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Dia misto na Europa com investidores incertos sobre curso da política monetária
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados financeiros durante esta sexta-feira.
Dia misto na Europa com investidores incertos sobre curso da política monetária
As bolsas europeias encerraram mistas esta sexta-feira, num dia em que os investidores tentam antecipar o curso da política monetária.
O Stoxx 600, referência para a região, cedeu 0,19% para 505,43 pontos. Dos 20 setores que compõem o índice, o do imobiliário foi o que mais desvalorizou (-1,96%), enquanto o das telecomunicações foi o que mais ganhou (1,47%).
Entre as principais movimentações, a Reckitt afundou mais de 14% após um tribunal dos Estados Unidos ter condenado a Mead Johnson - unidade da empresa - a pagar uma indemnização de 60 milhões de dólares a um cidadã norte-americana. Já o grupo Currys viu os títulos desvalorizarem perto de 6% após a empresa de comércio eletrónico JD ter comunicado que não planeia apresentar uma proposta para comprar a britânica.
Em sentido contrário, a Vodafone ganhou 5,69% no dia em que divulgou a assinatura de um acordo vinculativo para a venda da operação em Itália à Swisscom - que também valorizou 4,88%.
Nas principais praças europeias, o alemão Dax30 recuou 0,03%, o britânico FTSE 100 perdeu 0,2% e o Aex, em Amesterdão, caiu 0,81%. Já o francês CAC-40 subiu 0,04%, o espanhol Ibex 35 valorizou 1,02% e o italiano FTSE Mib ganhou 0,46%. Lisboa liderou os ganhos ao subir 1,24%.
Mas a história é outra no acumulado da semana, com o Stoxx 600 a somar a oitava semana consecutiva de ganhos (0,43%). Trata-se da série de subidas mais longa desde 2018.
O índice beneficiou do otimismo em torno do "timing" para o primeiro corte de juros. Ao longo da semana foram vários os membros do Banco Central Europeu (BCE) que sinalizaram estar abertos a um alívio da política monetária a partir de junho. Mas, por outro lado, vários indicadores económicos - incluindo a inflação acima do esperado em fevereiro - levantaram dúvidas sobre a posição da Reserva Federal (Fed) norte-americana, o que levou a um menor apetite pelo risco esta sexta-feira.
Juros agravam-se na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro subiram esta sexta-feira, o que sinaliza uma menor aposta dos investidores em obrigações.
Com receio do adiamento do corte nas taxas de juro devido à inflação mais alta nos EUA, os investidores esperam novas indicações nos discursos para hoje programados de Fabio Panetta e Philip Lane, membros do Conselho do Banco Central Europeu.
Os juros da dívida portuguesa, com maturidade a dez anos, subiram 0,4 pontos base, para 3,056%, enquanto em Espanha a "yield" agravou-se em 1 ponto, para 3,239%.
Os juros das "bunds" alemãs, referência para a região, avançaram 1,6 pontos base, para 2,440%.
A rendibilidade da dívida francesa agravou-se em 0,6 pontos base, para 2,878%, enquanto a da dívida italiana foi a única a ceder: 0,1 pontos, até aos 3,693%.
Fora da Zona Euro, os juros das gilts britânicas, também a dez anos, caíram 1 ponto base para 4,096%.
Euro com subida ligeira face ao dólar
O euro está a valorizar muito ligeiramente face à divisa norte-americana, num dia em que os investidores tentam obter mais pistas sobre o curso da política monetária.
A moeda única da Zona Euro sobe 0,03% para 1,0886 dólares.
Além do euro, o dólar perde também 0,06% perante o franco suíço e ganha 0,47% frente ao iene japonês e 0,11% perante a libra.
Apesar de hoje estar a negociar misto frente às principais divisas rivais, o dólar caminha para um ganho semanal, sustentado pelo otimismo de que a Reserva Federal (Fed) norte-americana irá começar a cortar os juros em junho.
A Fed deverá manter os três cortes dos juros este ano apesar de a inflação ter sido ligeiramente mais alta do que o esperado em fevereiro, segundo os economistas ouvidos esta sexta-feira pela Bloomberg.
Mas o início da descida só deverá acontecer no verão, com o mercado a esperar que a Fed mantenha os juros inalterados num intervalo entre 5,25% e 5,5% na reunião da próxima semana, a 19 e 20 de março.
Ouro negoceia estável. Inflação prejudica apostas de cortes de juros
Os preços do ouro seguem estáveis esta sexta-feira, um dia depois de novos dados mostrarem um aumento de 0,6% nos preços do produtor nos EUA em fevereiro, o dobro do esperado pelos analistas, prejudicando as esperanças dos investidores por um corte nas taxas de juro em junho pela Reserva Federal (Fed).
O metal precioso recua 0,01% para os 2,161.90 dólares por onça.
O mercado prevê que o metal amarelo continue a caminhada para uma queda semanal de 0,6%, a primeira desde meados de fevereiro, com os "traders" a descerem para 56% as expectativas de possíveis cortes nas taxas diretoras em junho.
"Embora o ouro não goste de um ambiente de taxas de juro elevadas, se as razões para permanecerem tão altas é porque a inflação está a subir... Naturalmente significa que as pessoas voltarão novamente ao ouro", disse Everett Millman, analista da Gainesville Coins, à Reuters.
Em sentido contrário, os outros metais preciosos registam subidas: a prata soma 0,51% e a platina 1,74%.
Wall Street arranca sessão no vermelho. Investidores incertos quanto ao rumo da Fed
Depois de já ontem terem terminado no vermelho, esta sexta-feira o Dow Jones deslizou 0,25%, para os 38.809,65 pontos, enquanto o S&P 500, "benchmark" mundial, recuou 0,53%, começando o dia nos 5.123,31 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite caiu também 0,53%, para os 16.043,58 pontos.
Os investidores continuam a digerir os vários dados económicos que foram divulgados esta semana, para tentar perceber se, em junho, a Reserva Federal norte-americana (Fed) vai mesmo começar a baixar as taxas dos juros diretores. As expetativas do mercado continuam a apontar nessa direção, contudo, há menos certezas.
Hoje foram divulgados os preços da importação em fevereiro, que subiram ligeiramente (0,3%) devido ao aumento do custos dos combustíveis, embora dentro do esperado pelos analistas.
"[Estamos a olhar para] a conversa que surja do encontro da Fed [na próxima semana] que indique as probabilidades de corte nos juros este ano e depois pistas sobre o caminho para onde a Fed espera que as taxas vão", indicou Russell Hackmann, presidente na Hackmann Wealth Partners, citado pela Reuters.
Europa maioritariamente em alta. Prejuízos da Vonovia pressionam setor imobiliário
Os principais índices europeus estão a negociar maioritariamente em alta. Os investidores estão a avaliar o percurso da política monetária dos bancos centrais, depois de os números da inflação nos Estados Unidos terem sido mais elevados do que o esperado.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, cede 0,07% para 506,05 pontos. O "benchmark" caminha, no entanto, para a oitava semana consecutiva de ganhos. A confirmar-se será a série mais longa desde 2018.
A registar as maiores perdas está o setor do imobiliário, penalizado pela descida da Vonovia, que perde mais de 6,5%, depois de ter revelado que registou o maior prejuízo de sempre nos resultados de 2023, de 7,35 mil milhões de euros, penalizado pela desvalorização dos seus ativos imobiliários.
Já em sentido positivo está o setor das telecomunicações, que sobe perto de 1%, depois de a Swisscom ter anunciado que vai adquirir a Vodafone Italia por oito mil milhões de euros e fundir a empresa com a sua subsidiária Fastweb.
Apesar de vários responsáveis do Banco Central Europeu terem afirmado nos últimos dias que estão abertos a possíveis cortes das taxas de juro no encontro de junho, os números da inflação nos EUA superiores ao esperado estão a gerar alguma cautela.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax avança 0,01%, o francês CAC-40 soma 0,05%, o italiano FTSEMIB ganha 0,12% e o espanhol IBEX 35 sobe 0,51%. Por cá, o PSI pula 1,71%.
Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,17% e o britânico FTSE 100 cede 0,1%.
Juros agravam-se na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro estão a agravar-se esta sexta-feira, o que sinaliza menos apetite dos investidores pelas obrigações.
Os investidores deverão atentar nas palavras dos membros do Conselho do Banco Central Europeu, Fabio Panetta e e Philip Lane, que discursam hoje.
Os juros da dívida portuguesa a dez anos somam 2,2 pontos base para 3,074%. Já os juros da dívida espanhola cedem sobem 1,8 pontos para 3,112%.
A "yield" das Bunds alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, agrava-se 1,4 pontos base para 2,437%.
Os juros da dívida italiana somam 2,2 pontos base para 3,715% e os da dívida francesa registam um decréscimo de 1,4 pontos para 2,887%.
Fora da Zona Euro, a rendibilidade da dívida britânica agrava-se em 1,1 pontos base para 4,097%.
Dólar valoriza. Iene perde antes de encontro do BoJ
O dólar está a negociar ligeiramente em alta face às principais divisas rivais e a caminho de deixar para trás três semanas consecutivas de perdas, com os mais recentes números da inflação nos Estados Unidos a levarem a uma reavaliação do "timing" de cortes de juros pela Reserva Federal.
O dólar avança 0,02% para 0,9191 euros, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da "nota verde" contra 10 divisas rivais - soma 0,09% para os 103,45 pontos.
Já o iene vai desvalorizando face ao dólar e euro antes do encontro de política monetária do Banco do Japão que poderá marcar um afastamento negativo da política de taxas de juro negativas.
Ouro valoriza. Caminha para primeira queda semanal num mês
O ouro está a valorizar esta sexta-feira, mas a caminho da sua primeira queda semanal em quatro semanas, numa altura em que os números da inflação no consumidor e no produtor nos Estados Unidos têm levado os "traders" a repensar o "timing" de possíveis cortes de juros pela Reserva Federal.
O metal amarelo soma 0,28% para 2.168,24 dólares por onça.
"É difícil ignorar a surpresa da subida da inflação agora... não vejo nenhum catalisador para empurrar o ouro acima dos 2.200 dólares - um nível de resistência - no curto-prazo", afirmou à Reuters Hugo Pascal, analista da InProved.
Petróleo em ligeira baixa, mas caminha para ganho semanal
Os preços do petróleo estão a negociar em baixa nos mercados internacionais, mas a caminho de um ganho semanal de cerca de 4%.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para o mercado norte-americano, cede 0,15% para 81,14 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 0,18% para 85,27 dólares.
A subida está a ser sustentada por uma revisão por parte da Agência Internacional de Energia das previsões em termos de procura para 2024 e um inesperado declínio nos "stocks" de crude nos Estados Unidos.
Futuros da Europa inalterados. Ásia mista
Os principais índices europeus estão a apontar para um início de sessão praticamente inalterado, numa altura em que os investidores continuam a avaliar os números do índice de preços no produtor nos Estados Unidos - divulgado esta quinta-feira - que subiu 0,6% em fevereiro, o dobro do esperado pelos analistas.
Esta aceleração vem dar força à narrativa de que as pressões inflacionistas na maior economia mundial persistem, pelo que a Reserva Federal poderá manter as taxas diretoras nos níveis atuais por mais tempo.
Na Ásia, os índices foram pressionados pelos mesmos dados económicos, com as praças chinesas e coreanas a liderarem o "sell-off". O setor tecnológico foi um dos mais penalizados.
Um índice de cotadas chinesas em Hong Kong desvalorizou mais de 2% depois de o Banco Popular da China ter retirado capital do sistema financeiro através de uma ferramenta de liquidez a médio-prazo, algo que aconteceu pela primeira vez desde novembro de 2022.
Pela China, o Hang Seng, em Hong Kong, cai 1,54% e o Shanghai Composite avança 0,54%. No Japão, o Nikkei cede 0,26% e o Topix valorizou 0,35%, enquanto na Coreia do Sul, o Kospi desceu 1,91%.