quer expulsar Rússia do G20 e convidar Ucrânia a participar nas reuniões
- Líderes do G7 coordenam sanções a transações em ouro pelo banco central da Rússia
- Metade das crianças ucranianas deslocadas pela guerra
- Ocado Zoom muda de logo por causa do Z
- Contratos para importação de energia russa são em euros, diz Scholz
- Rússia abre "corredor humanitário" para 67 barcos estrangeiros
- Suíça congela bens de cidadãos russos no montante de 5,6 mil milhões de euros
- EUA e UE prometem avançar com mais de 1,4 milhões em ajuda humanitária à Ucrânia
Os futuros das bolsas europeias antecipam um arranque de sessão em terreno positivo, num dia em que se assinala um mês desde que a Rússia invadiu a Ucrânia. Os futuros do Stoxx 50 estão a valorizar 0,159%.
Os investidores estão atentos a todos os desenvolvimentos ligados ao conflito na Ucrânia, num dia em que Joe Biden, o Presidente dos Estados Unidos, está em território europeu para participar na cimeira da NATO. O conflito na Ucrânia é o principal tema na agenda da reunião.
Além disso, a reabertura da bolsa de Moscovo, que volta a negociar esta quinta-feira, está também no centro das atenções. O índice MOEX esteve sem negociar desde dia 28 de fevereiro, depois de chegar a afundar 45% no primeiro dia da invasão. No arranque, a bolsa de Moscovo reabriu em terreno positivo e, pouco depois da abertura, o MOEX somava ganhos de 11%. Ainda assim, trata-se de uma reabertura parcial, já que apenas estão a ser negociados 33 títulos de cotadas russas, incluindo a Gazprom. Os títulos da petrolífera estão a valorizar 19,8% neste regresso à negociação, a cotar nos 273,8 rublos.
Na Ásia, a sessão já está encerrada e decorreu de forma mista. No Japão, tanto o Topix como o Nikkei fecharam em terreno positivo, a valorizar 0,14% e 0,25%, respetivamente. Já em Hong Kong, o Hang Seng fechou a cair 0,82%. Já o Kospi cedeu 0,2%.
A viagem de Joe Biden até à Europa terá como objetivo mostrar a união do Ocidente na condenação da invasão da Ucrânia. Os Estados Unidos têm condenado veemente as ações de Vladimir Putin e estará a ser preparado um novo pacote de sanções por parte da administração norte-americana, que visará figuras políticas e também oligarcas russos.
No Twitter, Joe Biden agradeceu ao primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, pela "calorosa receção em Bruxelas". Na mesma publicação, o Presidente norte-americano mostra entusiasmo "pelo trabalho juntos - com todos os aliados e parceiros - esta semana enquanto continuamos a responder à escolha de Putin de uma guerra na Ucrânia".
Thank you Prime Minister @alexanderdecroo for the warm welcome in Brussels. I'm looking forward to our work together — with all our Allies and partners — this week as we continue responding to Putin’s war of choice in Ukraine. pic.twitter.com/oDsANcaZOr
— President Biden (@POTUS) March 23, 2022
Os investidores estão atentos à possibilidade de novas sanções que visam a Rússia, num dia em que estão na agenda a cimeira da NATO, reunião do Conselho Europeu e ainda um encontro do G7. Joe Biden rumou a Bruxelas para reunir com os aliados, sendo expectável que deste encontro possa sair uma nova leva de sanções de resposta à Rússia.
A estabilização do ouro acontece depois de, na sessão anterior, este metal ter valorizado 1,15%, ultrapassando os 1.940 dólares.
Nos restantes metais, a prata e a platina estão a desvalorizar. A prata cede 0,05% para 25,10 dólares por libra e a platina cai 0,41% para 1.019,59 dólares por libra.
Assim, o dólar está a somar 0,11% perante divisas rivais, depois de na sessão anterior ter apreciado 0,13%.
Na Europa, o euro recua 0,19% para 1,0983 dólares, voltando a cair abaixo da fasquia de 1,10 dólares, tal como havia acontecido na semana passada. A moeda única regista a segunda sessão de desvalorização, depois de cair 0,23% esta quarta-feira.
A libra acompanha esta tendência e está também a cair, neste caso a perder 0,21% contra o dólar, para 1,3177 dólares.
Nota para o rublo, a moeda russa, que voltou a desvalorizar contra o dólar e o euro. Depois de as declarações de Putin, interessado em fazer os países "hostis" pagar por gás russo em rublos darem alento à moeda do país, a divisa está agora a corrigir. O rublo cai 1,06% contra o euro, depois de ontem ter disparado 9,3%. Já contra o dólar verifica-se uma desvalorização de 1,54%, que se segue aos ganhos de 8,81% esta quarta-feira.
Os juros da dívida alemã, que são vistos como referência para o bloco europeu, estão a agravar 1,9 pontos base na yield com maturidade a dez anos, para uma taxa de 0,481%.
Em Itália, os juros da dívida a dez anos agravam 2,9 pontos base para uma taxa de 2,009%, depois de na sessão anterior terem fechado abaixo de 2% por muito pouco.
Em Espanha, os juros da dívida sobem 1,9 pontos base para uma taxa de 1,386%. Por sua vez, os juros da dívida portuguesa a dez anos estão a agravar 1,6 pontos base para uma taxa de 1,259%.
É expectável que destes encontros possam sair novas sanções à Rússia, no dia em que assinala um mês desde o início do conflito na Ucrânia.
O West Texas Intermediate, que é negociado em Nova Iorque, está a valorizar 0,36%, com o barril nos 115,34 dólares.
Já o Brent do Mar do Norte, que serve de referência ao mercado português, está a somar 0,8%. O barril já está nos 122,57 dólares.
Devido ao conflito na Ucrânia, o petróleo já regista ganhos acima de 52% e 56% no WTI e Brent, respetivamente, até este ponto do ano. Com a escalada da invasão, o "ouro negro" regressou por momentos a valores de 2008.
Entre os setores, que estão divididos entre perdas e ganhos, a maior subida pertence ao setor do oil & gas, que soma 0,74%, seguido pelo setor das "utilities", a valorizar 0,64%.
Do lado das quedas, destaca-se a desvalorização do setor do retalho (-0,76%) e do setor dos media (-0,34%).
O PSI está a avançar 0,39%, enquanto o alemão DAX aprecia 0,34% e o francês CAC 40 0,53%. Em Londres, o FTSE está a valorizar 0,28% e a bolsa de Amesterdão está na "linha de água", com uns ténues 0,01%. Em Milão o índice avança 0,38%. Só a bolsa de Madrid foge às subidas, a ceder 0,06%.
Pelo menos é essa a informação que constará de um rascunho de um comunicado do G7, avançado pela agência Bloomberg. Neste documento consta ainda que os líderes do G7 têm também planos para impor "consequências duras" à Rússia, recorrendo mais uma vez a sanções.
"Encarregamos os ministérios relevantes para estarem focados numa iniciativa que permita monitorizar a implementação total de sanções e para coordenar as respostas relativas a medidas evasivas, incluindo as transações com recurso a ouro pelo Banco Central da Rússia", indica o mesmo rascunho.
No mesmo documento, é ainda inscrito o pedido de que "mais países não dêem ajuda militar ou outro tipo de assistência que permita auxiliar a Rússia a continuar esta agressão à Ucrânia.
O grupo dos países do G7 é composto pela Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido.
A siderúrgica russa, Severstal, foi a primeira empresa russa a não pagar um cupão relativo a uma dívida denominada em moeda estrangeira, desde que foram impostas as sanções do Ocidente no âmbito da invasão do Kremlin à Ucrânia. O Citigroup bloqueou a transação e agora a companhia está em período de mora.
A Severstal não conseguiu pagar um cupão de 12,6 milhões de dólares em obrigações denominadas em dólares, tendo o período de carência de cinco dias terminado ontem.
Segundo a companhia e fontes próximas do processo contactadas pela Bloomberg, a causa deste incumprimento não reside na falta de solvabilidade mas apenas num impedimento burocrático que está a impedir o pagamento do cupão.
O Citigroup deu orientações à siderúrgica russa para que esta pedisse luz verde para a transação junto do Gabinete de Controlo de Ativos Estrangeiros dos EUA (na sigla inglesa OFAC), para que esta pudesse ser realizada, no entanto a empresa não seguiu este conselho, já que a mesma nem os seus acionistas figuram em nenhuma lista de sanções dos EUA, ao contrário do que acontece na UE e no Reino Unido, onde o accionista maioritário Alexey Mordashov faz parte da lista de sancionados.
"É uma situação extraordinária para nós", afirmou o CEO Alexander Shevelev. "Estamos neste momento a comunicar com os parceiros e a fazer o possível para garantir que os investidores recebam o que lhes é devido, de acordo com os termos da emissão obrigacionista", esclareceu o CEO.
"Espero que essa injustiça seja resolvida rapidamente e que os direitos dos investidores sejam respeitados", acrescentou Alexander Shevelev.
Contactada pela Bloomberg, fonte oficial do Tesouro dos EUA afirmou na quarta-feira que não pode fazer comentários sobre uma pessoa ou empresa que não foi alvo de sanções dos EUA. O Citibank de Nova Iorque é o correspondente bancário da subsidiária da siderúrgica no Luxemburgo que emitiu as obrigações. O Citibank de Londres atua como agente pagador e fiduciário do processo, segundo comunicado da empresa.
Esta é a primeira vez que uma empresa russa não cumpre os deveres adstritos a uma emissão obrigacionista denominada em moeda estrangeira.
A emissão tem um valor total de 800 milhões de dólares e paga uma taxa anual de 3,15%. Face a esta situação, só resta à empresa pedir uma licença ao OFAC, caso a resposta seja "não", ou a companhia não faça este pedido entra em situação de "default", segundo os especialistas contactados pela Bloomberg.
Jens Stoltenberg, secretário-geral da NATO, pediu esta quinta-feira à China para não apoiar a Rússia nesta guerra contra a Ucrânia.
Destacando a "significativa influência" que Pequim tem junto do Kremlin, a NATO pede ao país de Xi Jingping que "não dê apoio económico ou militar que permita apoiar a invasão russa".
"Em vez disso, Pequim deve utilizar a influência que tem junto da Rússia para promover uma resolução pacífica imediatamente", continuou Stoltenberg.
Nestas declarações, o secretário-geral da NATO reiterou que a organização não vai enviar tropas para o terreno na Ucrânia, tal como já tinha dito há um mês, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. Serão reforçadas, ainda assim, as regiões fronteiriças.
Num comunicado conjunto, divulgado esta quinta-feira, os governantes dos países que integram a NATO voltaram a condenar a agressão à Ucrânia, referindo que "esta é a ameaça mais grave à segurança Euro-Atlântica em décadas".
No mesmo comunicado, a NATO frisa que pretende responsabilizar não só a Rússia mas também a Bielorrússia - o país de
Aleksandr Lukashenko tem sido um aliado do Kremlin ao longo dos últimos anos. "Sanções massivas e elevados custos políticos já foram impostos à Rússia de forma a pôr um fim a esta guerra", remata esta nota conjunta.
Wall Street arrancou no verde, à medida que os juros da dívida soberana norte-americana a dez anos agravam, virando os investidores para o mercado de ações.
O "benchmark" mundial por excelência, S&P 500, segue a valorizar 0,38% para 4.473,83 pontos, enquanto o industrial Dow Jones sobe 0,34% para 34.479,35 pontos e o tecnológico Nasdaq Comoposite soma 0,36% para 13.976,81 pontos.
Entre os principais movimentos do mercado são destacar as ações do Spotify que desvalorizam 0,56% para 147,74 dólares, no mesmo dia em que a empresa anunciou um acordo com a empresa-mãe da Google, a Alphabet, que permite cobrar os valores da assinatura premium diretamente aos utilizadores da plataforma, sem necessidade de intermediários.
Em contraste, no mercado obrigacionista, os juros da dívida dos EUA a dez anos está a agravar 7,6 pontos base para 2,368%. A curva da yield sobre as obrigações com esta maturidade tendem assim a apontar para um risco cada vez maior de abrandamento económico.
Os investidores estão a vender os seus títulos, numa altura em que a Reserva Federal norte-americana (Fed) coloca em prática a sua política monetária "falcão" para fazer frente à elevada inflação, tendo já subido na semana passada a taxa de juro dos fundos federais em 25 pontos base.
Esta semana, o presidente do banco central, Jerome Powell, admitiu a possibilidade de subir as taxas de juro mais vezes este ano (para além das seis esperadas) e de forma mais intensa, uma posição apoiada pelas declarações dos últimos dias dos líderes regionais da Fed de St. Louis e Cleveland.
De acordo com a previsão da sociedade de investimentos PIMCO, a taxa de fundos federais põe chegar até 2,75% até ao final de 2023, apesar dos sinais de angústia demonstrados pelo mercado obrigacionista.
A favorecer o apetite dos investidores pelo mercado de ações estão ainda os números de pedidos de desemprego na semana passada que espalharam uma onda de otimismo em Wall Street. O número de cidadãos norte- americanos que solicitaram o pedidos de desemprego na semana passada caiu para seu nível mais baixo em 52 anos.
Os pedidos de desemprego caíram de 215.000 para 187.000 na semana que terminou a 19 de março, o valor mais baixo desde setembro de 1969, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Departamento do Trabalho dos EUA.
Assim, nesta sessão mais curta e com algumas limitações, já que apenas 33 das 50 cotadas estiveram a negociar, o MOEX fechou com ganhos de 4,4%. Durante a manhã, poucos minutos após a abertura, o índice russo chegou a registar ganhos de 11%.
De acordo com os dados divulgados, o volume total negociado foi de 108,6 mil milhões de rublos, o equivalente a 1,1 mil milhões de dólares.
Empresas como a Gazprom e a Lukoil registaram os maiores avanços na sessão. A primeira fechou a sessão a valorizar 2,82% (235 rublos), embora tenha chegado a negociar com ganhos de 22%. Na banca, o Sberbank apreciou 4,22% para 136,24 rublos. Ao longo da sessão,os títulos do banco russo chegaram a disparar 19,49%.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu aos países da NATO uma "assistência militar sem restrições" lembrando que não recebeu caças e tanques.
Zelensky salientou os chefes de Estado e de governo que integram a Aliança Atlântica que "o exército ucraniano tem resistido durante um mês em condições desiguais" lembrando que os vários apelas que tem vindo a lançar estão sem efeitos práticos.
Por isso, o presidente ucraniano aproveitou para insistir para que os membros da NATO disponibilizem aviões de combates e tanques, em particular para "desbloquear" Mariupol, Berdiansk ou Melitopol, cidades no sul da Ucrânia sitiadas ou ocupadas pelo exército russo.
"Têm milhares de aviões de combate, mas ainda não nos foi dado nenhum. Têm pelo menos 20 mil tanques. A Ucrânia pediu 1% de todos os vossos tanques. Deem-nos ou vendam-nos, mas ainda não temos uma resposta clara, e a pior coisa durante uma guerra é não ter respostas claras aos pedidos de ajuda", o Presidente ucraniano através de um vídeo exibido durante a cimeira da NATO que decorreu hoje em Bruxelas.
No vídeo publicado na conta de Zelensky na plataforma Telegram, o chefe de Estado ucraniano disse ainda que "para salvar o povo e as nossas cidades, a Ucrânia necessita de assistência militar sem restrições. Tal como a Rússia utiliza, sem restrições, todo o seu arsenal contra nós".
Os preços do "ouro negro" estão em terreno negativo, com os operadores a avaliarem o impacto do aumento dos custos de negociação nos principais mercados, enquanto Joe Biden está na Europa para participar no Conselho Europeu e falar sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a perder 2,22% para 118,90 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a recuar 1,93% para 112,71 dólares por barril.
O ouro segue a valorizar numa altura em que o Tesouro do EUA anunciou a proibição de transações - incluindo do metal amarelo - entre cidadãos norte-americanos e o Kremlin.
O ouro está a subir 0,93% para 1.961,92 dólares por onça. Prata, platina e paládio seguem esta tendência positiva.
O Tesouro norte-americano emitiu um aviso esta quinta-feira onde dá conta que são proibidas transações, incluindo de ouro, com o Kremlin.
"Os [cidadãos] norte-americanos estão proibidos de se envolver em qualquer transação – incluindo transações de ouro – que envolvam o Banco Central da Federação Russa, o Fundo Nacional de Riqueza Soberana da Federação Russa ou o Ministério das Finanças da Rússia", afirma o Tesouro na secção de perguntas e respostas sobre esta nova norma, fundamentada numa ordem executiva assinada pelo Presidente Joe Biden.
A negociação do metal amarelo está ainda a ser favorecida pela incerteza e o medo de que a guerra na Ucrânia continue a escalar, depois de a NATO ter anunciado que se estava a preparar para a possibilidade de utilização de armas químicas por parte do Kremlin.
A guerra na Ucrânia está a alimentar a especulação sobre a evolução daquele que é considerado o ativo-refúgio por excelência. Numa nota de "research" citada pela Bloomberg, o Morgan Stanley prevê que o ouro bata os dois mil dólares no final do ano. "A incerteza geopolítica deve elevar modestamente a cotação do ouro", defendem os analistas, que acrescentam que no final do ano "o ouro ficará sob pressão, à medida que os bancos centrais aumentam as taxas de juro para combater a inflação".
No mercado cambial, o índice do dólar da Bloomberg – que compara a "nota verde" com 16 divisas rivais -- está a subir 0,11% para 98,72 pontos, à medida que a yield da dívida soberana norte-americana a dez anos se agrava no mercado obrigacionista. Já o euro está na linha de água, valorizando ligeiramente (0,03%) para 1,1007 dólares.
Com mais de dez milhões de deslocados e milhares de civis mortos, a Ucrânia marca um mês desde a invasão russa com uma situação desigual: uma relativa normalidade instala-se em cidades ocidentais como Lviv, enquanto Mariupol, no sudeste, sofre um duro cerco e Kiev resiste apesar da proximidade das tropas russas.
Os juros das dívidas soberanas, quer dos EUA quer da Zona Euro, continuam a subir de forma expressiva, seguindo a tendência da última semana, em resposta às declarações do presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed) que esta segunda-feira admitiu subir mais e de forma mais intensa do que o esperado a taxa dos fundos federais, palavras que receberam o apoio posterior de vários líderes regionais do banco central.
A yield das bunds alemãs a dez anos – referência para o mercado europeu – está a somar 5,9 pontos base para 0,521%, alcançando o valor máximo desde que entrou em terreno positivo no dia 31 de janeiro, um fenómeno que não era visto desde 2019.
Em Itália, os juros da dívida com a mesma maturidade estão a subir 6,7 pontos base para 2,047%, o agravamento mais expressivo da zona euro.
Em França os juros das obrigações a dez anos aumentam 5 pontos base para 0,971%.
A Península Ibérica não foge à tendência, estando a yield da dívida portuguesa com a mesma maturidade a renovar máximos de março de 2018, tendo subido 2 pontos base para 1,283%. Desde o dia 7 de fevereiro que os juros da dívida nacional estão acima do patamar de 1%.
Em Espanha a yield das obrigações com a mesma maturidade sobe 4 pontos base, para 1,406%.
Nos EUA, epicentro desta tendência desde segunda-feira, os juros da dívida soberana a dez anos aumentam 4,2 pontos base para 2,334%, continuando a alcançar níveis que não eram vistos desde maio de 2019.
O diploma estabelece diversos apoios para os transportes de mercadorias, para os TVDE, e um regime de diferimento de obrigações fiscais para todo o setor.
O mesmo diploma cria um apoio de 60 euros justificado pelo aumento dos preços da alimentação que, segundo o Governo, será pago em abril, e que poderá chegar a cerca de 760 mil pessoas que têm tarifa social de eletricidade.
Há ainda medidas para facilitar o reconhecimento de qualificações aos refugiados - incluindo para profissões reguladas – e para facilitar o ingresso de estudantes no ensino superior.
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"Nas próximas duas semanas, as armas irão decidir para que lado cai a vitória, temos que continuar a apoiar a Ucrânia com armamento e equipamento militar", disse Borrell, à entrada para uma reunião do Conselho Europeu, em Bruxelas.
Esta reunião, cujo início estava previsto para as 16:30 (15:30 de Lisboa), deverá começar com uma hora de atraso dado que a cimeira da NATO terminou depois do previsto e foi seguida por uma reunião do G7.
"Isto é o que importa fazer: garantir que o material vá e que as pessoas o possam utilizar", acrescentou.
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Uma maré vermelha afogou as principais praças europeias, ficando apenas à tona as bolsas de Lisboa, Londres e Milão, à medida que os investidores digerem os últimos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia e em especial o prognóstico sobre o futuro da indústria - feito pela S&P Global.
O "benchmark" europeu por execelência, Stoxx 600, encerrou a sessão a perder 0,21% para 453,07 pontos. Dos 20 setores que compõem o índice, apenas cinco fecharam no verde. Retalho (-1,61%), viagens e imobiliário (cada um -0,89%) lideram as perdas.
As telecomunicações (0,81%) e produtos químicos (0,45%) foram os setores que registam ganhos mais expressivos.
Nas restantes praças europeias, o espanhol IBEX caiu 0,28%, o alemão DAX deslizou 0,07%, e o francês CAC 40 mergulhou 0,39%. Amesterdão sofreu uma queda de 0,13%.
Por sua vez, Londres manteve-se na linha de água (0,09%), enquanto Milão valorizou 0,42% e Lisboa 0,49%, tendo assim o PSI registado o ganho mais expressivo nas principais praças da Europa Ocidental.
Pela primeira vez, desde o início da guerra, a S&P Global publicou o seu inquérito junto de gestores onde aponta que o setor da indústria da manufatura vai enfrentar "uma crise sem precedentes", devido à subida dos preços das matérias-primas que irão alimentar o galopar da inflação.
"Ainda não há um fim da guerra à vista e a economia da Zona Euro vai continuar a navegar por águas difíceis nos próximos meses" alertou Christoph Swonke, economista do DZ Bank numa nota de "research", citada pela Bloomberg.
Estas são as duas principais mensagens da reunião ministerial anual da AIE, que terminou hoje em Paris, na qual se deixou a porta aberta a aumentar a oferta de petróleo com recurso a reservas estratégicas para acalmar a tensão.
O diretor executivo da AIE, Fatih Birol (na foto), salientou ao apresentar as conclusões, em conferência de imprensa, que todos os Estados-membros levaram a Paris medidas para reduzir as compras de hidrocarbonetos russos para punir Moscovo pela invasão da Ucrânia.
"São diferentes políticas, mas com um único objetivo: reduzir radicalmente as importações de gás e petróleo russos", indicou. Birol congratulou-se com a "unidade e determinação dos países-membros, que dão uma clara resposta à agressão russa".
Entre os 31 membros, as medidas variam em função do seu próprio nível de dependência do gás e petróleo da Rússia.
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O Presidente francês considerou hoje que a NATO recebeu um "choque elétrico" com a invasão russa na Ucrânia, sublinhando que os Aliados responderam de maneira "firme" e "unida", "frustrando os prognósticos" do Kremlin.
Falando em conferência de imprensa no quartel-general da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), pouco depois de ter participado na cimeira de líderes da Aliança, Emmanuel Macron recordou as palavras que proferiu em novembro de 2019 numa entrevista à revista britânica The Economist, quando considerou que a Aliança estava em "morte cerebral".
"A NATO acaba de receber um choque elétrico – eu que falava em morte cerebral em dezembro de 2019 –, o choque elétrico é que a conflitualidade voltou às suas fronteiras, porque a Rússia lançou uma guerra. Não contra um dos nossos membros, mas contra um vizinho próximo", afirmou.
O Presidente francês frisou que, desde o começo da guerra na Ucrânia, iniciada precisamente há um mês, a 24 de fevereiro, "o povo ucraniano, liderado pelo seu Presidente, resistiu, frustrando os cálculos da Rússia, que esperava uma vitória militar rápida".
Sábado
"A minha resposta é sim", disse Joe Biden, em conferência de imprensa à saída da reunião da NATO em Bruxelas, quando questionado sobre se a Rússia deve ser removida do G20. "Mas cabe a todos os membros do G20 decidir. Se os outros membros também concordarem, a Ucrânia deve poder assistir às reuniões do G20 como observador".
A medida deverá, no entanto, encontrar oposição da China, que já afirmou que votará contra a iniciativa. "A Rússia é um importante país membro [do G20]. Nenhum membro tem o direito de expulsar outro país", referiu o porta-voz da diplomacia chinesa Wang Wenbin, em conferência de imprensa na quarta-feira.
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"Encarregamos os ministros relevantes para ficarem em mãos com uma iniciativa focada em monitorizar a plena implementação de sanções e coordenar as respostas relacionadas com medidas preventivas, incluindo em relação a transações de ouro pelo banco central da Rússia", refere o G7 numa declaração hoje divulgada.
A posição oficial surge depois de a Casa Branca ter anunciado que os países do G7 e da UE vão sancionar as transações envolvendo reservas de ouro da Rússia, para evitar que Moscovo contorne as sanções impostas pelo Ocidente.
Na declaração, publicada após uma cimeira do G7 em Bruxelas no mesmo dia em que se realizam reuniões de alto nível da NATO e dos líderes da UE, os responsáveis do Grupo acrescentam estarem disponíveis "para aplicar medidas adicionais conforme necessário, continuando a agir em unidade".
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Um mês de guerra na Ucrânia levou à deslocação de mais de metade das crianças do país, disse hoje a UNICEF, citada pelo The Guardian.
Segundo a agência da ONU, 4,3 milhões de crianças, de entre os 7,5 milhões estimados de crianças que fazem parte da população ucraniana, tiveram de fugir das suas casas – sendo que 1,8 milhões fugiram do país e 2,5 milhões estão deslocadas noutras regiões da Ucrânia.
A retalhista online britânica Ocado está a redesenhar um novo logótipo para o seu serviço Zoom de entregas rápidas, menos de uma semana após ter lançado a marca. Isto por estarem a ser feitas comparações com o símbolo de batalha russo usado nos tanques e noutros veículos militares na Ucrânia-
A Ocado divulgou na passada sexta-feira o logótipo, com um Z a branco sobre fundo cor de rosa. Mas esta quinta-feira a empresa disse que teve de repensar o logo após terem sido feitas comparações com o uso do Z pelos russos – que tem tido uma ponte para a "suástica" da Alemanha nazi.
Um grupo colocou o logo no Twitter, a par com a bandeira da Ucrânia, dizendo: "bela altura para lançar uma marca usando um Z branco’. Outro observador declarou que "este não é o momento ideal para marcas Z", refere o The Guardian.
Reagindo ao anúncio feito na quarta-feira pelo Presidente russo, Vladimir Putin, de que passaria a exigir o pagamento em rublos, Scholz declarou também uma vez mais, no final de uma reunião de chefes de Estado e de Governo da NATO e do G7, que um embargo às importações de gás natural, carvão e petróleo da Rússia não fará parte do regime de sanções.
Segundo o chanceler alemão, trata-se de uma "decisão consciente" devido à dependência de muitos Estados europeus das referidas importações, mas defendeu a eficácia do resto das "duras sanções" impostas a Moscovo. "Vamos mantê-las o tempo que for necessário e reavaliar a sua eficácia uma e outra vez", advertiu Scholz.
Questionado sobre a possibilidade de pagar tais importações em rublos, sublinhou que os acordos e tratados são "precisos" no que diz respeito à divisa que deve ser utilizada nos pagamentos. "É o que sabemos, e vamos acompanhar a situação de perto, mas parece que está absolutamente claro na maioria dos casos", indicou o chanceler em Bruxelas.
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O responsável do Centro de Controlo da Defesa Nacional russo, Mikhail Mizintsev, disse num comunicado que se trata de barcos de 15 países que não podem sair de forma segura dos portos de Mykolaiv, Chernomorsk, Ochakov, Odessa e Yuzhny.
"A Federação Russa está a criar um corredor humanitário que representa uma via segura para o tráfego a partir da área de reunião, situada a 20 milhas (32 quilómetros) a sudeste do porto de Ilyichevsk", indicou Mizintsev.
O comprimento do corredor humanitário é de 80 milhas náuticas (148 quilómetros) a sudoeste e a largura de três milhas (5,5 quilómetros), indicou o responsável, precisando que abrirá diariamente, das 05:00 às 16:00 TMG, a partir de sexta-feira.
"Sublinhamos mais uma vez que, pela parte da Federação Russa, não haverá qualquer perigo para a liberdade de navegação civil", disse Mizintsev.
"Apelamos a toda a comunidade internacional, incluindo a Organização Marítima Internacional, para que influencie o lado ucraniano a tomar medidas eficazes, com o objetivo de desbloquear e garantir a saída segura dos barcos de Estados estrangeiros dos portos da Ucrânia", acrescentou.
Lusa
Aquele montante, que inclui propriedades dos sujeitos sancionados em áreas turísticas da Suíça, pode aumentar à medida que se identifiquem novos ativos, detalhou em conferência de imprensa o responsável pelas relações económicas internacionais do ministério, Erwin Bollinger.
O montante é um dos primeiros indicadores da fortuna acumulada neste país por empresários, políticos e outras pessoas próximas das altas esferas do poder russo e que foram objeto de sanções decididas pelos dirigentes de Berna.
A lista dos sancionados pela Suíça, similar à da União Europeia, inclui centenas de cidadãos russos, incluindo o presidente Vladimir Putin, o ministro de Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, deputados, dirigentes de empresas tecnológicas e de telecomunicações e outros oligarcas.
O presidente da Associação de Banqueiros Suíços, Marcel Rohner, calculou na semana passada que os bancos na Suíça tenham entre 150 mil milhões e 200 mil milhões de francos em ativos pertencentes a cidadãos russos, mas não detalhou a parte que pertence aos sancionados.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, indicou que a Suíça tem sido, com frequência, refúgio para as fortunas de empresários e políticos russos responsáveis pela invasão do seu país.
"Continuamos a mobilizar e coordenar ajuda humanitária significativa para apoiar as pessoas dentro da Ucrânia, aqueles que foram forçados a fugir e aqueles que foram afetados pelos graves impactos que a guerra da Rússia está a causar em todo o mundo", salientam a líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o Presidente norte-americano, Joe Biden, numa declaração publicada esta noite.
"Isto inclui mais de mil milhões de dólares [cerca de 900 milhões de euros, no câmbio atual] em assistência humanitária que os Estados Unidos estão dispostos a fornecer e 550 milhões de euros da UE", acrescentam.
Ao mesmo tempo, de acordo com Ursula von der Leyen e Joe Biden, "os Estados Unidos e a UE estão a coordenar estreitamente para assegurar que os seus esforços em matéria de proteção temporária e admissão humanitária, incluindo a reinstalação ou transferências, sejam complementares e forneçam o apoio muito necessário aos vizinhos da Ucrânia".
Além disso, Washington e Bruxelas "estão a apoiar o trabalho de peritos em documentação de crimes de guerra que estão a recolher provas no terreno na Ucrânia", adiantam.
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