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Tarifas de Trump menos agressivas levam Stoxx 600 a máximos históricos
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quarta-feira.
Tarifas de Trump menos agressivas levam Stoxx 600 a máximos históricos
Os principais índices europeus estão a negociar em alta, com o índice de referência europeu, Stoxx 600, em máximos históricos, com os investidores animados por tarifas por parte da nova administração norte-americana menos agressivas do que o esperado.
O novo Presidente dos EUA já tinha revelado, logo no primeiro dia de mandato, que esperava implementar tarifas de 25% sobre as importações do Canadá e do México a partir do dia 1 de fevereiro e prometeu tarifas sobre a União Europeia sem concretizar mais detalhes. Ontem reiterou que está a avaliar taxas de 10% sobre as importações da China.
A narrativa negativa das tarifas parece estar a desvanecer-se a ser substituída por uma crescente expectativa de que qualquer impacto das tarifas poderá ainda demorar semanas ou meses, o que daria às empresas ou países tempo para se ajustarem
O índice de referência europeu, Stoxx 600, soma 0,71% para 529,7 pontos - o valor mais elevado de sempre, superando o anterior máximo histórico alcançado em setembro.
Entre os maiores ganhos estão os setores industrial e de tecnologia que ganham em torno de 1%, depois de esta terça-feira o Presidente norte-americano ter apresentado uma "joint-venture", denominada Stargate, que junta a OpenAI, Oracle e SoftBank para investirem até 500 mil milhões de dólares em infraestrutura de IA nos Estados Unidos. Ainda a impulsionar o setor tecnológico estão as contas da Netflix do último trimestre do ano em que registou um crescimento recorde de subscritores.
As cotadas de petróleo e gás valorizam 1,15%, com os preços do petróleo a recuperarem de uma queda de mais de 2% na terça-feira, em que foram penalizados por planos de Trump para aumentar a produção de crude nos EUA.
Também o setor da saúde sobe mais de 1%, com a Novo Nordisk a liderar os ganhos, ao avançar mais de 2%, recuperando das perdas das últimas sessões. Já o retalho também ganha, à boleia de um salto de 6% da Adidas, depois da marca ter revelado vendas preliminares do quarto trimestre acima do esperado.
Os ganhos da Adidas impulsionaram o índice alemão DAX para máximos históricos, acima dos 21.263,2 pontos, ao subir 1,05%. Também o parisiense CAC-40 soma 0,68% para 7.823,61 pontos, a caminho de máximos de junho.
"O mercado acionista europeu é um bom lugar para se estar neste momento, porque teremos alguns catalisadores importantes como as eleições na Alemanha em fevereiro", justificou à Bloomberg Alberto Tocchio, gestor da Kairos Partners.
"As tarifas são outro tópico a observar no curto prazo, mas o mercado está a ficar com a ideia de que não deverá ser tão mau como se temia", completou.
Entre os restantes índices da Europa Ocidental, o italiano FTSEMIB ganha 0,42%, o britânico FTSE 100 sobe 0,38% e o espanhol IBEX 35 avança 0,18%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,3%. Por cá, o PSI soma 0,16%.
Juros aliviam na Zona Euro centrados em Lagarde
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a aliviar esta quarta-feira, com os investidores centrados na participação da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, num painel no Fórum Económico Mundial, dedicado ao tema "Para além da crise: desbloquear o potencial da Europa".
Será uma oportunidade para a responsável abordar o previsto rumo de descida das taxas de juro e a forma como a nova administração Trump poderá influenciar a política monetária em ambos os lados do Atlântico.
Ainda esta quarta-feira o governador do banco central dos Países Baixos e membro do conselho do BCE, Klaas Knot, afirmou que a expectativa dos investidores de cortes de juros em janeiro e março são razoáveis, mas que para os próximos encontros reina a incerteza.
As Bunds alemãs a dez anos, que servem de referência para o bloco europeu, aliviam 1,9 pontos base para 2,488%. Já a rendibilidade da dívida francesa, com a mesma maturidade, desce 3,1 pontos base para 3,241%.
Por cá, as "yields" das obrigações do Tesouro também a dez anos recuam 2,5 pontos base para 2,892%, enquanto os juros da dívida espanhola cedem 2,1 pontos base para 3,115%. Já as "yields" da dívida italiana estão descem 2,5 pontos base para 3,562%.
Fora da Zona Euro, os juros das "gilts" britânicas aliviam para 4,577%.
Tarifas a importações da China dão força ao dólar
O dólar está a negociar em alta e a recuperar das mais recentes perdas, com os investidores a avaliarem a imposição de tarifas às importações para os Estados Unidos. Donald Trump reiterou ontem que está a avaliar taxas de 10% sobre a China.
O novo Presidente dos EUA já tinha revelado, logo no primeiro dia de mandato, que está em cima da mesa a implementação de tarifas de 25% sobre as importações do Canadá e do México a partir do dia 1 de fevereiro e prometeu também tarifas sobre a União Europeia sem concretizar mais detalhes.
O índice do dólar - que mede a força da "nota verde" contra outras divisas rivais - soma 0,08% para 108,152 dólares, enquanto o euro perde 0,16 para 1,0411 dólares.
A decisão de impor tarifas é "um exemplo da política intencional de incerteza da administração Trump", o que deverá "deixar o mercado e os parceiros comerciais a adivinhar o que vai acontecer, aumentado a incerteza", afirmou à Bloomberg Rodrigo Catril, analista do National Australia Bank.
Incerteza em torno de Trump impulsiona ouro
Os ouro está a negociar perto de máximos de quase três meses, à boleia de maior procura por ativos-refúgio derivado da incerteza em torno das políticas comerciais do novo Presidente dos Estados Unidos, mesmo com o dólar a recuperar das mais recentes perdas.
O metal amarelo soma 0,13% para 2.748,29 dólares por onça, após ter tocado máximos de novembro ainda na sessão desta quarta-feira.
"Há ainda alguma incerteza sobre quando Trump quer implementar tarifas aos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, causando muita incerteza na direção do dólar, que é o principal catalisador de curto prazo que impulsiona os preços do ouro", explicou à Reuters Kelvin Wong, analista da OANDA.
Petróleo em queda com investidores a avaliarem tarifas e possível aumento da produção nos EUA
Os preços do petróleo seguem a negociar em baixa, aprofundando as perdas das últimas sessões, com os investidores a incorporarem nos preços o impacto de uma guerra comercial dos Estados Unidos com várias frentes, que incluem o Canadá e o México e também a China.
O contrato de março do West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – perde 0,65% para 75,34 dólares por barril. Já o contrato de março do Brent – de referência para o continente europeu – desvaloriza 0,5% para os 78,89 dólares.
Ainda a centrar atenções estão as promessas, logo no primeiro dia do seu mandato, por parte do novo Presidente de aumentar a produção de petróleo e gás, incluindo uma declaração de emergência para acelerar as licenças de construção, reduzir as leis de proteção ambiental e retirar os Estados Unidos do Acordo de Paris.
"A atenção do mercado petrolífero está a virar-se lentamente das sanções dos EUA contra a Rússia para a potencial política comercial do Presidente Trump", referem os analistas do ING numa nota.
Investimento em IA nos EUA anima futuros da Europa. China penalizada por tarifas
Os principais índices europeus estão a apontar para ganhos na abertura, com os futuros sobre o Euro Stoxx 50 a avançarem 0,15%.
Os investidores estão otimistas com o maior investimento em inteligência artificial (IA) na segunda administração Trump, depois de esta terça-feira o Presidente norte-americano ter apresentado uma "joint-venture", denominada Stargate, que junta a OpenAI, Oracle e SoftBank para investirem até 500 mil milhões de dólares em infraestrutura de IA nos Estados Unidos.
O anúncio levou a uma escalada de mais de 10% das ações do japonês SoftBank e colocou o Nikkei a avançar 1,58%.
Ainda a centrar atenções está o cenário futuro relativamente à imposição de tarifas, depois de Donald Trump ter reiterado que está a avaliar taxas de 10% sobre a China, bastante inferiores aos 60% defendidos durante a campanha. Ainda assim, os índices chineses foram penalizados, com Shanghai Composite a recuar 0,89% e, em Hong Kong, o Hang Seng perde 1,58%.
No entanto, Trump ainda necessita de negociar com Pequim a venda de parte da rede social TikTok, o que está a amparar as perdas. Elon Musk, CEO da Tesla, e Larry Ellison, CEO da Oracle, são dois compradores sugeridos pelo presidente norte-americano.
O líder norte-americano também voltou a ameaçar a União Europeia com tarifas sem concretizar mais detalhes.