As negociações nos mercados ao nível global deverão continuar a ser impactadas pelo anúncio das tarifas "recíprocas" feito pelo Presidente dos EUA, Donald Trump. Os índices bolsistas foram fortemente afetados pela negativa na quinta-feira. Esta sexta-feira, os investidores estarão atentos a novas declarações de líderes mundiais sobre as barreiras ao comércio impostas pelos EUA.

Na conferência anual da Society for Advancing Business Editing and Writing (SABEW), em Arlington, o presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, Jerome Powell, irá fazer um discurso onde abordará as perspetivas económicas dos EUA, numa altura em que as tarifas ameaçam abrandar o crescimento económico e alimentar a inflação na maior economia mundial. As palavras de Powell serão seguidas de perto por investidores e analistas, que procurarão por pistas quanto ao rumo da política monetária no país.

Os responsáveis do Banco Central Europeu alertaram para o facto de as tarifas norte-americanas e as potenciais medidas de retaliação poderem fazer subir a inflação, especialmente a curto prazo. Esta sexta-feira, o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, irá discursar, permitindo obter pistas sobre o momento das futuras reduções das taxas de juro na Zona Euro. 

A economia dos EUA criou 151.000 postos de trabalho em fevereiro e a taxa de desemprego subiu para 4,1%. A criação de emprego concentrou-se nos cuidados de saúde, atividades financeiras, transportes, armazenamento e assistência social, enquanto o emprego no governo federal diminuiu, o que foi visto como sinal de um arrefecimento gradual do mercado de trabalho. Num contexto de receios crescentes de recessão associados às tarifas dos EUA, um relatório sobre o emprego mais fraco do que o previsto poderá aumentar as preocupações. 

A Baker Hughes, fornecedora norte-americana de serviços a campos petrolíferos, divulga o relatório semanal sobre o número de plataformas de petróleo e gás nos Estados Unidos. Este é um indicador seguido com atenção pelos investidores no mercado petrolífero, especialmente do outro lado do Atlântico. Os dados chegam após uma forte queda dos preços do crude nos mercados internacionais, pressionados pelo anúncio de novas tarifas norte-americanas e após o anúncio de que a OPEP+ irá aumentar a produção de petróleo em maio.