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Morreu Rocha Vieira, o último governador de Macau

Tinha 85 anos.

Vasco Rocha Vieira, último governador de Macau, nomeado por Mário Soares, considerou o antigo Presidente da República 'um grande político, um grande homem e um grande português', que viu 'o tempo à frente do seu tempo'. 'Devemos muito ao doutor Mário Soares: o Portugal da liberdade, da democracia, da abertura ao exterior, de uma nova visão do mundo e da sua capacidade de ser maior do que o seu espaço nacional. Portugal e os portugueses devem-lhe isso e devem recordá-lo como um grande político, um grande homem e um grande português', afirmou Rocha Vieira. Em declarações à agência Lusa, o último governador de Macau sob administração portuguesa, entre 1991 e 1999, destacou a visão estratégica de 'um grande senhor' da política.
'Um homem que viu o tempo à frente do seu tempo. Esteve nas grandes decisões estratégicas de Portugal moderno, na segunda metade do século XX, e, principalmente, depois da implementação da democracia em Portugal. Apontou rumos, apontou estratégias e teve a perceção de que Portugal, na escala nacional, precisava de se expandir para outros mercados, para outros espaços, nomeadamente União Europeia, na altura CEE, e a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa)', vincou Vasco Rocha Vieira.
Além disso, o general sublinhou 'a noção muito clara' que Mário Soares tinha de que Portugal, para lá destes espaços, 'precisava também de alianças para garantir' a segurança e a defesa do país, razão pela qual o antigo Presidente da República foi 'um grande defensor da presença activa de Portugal na Nato'.
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Morreu o tenente-general Vasco Rocha Vieira, aos 85 anos.

O militar e político português ficou conhecido por ser o último Governador de Macau, na década de 90, e, anteriormente, Ministro da República para os Açores. Antes, entre 1976 e 1978, desempenhou funções como Chefe do Estado-Maior do Exército e foi também ministro da República dos Açores entre 1986 e 1991.

Rocha Vieira teve nas mãos o delicado processo de transferência da soberania de Macau de Portugal para a China.

Enquanto governador do território, defendeu três princípios: assegurar a autonomia de Macau, manter a identidade da região e a defesa dos interesses portugueses, tendo sempre tentado garantir a liberdade religiosa.

"Foi um capítulo que encerrou. Houve algumas coisas em que eu acho que Portugal não correspondeu como eu achei que devia corresponder, mas não sou eu que defino o interesse nacional", explicou Rocha Vieira ao jornal de Macau Ponto Final, sobre uma eventual publicação de memórias da atividade governativa.

Apesar do sucesso da transferência de poderes, esteve envolvido numa polémica sobre os financiamentos irregulares à Fundação Jorge Álvares, instituição criada perto do fim da administração portuguesa.

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