Notícia
Europa fecha positiva. Menor procura chinesa penaliza petróleo e ouro recua
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta sexta-feira.
Efeito chinês leva Europa a fecho positivo
As bolsas europeias encerraram em alta esta segunda-feira após o inesperado corte nas taxas de juro pela China para responder a um abrandamento económico deixar os investidores a ponderar se poderemos estar perante uma mudança nas políticas monetárias mais agressivas de vários bancos centrais.
O Stoxx 600, "benchmark" europeu, subiu pelo quarto dia ao avançar 0,34%, para os 442,35 pontos, máximo desde 7 de junho. Esta é a maior série de sessões consecutivas no verde desde finais de maio.
Os ganhos estenderam-se às principais praças europeias, com o alemão DAX30 a subir 0,15%, o parisiense CAC40 a avançar 0,25% e o londrino FTSE a valorizar 0,11%.
Também no país vizinho o Ibex-35 ganhou 0,32%. A praça de Milão esteve encerrada devido a feriado.
Juros europeus aliviam
As "yields" das dívidas soberanas da Zona Euro aliviaram esta segunda-feira após a inesperada redução da taxa de juro pelo Banco Popular da China ter reacendido receios de um abrandamento global.
Os juros das "Bunds" alemãs a 10 anos, a referência para o mercado de dívida europeu, recuaram 8,8 pontos base, para 0,894%.
Também nos países do Sul a tendência foi de alívio: a "yield" da dívida portuguesa a 10 anos cedeu 8,3 pontos, para 1,897%, enquanto no país vizinho, para a mesma maturidade, a descida cifrou-se em 9,4 pontos base, para 1,994%. Em Itália o alívio foi mais modesto: 6,5 pontos, para 2,963%.
Euro perde face ao dólar
O euro segue a cair face a dólar, com a moeda única a perder 0,73% para 1,0184 dólares.
A moeda norte-americana valoriza contra as dez principais divisas, exceto o iene. Sendo um ativo de refúgio, a nota verde foi fortalecida com receios de um abrandamento da economia global, depois da divulgação de dados sobre a China abaixo do esperado.
Para tentar impulsionar a economia, o banco central chinês cortou esta segunda-feira as taxas de juro de forma inesperada.
China e Irão desanimam petróleo
Os preços do "ouro negro" seguem em terreno negativo, pressionado pelo mau desempenho da economia chinesa e pela possibilidade de retoma do acordo nuclear com o Irão, que significaria o recomeço da venda de petróleo iraniano.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a ceder 3,82% para 94,40 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 4,19% para 88,23 dólares por barril, tendo chegado a cair 5,7% na sessão de hoje.
Ouro em queda pressionado pela economia chinesa
O ouro segue a desvalorizar, após a divulgação de dados que mostram que a economia chinesa está com dificuldades em recuperar.
O banco central chinês cortou as taxas de juro para apoiar a economia, fragilizada pelas medidas anti-covid-19.
O ouro caiu até 1,6% esta segunda-feira, após a mais longa sequência de ganhos semanais em quase um ano e pressionados por um dólar forte
O metal amarelo segue a perder 1,40% para 1,777.17 dólares por onça, a prata perde 3,07% para 20,18 dólares, enquanto a platina tomba 4,03% para 926,46 dólares e o paládio recua 3,64% para 2.143,87 dólares.
Wall Street no vermelho após dados da indústria de Nova Iorque e da economia chinesa
As bolsas norte-americanas arrancaram a sessão desta segunda-feira em terreno negativo, depois da divulgação de dados que mostram uma queda acentuada na indústria transformadora em Nova Iorque e uma desaceleração da economia chinesa.
O "benchmark" S&P 500 recua 0,46% para 4.260,38 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq Composite perde 0,30% para 13.007,80 pontos e o industrial Dow Jones desce 0,45% para 33.607,66 pontos.
"Tem sido um começo de semana pouco animador nos mercados financeiros, com o eterno otimismo dos investidores a chocar com a realidade dos dados económicos chineses", disse à Bloomberg Craig Erlam, analista de mercados da Oanda Europe.Os investidores mostaram "uma bizarra disposição para fechar os olhos à realidade económica atual, desde que a Fed [Reserva Federal dos Estados Unidos] não aumente as taxas de juro muito depressa", apesar de isso não ser sustentável, sublinhou.
Juros aliviam, Portugal é o que mais cede
Os juros seguem a aliviar, com a "yield" da dívida portuguesa a destacar-se como a que mais desce entre as principais: cede 4,9 pontos base para 1,932%.
Já a "yield" das Bunds alemãs a dez anos – "benchmark" para a Zona Euro – perde 4,6 pontos base para 0,936%.
Em Espanha a "yield" das obrigações com a mesma maturidade alivia 4,5 para 2,043% e em França desce 4,4 pontos base para 1,493%.
Os juros da dívida italiana a dez anos são os que menos perdem, 0,7 pontos base para 3,022%.
Otimismo dos investidores leva Europa para o verde
O Stoxx 600, o índice de referência europeu, valoriza 0,34% para 442,37 pontos. Entre os setores que compõe o índice, saúde, construção, alimentos e 'utilities' (gás, luz e água) comandam os ganhos, enquanto o setor automóvel lidera as perdas.
Nas principais praças europeias, Madrid avança 0,13%, Paris soma 0,29%. Frankfurt cresce 0,10% e Londres sobe 0,19%.
"Os mercados estão a minimizar todas as notícias desanimadoras e a focarem-se no facto de os Estados Unidos parecerem ter finalmente iniciado um processo de desinflação. O que está a tranquilizar os investidores hoje é que a parte mais agressiva deste ciclo provavelmente já passou, mas isso não quer dizer que as subidas das taxas de juro vão acabar", disse à Bloomberg Esty Dwek, do Flowbank SA.
Ouro desce e euro também
O ouro segue a desvalorizar, depois de quatro semanas seguidas de ganhos, com os investidores a avaliar as perspetivas de um maior aperto pela Reserva Federal dos Estados Unidos e devido a crescentes sinais de que a economia chinesa está com dificuldade em recuperar.
O metal amarelo perde 0,83% para 1.787,52 dólares por onça. Também a prata e o paládio estão esta segunda-feira a desvalorizar, 1,50% para 20,51 dólares por onça e 1,26% para 2.200,97 dólares por onça, respetivamente.
O euro está também a cair 0,29% para 1,0229 dólares, uma altura em que a moeda norte-americana ganha força, mesmo depois de a Reserva Federal norte-americana (Fed) ter deixado claro que o aperto monetário vai continuar.
Petróleo cai com olhos postos na China e no Irão
Os preços do "ouro negro" seguem em terreno negativo no início da semana, com os investidores preocupados com a procura chinesa e a possibilidade de maior oferta iraniana.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a ceder 1,56% para 96,62 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 1,61% para 90,61 dólares por barril.
O banco central da China cortou as taxas de juro, como estratégia para apoiar a sua economia, fragilizada pela pandemia. A procura do país por petróleo no mês passado foi 10% mais baixa que no ano passado, salienta a Bloomberg.
"Os renovados confinamentos na China estão a pesar na procura, além das preocupações com uma recessão, ao mesmo tempo que as preocupações com a oferta reduziram", diz à Bloomberg Vandana Hari, fundadora do Vanda Insights. A possibilidade de um regresso do petróleo iraniano alimenta este sentimento, sublinha.
O processo para retomar o acordo nuclear com o Irão parece estar a avançar, com um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano a indicar que ja existe uma base que permite assinar tal acordo "num futuro muito próximo", após progressos "consideráveis" nas últimas negociações.