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Comentários "hawkish" da Fed derrubam Europa
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados financeiros durante esta quinta-feira.
Comentários "hawkish" da Fed derrubam Europa
As principais praças europeias encerraram no vermelho esta quinta-feira, com os investidores a ganharem novos receios de que o período de taxas de juro mais altas se prolongue. A alimentar esta ideia estiveram as palavras de responsáveis da Reserva Federal (Fed) norte-americana defenderam que não é necessário "no curto prazo" ajustar as taxas diretoras.
Este discurso penalizou Wall Street e acabou por contagiar igualmente as praças do Velho Continente, com exceção de Lisboa.
O Stoxx600 cedeu 0,40%, enquanto o alemão DAX30 caiu 0,79% e o parisiense CAC40 recuou 0,27%.
Em Londres, o FTSE100 perdeu 0,47%, ao passou que o italiano FTSEMib caiu 0,96% e o espanhol Ibex35 tombou 1,16%.
Decisão do BCE leva a agravamento de juros na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro agravaram-se esta quarta-feira, o que sinaliza menos apetite por obrigações pelos investidores, isto no dia em que o Banco Central Europeu decidiu manter as taxas de juro inalteradas pela quinta vez consecutiva.
A presidente do banco central, Christine Lagarde, afirmou que, caso a inflação se mantenha em direção aos 2%, "será adequado reduzir o atual nível de restritividade da política monetária". Ainda assim, o possível corte das taxas estará dependente de mais dados inflacionistas até junho, na região e nos EUA.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, subiram 3,9 pontos base, para 3,123%, enquanto em Espanha a "yield" agravou-se em 4 pontos, para 3,278%.
Os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, avançaram 2,8 pontos base, para 2,460%.
Já "yield" da dívida italiana aumentou 6,8 pontos, até aos 3,866%, e a da dívida francesa agravou-se em 3,6 pontos base, para 2,958%.
Fora da Zona Euro, a rendibilidade da dívida britânica subiu 5,5 pontos base para 4,199%.
Inflação nos EUA esfria petróleo
O petróleo desvaloriza, com a inflação nos EUA acima do esperado a cortar o otimismo no mercado de crude, alimentado pela possibilidade de ataques a Israel pelo Irão, em retaliação pelo ataque à sua embaixada na Síria.
O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, desliza 0,86% para 85,47 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, cai 0,54% está inalterado nos 89,99 dólares por barril.
Na quarta-feira foram divulgados dados que deram conta de uma aceleração da inflação nos Estados Unidos para 3,5%, acima do esperado, depois de ter alcançado os 3,2% em fevereiro. A subida pode fazer a Reserva federal norte-americana adiar o corte dos juros, o que pode ter impacto no preço do petróleo.
Este ano o petróleo já valorizou 19%, impulsionado pelas tensões geopolíticas e pelos cortes de produção da OPEP. Muitos analistas e bancos de Wall Street acreditam que o preço do crude pode voltar a ultrapassar os 100 dólares por barril.
Ouro resiliente após dados da inflação nos EUA
Os preços do ouro estão a subir ligeiramente e vão resistindo à possibilidade de adiamento do corte das taxas de juro pela Reserva Federal dos EUA. A garantir a estabilidade do metal amarelo estão o índice de preços no produtor norte-americano, a persistência das tensões geopolíticas e as compras pelos bancos centrais.
O ouro valoriza 0,09% para os 2,336.15 dólares por onça.
O "rally" de preços foi interrompido pelos dados da inflação mais altos nos EUA, nomeadamente do índice de preços ao consumidor, que aumentou mais do que o esperado em março.
Em direção contrária, o índice de preços no produtor aumentou 0,2% em março, ficando abaixo das previsões de 0,3% dos analistas consultados pela Reuters, o que "mantêm vivas as esperanças de possíveis cortes nas taxas até o final do ano - como resultado, o ouro está em alta", disse David Meger, da High Ridge Futures.
A trajetória inflacionista nos EUA preocupa o banco central, o que leva os investidores a recearem apenas duas e não três descidas das taxas de juro ao longo de 2024, assim como o adiamento do primeiro corte para julho.
Horizonte de corte dos juros tira força ao euro
O euro está a perder contra o dólar, a libra, o iéne e o franco suiço, depois de o Banco Central Europeu ter sinalizado que o corte das taxas de juro pode realmente acontecer em junho, como perspetivado. O aproximar do fim do ciclo de endurecimento monetário está, assim, a tirar força à moeda europeia.
O euro cai 0,40% para 1,0700 dólares, o valor mais baixo em mais de uma semana. Perde também 0,18% contra a moeda britânica, para 0,8551 libras. Já face ao iéne recua 0,33% para 164 iénes, e na relação com o franco suiço desvaloriza 0,53% para 0,9755 CHF.
Preços no produtor nos EUA dão ganhos a Wall Street mas "timing" de corte de juros continua a preocupar
Os principais índices em Wall Street abriram a valorizar esta quinta-feira, à boleia de números dos preços no produtor nos Estados Unidos mais baixos do que o esperado, que reduzem receios de uma inflação persistente e mantêm as esperanças de um corte de juros pela Reserva Federal ainda este ano.
O S&P 500, referência para a região, soma 0,15% para 5.168,36 pontos, o industrial Dow Jones recua 0,11% para 38.419,92 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite ganha 0,47% para 16.245,77 pontos.
Os dados divulgados pelo Departamento do Trabalho norte-americano mostram que os preços no produtor aumentarem 0,2% em termos mensais em março e 2,1% numa comparação homóloga. Os analistas estimavam um crescimento mensal de 0,3% e anual de 2,2%.
Na última sessão os índices foram fortemente prejudicados por uma leitura da inflação nos EUA superior ao esperado, levando os mercados a adiar para setembro a possibilidade de um corte de juros, que estava a ser inicialmente apontado para junho.
Face aos mais recentes dados económicos vários "brokers" já mudaram as expectativas de cortes de juros pela Fed. O UBS espera que a primeira descida aconteça em setembro, enquanto o BNP Paribas aponta para julho.
Também o economista-chefe do Goldman Sachs reduziu o volume de cortes para este ano, esperando agora duas reduções face às anteriores três. O primeiro deverá acontecer em julho, segundo a estimativa de Jan Hatzius.
"Estou otimista quanto ao facto de estarmos a reequilibrar o mercado de trabalho e que inflação vai reduzir-se ao longo do tempo - para mim, nenhuma dessas coisas mudou", disse Hatzius à CNBC.
"No entanto, o que mudou foi o momento de ajuste na política monetária da Fed, porque isso vai depender muito mais da inflação mês a mês, cujos números têm sido dececionantes", acrescentou.
Os investidores avaliam também as atas da última reunião de política monetária da Fed que mostrou alguma preocupação por parte dos governadores de que o progresso na descida da inflação possa ter estagnado e que seja necessário um período mais longo de política monetária restritiva para cumprir o mandato da inflação nos 2%.
Taxas Euribor caem a três meses e sobem a seis e a 12 meses
A taxa Euribor desceu hoje a três meses e subiu a seis e a 12 meses face a quarta-feira, no dia em que se realiza a reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE).
Com as alterações de hoje, a Euribor a três meses, que baixou para 3,906%, permanece acima da taxa a seis meses (3,862%) e da taxa a 12 meses (3,729%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, avançou hoje para 3,862%, mais 0,032 pontos do que na quarta-feira, após ter avançado em 18 de outubro para 4,143%, um novo máximo desde novembro de 2008.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a fevereiro apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 36,6% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,7% e 24,6%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, também subiu hoje, para 3,729%, mais 0,040 pontos do que na sessão anterior, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses recuou, ao ser fixada em 3,906%, menos 0,006 pontos, depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.
Na anterior reunião de política monetária, em 07 de março, o BCE manteve as taxas de juro de referência pela quarta reunião consecutiva, depois de 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.
A média da Euribor em março manteve-se em 3,923% a três meses, desceu 0,006 pontos para 3,895% a seis meses (contra 3,901% em fevereiro) e subiu 0,047 pontos para 3,718% a 12 meses (contra 3,671%).
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Europa maioritariamente em alta. BCE centra atenções
Os principais índices europeus estão a negociar maioritariamente em alta, depois de a sessão desta quarta-feira ter sido marcada por elevados níveis de volatilidade, após ter sido conhecida a inflação de março nos Estados Unidos, que ficou acima do esperado.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, soma 0,06% para 506,91 pontos. A registar os maiores ganhos está o setor mineiro que sobe mais de 0,6%. Pela negativa, o setor das telecomunicações perde mais de 1%.
Entre os principais movimentos de mercado, a retalhista britânica Marks & Spencer ganha mais de 2%, depois de o JPMorgan ter revisto em alta a recomendação para as ações da empresa. Já o grupo suíço VAT ganha mais de 1%, depois de ter revelado números de vendas no primeiro trimestre do ano.
Esta quinta-feira as atenções estão centradas na reunião de política monetária do Banco Central Europeu, que deverá manter os juros inalterados. Os investidores devem atentar nas palavras da presidente, Christine Lagarde, à procura de pistas sobre quando pode acontecer a primeira redução de juros.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o francês CAC-40 valoriza 0,53%, o italiano FTSEMIB avança 0,08% e o britânico FTSE 100 soma 0,04%. Em Amesterdão, o AEX regista um acréscimo de 0,26%.
Pela negativa, o alemão Dax cede 0,07% e o espanhol IBEX 35 recua 0,39%.
Juros agravam-se na Zona Euro antes de reunião do BCE
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a agravar-se esta quinta-feira, o que significa uma menor aposta em obrigações, num dia em que a reunião de política monetária do Banco Central Europeu estará a centrar atenções.
Apesar de um corte de juros no encontro de junho ainda ser visto como uma possibilidade, os mercados estão perto de deixar de considerar três descidas de juros este ano.
Os juros da dívida portuguesa a dez anos somam 3 pontos base para 3,114% e os juros da dívida espanhola sobem 2,6 pontos para 3,264%.
A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, agrava-se 2,8 pontos base para 2,460%.
Os juros da dívida italiana somam 3,3 pontos base para 3,831% e os da dívida francesa registam um acréscimo de 2,5 pontos para 2,947%.
Fora da Zona Euro, a rendibilidade da dívida britânica agrava-se 8 pontos base para 4,224%.
Dólar sem tendência definida. Preços no produtor nos EUA e reunião do BCE na mira dos investidores
O dólar está a negociar sem tendência definida, depois de os números da inflação nos Estados Unidos acima do esperado terem obrigado os investidores a reduzirem as suas expectativas de um corte de juros pela Fed em junho e adiarem esse dia para setembro.
O dólar avança 0,01% para 0,931 euros, enquanto o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda norte-americana face a 10 divisas rivais - desliza 0,02% para 105,225 dólares.
O foco dos investidores vira-se agora para os dados dos preços no produtor nos Estados Unidos, bem como para a reunião de política monetária do Banco Central Europeu, onde é esperado que os juros diretores se mantenham inalterados.
Já face ao iene, o dólar cede 0,03% para 153,11 ienes, mantendo-se perto de máximos de 34 anos. Isto numa altura em que os responsáveis japoneses têm vindo a reforçar a narrativa de que estão prontos para intervir no mercado cambial quando for necessário.
Ouro retorna aos ganhos
O ouro está a negociar em alta esta quinta-feira, a recuperar das perdas de ontem, numa altura em que as tensões geopolíticas estão a sustentar uma forte procura pelo metal precioso.
O ouro soma 0,15% para 2.337,5 dólares por onça.
Ao mesmo tempo, o mercado está agora a ajustar-se para um "cenário de taxas de juro altas por mais tempo, o que se traduz em alguma retirada de mais-valias do ouro durante a noite", refere uma nota da IG, citada pela Reuters.
Petróleo inalterado. Mercado centra atenções no Médio Oriente
O petróleo está praticamente inalterado esta quinta-feira, a fazer uma pausa no "rally" que levou a uma subida de um dólar nos preços na quarta-feira.
Os investidores estão atentamente a acompanhar o conflito no Médio Oriente, numa altura em que a Bloomberg avança, citando fontes de inteligência israelita e norte-americana, que estará iminente um ataque do Irão ou dos seus "proxies" a alvos militares ou estaduais em terreno israelita.
O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, desliza 0,01% para 86,2 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte, referência para as importações europeias, está inalterado nos 90,48 dólares por barril.
"Os preços continuam sensíveis aos desenvolvimentos geopolíticos no Médio Oriente, com os investidores a avaliarem os riscos de disrupções na oferta caso as tensões se arrastem por mais tempo", afirmou à Reuters Yeap Jun Rong, estratega da IG.
"Isto ajuda a compensar alguns sentimentos de menor exposição ao risco, com os mercados a recalibrarem as suas expectativas em relação a um corte das taxas de juro em junho, dado que as taxas se deverão manter em níveis elevados até setembro", acrescentou.
Mercados digerem dados da inflação. Futuros da Europa inalterados. Ásia mista
Os principais índices europeus estão a apontar para uma abertura sem tendência definida, com os futuros sobre o Euro Stoxx 50 inalterados.
Todas as atenções vão estar viradas para o encontro de política monetária do Banco Central Europeu. No entanto, não são esperadas surpresas e as taxas diretoras deverão manter-se inalteradas. Os investidores deverão atentar em pistas sobre quando o BCE poderá começar a descer juros - junho tem sido o mês mais apontado pelo mercado.
Ainda a centrar atenções está uma leitura da inflação de março nos Estados Unidos, cujos números ficaram acima do esperado e estão, por isso, a levar a uma reavaliação de quando a Fed começará a cortar juros. As novas expectativas, dos analistas ouvidos pela Bloomberg, são de dois cortes este ano - ao contrário dos iniciais três - e que a rota descendente apenas se inicie em setembro - ao invés de junho.
Na Ásia, os principais índices, que negoceiam mistos, foram também penalizados pela inflação norte-americana. Ao mesmo tempo, os números da subida dos preços na China, que subiu muito ligeiramente face a março do ano passado, estão a gerar receios sobre um cenário de deflação.
"[A inflação na China] é dececionante, em particular porque alguns investidores esperavam que a deflação fosse mais temporária", afirmou à Bloomberg Vey-Sern Ling, diretor da Union Bancaire Privee.
"Dada a inflação elevada nos Estados Unidos e as taxas diretoras da Fed mais altas durante mais tempo, este cenário também limita a capacidade das autoridades chinesas de estimular a economia", acrescenta.
Pela China, o Hang Seng, em Hong Kong, desce 0,38% e o Shanghai Composite soma 0,12%. No Japão, o Nikkei recuou 0,35% e o Topix avançou 0,12%, enquanto na Coreia do Sul, o Kospi ganha 0,11%.