Notícia
Europa no verde com Galp a protagonizar maior subida do Stoxx 600. Petróleo cede terreno
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados financeiros durante esta segunda-feira.
- Futuros da Europa apontam para ganhos. Ásia positiva
- Petróleo desvaloriza com abrandar de tensões no Médio Oriente
- Ouro perde mais de 1% com redução de riscos no Médio Oriente
- Euro e dólar inalterados sem catalisadores
- Juros agravam-se na Zona Euro. Itália é exceção
- Europa em alta com atenções centradas na época de resultados
- Euribor desce a três meses e sobe a seis e a 12 meses
- "Earnings season" alimenta apetite pelo risco em Wall Street
- Euro desliza frente ao dólar
- Ouro cai com menor procura por ativos-refúgio
- Petróleo cede com receios em torno da inflação
- Juros da Zona Euro iniciam a semana a retrair
- Europa no verde com Galp a protagonizar maior subida no Stoxx 600
Os futuros do Euro Stoxx 50 avançam 0,4%.
Na Ásia, a primeira sessão da semana foi positiva, com ganhos em Hong Kong, depois de Pequim ter anunciado novas medidas de estímulo à economia que reduziram as perdas das tecnológicas.
O regulador chinês apresentou cinco medidas para otimizar a plataforma de negociação e melhorar a posição de Hong Kong como "hub" financeiro.
"Um fim de semana relativamente calmo, graças à aparente contenção das tensões geopolíticas, ajudou a acalmar a ansiedade generalizada no mercado", afirmou à Bloomberg Hebe Chen, analista da IG.
Pela China, o Hang Seng, em Hong Kong, sobe 1,79% e o Shanghai Composite recua 0,49%. No Japão, o Nikkei avançou 1% e o Topix somou 1,38%, enquanto na Coreia do Sul, o Kospi ganha 1,28%.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 0,85% para 82,43 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, perde 1,19% para 86,25 dólares.
Na passada sexta-feira ambos ganharam cerca de três dólares, depois de terem sido ouvidas explosões na cidade iraniana de Ishafan no que fontes citadas pela Reuters descreveram como sendo um ataque de Israel.
"Os preços do petróleo conseguiram manter os ganhos iniciais, com amplas expectativas de que as tensões geopolíticas entre o Israel e o Irão possam abrandar, dada a resposta moderada do Irão", afirmou à Reuters Yeap Jun Rong, estratega da IG.
"Os mercados continuam a desfazer o prémio de risco geopolítico relacionado com potenciais interrupções no fornecimento petrolífero, que parece mais improvável", acrescentou.
O foco volta assim a estar nos indicadores económicos, que deverão ser uma pressão negativa no mercado, defende a analista Tina Teng, em declarações à Reuters.
O ouro perde 1,36% para 2.359,42 dólares por onça.
"Neste momento, há uma falta de catalisadores para que os preços do ouro continuem a subir. Nesta conjuntura, parece-nos que o mercado está a tomar consciência do custo mais elevado do metal amarelo", afirmou Kelvin Wong, analista da OANDA.
Os investidores viram-se agora para uma leitura da inflação nos Estados Unidos, através do indicador PCE (despesas do consumo privado) - o indicador preferido da Fed para medir a subida dos preços - que será divulgado na sexta-feira.
O euro avança 0,02% para 1,0658 dólares, ao passo que o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da moeda norte-americana face a 10 divisas rivais - cede 0,05% para 106,1 dólares.
O arrefecer das tensões no Médio Oriente também levou a uma redução da volatilidade e posterior estabilização nas principais divisas.
Ainda a centrar atenções estão declarações do presidente do Banco de França, François Villeroy de Galhau, que afirmou durante o fim de semana que a incerteza em torno dos preços do petróleo não iria impedir um corte de juros em junho.
A "yield" da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos sobe 1,9 pontos base para 3,161% e a das Bunds alemãs com o mesmo prazo, referência para a região, soma 2 pontos para 2,518%.
A rendibilidade da dívida soberana italiana cede 0,2 pontos base para 3,922%, a da dívida francesa avança 1,6 pontos para 3,024% e a da dívida espanhola sobe 1 ponto para 3,316%.
Fora da Zona Euro, os juros das Gilts britânicas, também com prazo a dez anos, soma 0,5 pontos base para 4,234%.
Isto numa altura em que os investidores vão avaliando os resultados das empresas e monitorizando comentários dos governadores dos bancos centrais à procura de novas pistas sobre o futuro da política monetária.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, soma 0,15% para 500,03 pontos, com os setor das telecomunicações, retalho e imobiliário a registarem os maiores ganhos acima de 1%.
Pela negativa o setor automóvel perde mais de 1%, penalizado pela saída do CEO da Iveco (-4,1%) - uma fabricante automóvel - Gerrit Marx para a liderança da CNH Industrial.
Entre os principais movimentos de mercado está ainda a Alstom, que ganha mais de 1%, depois de a fabricante de comboios francesa ter acordado a venda do seu negócio de sinalização convencional nos Estados Unidos à Knorr-Bremse, uma fabricante de sistemas de ferrovia alemã.
A centrar atenções ao longo da semana estarão os resultados do primeiro trimestre de alguns dos maiores bancos europeus: BNP Paribas, Deutsche Bank, Barclays e Lloyds.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax 30 avança 0,18%, o britânico FTSE 100 sobe 0,97% e o espanhol IBEX 35 ganha 0,62%. Em Amesterdão, o AEX regista um acréscimo de 0,56%.
Pela negativa, o francês CAC-40 cede 0,08% e o italiano FTSEMIB perde 1,35%.
Com as alterações de hoje, a Euribor a três meses, que recuou para 3,891%, permanece acima da taxa a seis meses (3,850%) e da taxa a 12 meses (3,734%).
A taxa Euribor a seis meses, que passou a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, subiu hoje para 3,850%, mais 0,004 pontos, após ter avançado em 18 de outubro para 4,143%, um novo máximo desde novembro de 2008.
Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a fevereiro apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 36,6% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,7% e 24,6%, respetivamente.
No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, também subiu hoje, para 3,734%, mais 0,002 pontos do que na sessão anterior, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
Em sentido contrário, a Euribor a três meses baixou, ao ser fixada em 3,891%, menos 0,001 pontos, depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um novo máximo desde novembro de 2008.
Na reunião de política monetária de 11 de abril, o BCE manteve as taxas de juro de referência no nível mais alto desde 2001 pela quinta vez consecutiva, depois de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.
A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 06 de junho em Frankfurt.
A média da Euribor em março manteve-se em 3,923% a três meses, desceu 0,006 pontos para 3,895% a seis meses (contra 3,901% em fevereiro) e subiu 0,047 pontos para 3,718% a 12 meses (contra 3,671%).
As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 04 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
O S&P 500, referência para a região, sobe 0,37% para 4.985,63 pontos, o industrial Dow Jones valoriza 0,09% para 38.021,64 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite soma 0,61% para 15.374,65 pontos.
A expectativa quanto aos resultados trimestrais está a aumentar o apetite pelo risco, depois de na semana passada o S&P e o Nasdaq terem registado a maior série de quedas desde 2022.
Cerca de 180 das cotadas no S&P 500 apresentam contas esta semana, mas a maior expectativa está em torno das "Sete Magníficas" (Microsoft, Apple, Nvidia, Alphabet, Amazon, Meta e Tesla). De acordo com os dados da Bloomberg Intelligence, é esperada uma subida homóloga dos lucros de 38%.
O entusiasmo com as contas trimestrais está a ofuscar os receios de uma escalada das tensões geopolíticas, que na semana passada levou a uma maior procura por ativos-refúgio, e da perspetiva de que a política monetária irá manter-se em nível elevados durante mais tempo do que o previsto.
Além da Tesla e a Meta, também a Alphabet e a Microsoft apresentam resultados esta semana, mais concretamente na quinta-feira.
A moeda única cede 0,18% para 1,0637 dólares.
O dólar está também a valorizar 0,07% frente ao iene japonês, 0,19% perante o franco suíço e 0,44% face à libra.
A subida da divisa norte-americana observa-se numa altura em que os investidores dão cada vez mais como certo que a Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos deverá manter os juros em níveis elevados durante mais tempo.
Este cenário ganhou força depois de, na semana passada, Jerome Powell, presidente da Fed, ter dito que "é apropriado deixar que a política [monetária] faça o seu trabalho durante mais tempo.
Os preços do ouro seguem a ceder mais de 2% esta segunda-feira, à medida que diminuem as preocupações com a escalada de tensões no Médio Oriente, levando os investidores a reduzirem as compras do metal amarelo, considerado um ativo-refúgio.
O ouro derrapa 2,20% para os 2.339,42 dólares por onça.
A sustentar a queda estão também novos comentários de membros da Reserva Federal (Fed) dos EUA, que abandonam a ideia de um corte nas taxas de juro em breve. Os "traders" esperam obter mais indicações sobre o futuro da política monetária com os dados do índice de despesas do consumo privado (PCE), divulgado na próxima sexta-feira.
Segundo a Bloomberg, o PCE deverá ter subido para os 2,6% em março face ao período homólogo e aos 2,5% registados em fevereiro – cenário que dará mais motivos à Fed para adiar a flexibilização monetária.
No mesmo percurso de queda seguem outros metais preciosos, como a prata, a platina e o paládio.
As cotações do "ouro negro" seguem a perder terreno nos princpais mercados internacionais, com os investidores a mudarem o foco para a inflação, já que as tensões no Médio Oriente não estão a perturbar, pelo menos para já, o fornecimento de matéria-prima.
"O prémio de risco geopolítico tende a não durar se a oferta não for perturbada e a elevada capacidade adicional de alguns países produtores de petróleo poderia compensar quaisquer disrupções no fornecimento", sublinha Giovanni Staunovo, analista de "commodities" do UBS, num relatório a que o Negócios teve acesso.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, segue a perder 0,26% para 82,92 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 0,68% para 86,70 dólares.
Na frente económica, a inflação voltou a estar em foco, com os comentários de alguns responsáveis da Reserva Federal norte-americana a fazerem crer que a Fed poderá não descer os juros diretores em junho – o que anima o dólar e, consequentemente, penalizada o petróleo, já que é denominado na nota verde e fica assim menos atrativo para quem negoceia com outras moedas.
A "yield" da dívida pública portuguesa com maturidade a dez anos desceu 3,4 pontos base para 3,108% e a das Bunds alemãs com o mesmo prazo, referência para a região, retraiu 1,4 pontos para 2,484%.
Já a rendibilidade da dívida soberana italiana cedeu 8,7 pontos base para 3,838%, enquanto a da dívida francesa recuou 2,7 pontos para 2,981% e a da dívida espanhola desceu 5,2 pontos para 3,255%.
O Stoxx 600, referência para a região, subiu 0,6% para 502,31 pontos. Dos 20 setores que compõem o índice, o das telecomunicações foi o que mais valorizou, com ganhos de 2,03%, impulsionado pelo desempenho de algumas das maiores operadoras.
Entre as principais movimentações, a Vodafone ganhou 3,88%, a Telefónica subiu 2,2% e a Deutsche Telekom avançou 2,1%, no dia em que a norte-americana Verizon apresentou lucros acima do esperado no primeiro trimestre deste ano. Isto apesar de a própria empresa de telecomunicações estar a cair em bolsa.
A maior subida na sessão de hoje teve selo português. A Galp escalou 20,64%, beneficiando do anúncio de que o projeto que está a desenvolver na Namíbia terá "potencial comercial". As ações da petrolífera encerraram nos 19,35 euros, depois de durante o dia terem tocado nos 19,37 euros, um máximo histórico.
Nas principais praças europeias, o alemão Dax30 ganhou 0,7%, o francês CAC-40 somou 0,22%, o espanhol Ibex 35 avançou 1,5%, o britânico FTSE 100 valorizou 1,62%, aproximando-se de máximos históricos, e o AEX, em Amesterdão, subiu 0,76%. Só o italiano FTSE Mib encerrou o dia com perdas, tendo caído 0,58%.
O foco vira-se agora para a "earnings season", com uma série de resultados esta semana, incluindo algumas das maiores empresas europeias. São exemplo a Iberdrola, a Eni e a Hermès.