Notícia
Europa e Wall Street no vermelho. Dólar a um passo da paridade com o euro.
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados esta segunda-feira.
Lisboa e Londres escapam ao mar vermelho que invadiu a Europa
A Europa encerrou a sessão pintada de vermelho, à exceção de Londres e Lisboa, numa altura em que os investidores se preparam para a época de resultados e que surgem preocupações sobre os novos confinamentos na China, a segunda maior economia do mundo, à medida que se propagam novos casos no país.
O "benchmark" europeu, Stoxx 600, cai 0,50% para 415,02 pontos. Entre os 20 setores que compõe o índice, automóvel, viagens e lazer e mineração comandam perdas. "Utilities" e saúde escaparam à maré vermelha.
Nas restantes praças europeias, o espanhol IBEX caiu 0,43%, o alemão DAX desvalorizou 1,40% e o francês CAC 40 derrapou 0,61%. Por sua vez, Amesterdão perdeu 0,75% e Milão caiu 0,95%. Em contraciclo Lisboa conseguiu resistir ao mar vermelho, tendo valorizado 0,09%. Londres fechou na linha d’ água (0,004%).
Os investidores estão a preparar-se para a época de resultados referente ao segundo trimestre do ano. Os investidores esperam saber qual o impacto da inflação nas contas das companhias europeias. Este movimento surge ainda numa altura que as ações chinesas registaram o pior dia desde há um mês, numa altura em que uma nova vaga de covid-19 assola o país.
Juros aliviam na Zona Euro
Os juros das dívidas soberanas aliviam na Zona Euro, numa altura em que os mercados acionistas da região encerram a sessão no vermelho, à medida que os investidores temem que a Europa entre em recessão.
A yield da dívida alemã a dez anos – "benchmark" para o mercado europeu – alivia 9,5 pontos base para 1,243%. Desde o passado dia 5 de maio que os juros das obrigações alemãs com esta maturidade estão acima de 1%.
Por sua vez, os juros das obrigações italianas a dez anos subtraem 6,8 pontos base para 3,205%, enquanto a yield da dívida francesa com a mesma maturidade perde 9,9 pontos base para 1,857%.
Na Península Ibérica, a yield da dívida nacional a dez anos cai 7,5 pontos base para 2,323%. Desde o passado dia 29 de abril que os juros da dívida portuguesa com esta maturidade estão acima da linha dos 2%.
Já a yield da dívida espanhola com esta maturidade cai 7,2% pontos base para 2,330%, ligeiramente acima dos juros das obrigações nacionais com a mesma maturidade.
"Rally" do dólar deixa euro a um passo da paridade com a nota verde
O euro está a um passo muito pequeno de valer apenas um dólar. A moeda única segue a desvalorizar 0,99% para 1,0084 dólares, continuando a renovar mínimos de 2002 e muito perto do "verão quente" de há 20 anos.
Para os analistas, a fraqueza da moeda única reflete as preocupações do mercado relativamente ao abastecimento do gás no bloco e a possibilidade de um abrandamento económico na região.
O risco de um recessão da Zona do Euro está a crescer à medida que a probabilidade de escassez de gás natural aumenta e a inflação acelera, de acordo com economistas consultados pela Bloomberg.
A probabilidade de uma contração económica no bloco aumentou de 30% para 40% face ao inquérito anterior, e é já o dobro face aos 20% contabilizados em pesquisa similar antes da invasão russa à Ucrânia.
Por sua vez, o índice do dólar da Bloomberg – que mede a força da nota verde contra 10 divisas rivais – soma 0,82% para 107,88 pontos, enquanto os investidores aguaram a divulgação dos números da inflação nos EUA de junho. Os analistas apontam para que a taxa anual de inflação toque em 8,8% neste mês, mais 0,2% face aos 8,6% contabilizados até maio.
Petróleo cai com aversão ao risco e aumento de casos de covid na China
Os preços do "ouro negro" estão a negociar em terreno negativo, apanhados entre o aumento de casos de covid na China e a falta de apetite pelo risco por parte dos investidores.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a ceder 0,25% para 106,75 dólares por barril.
Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, recua 0,71% para 104,05 dólares por barril.
Os casos de SARS-CoV2 continuam a aumentar em Xangai, o que coloca um desafio à estratégia covid-zero do maior consumidor mundial de crude.
A matéria-prima também cede depois de uma ordem judicial ter permitido que o terminal CPCP na costa russa do Mar Negro se mantenha operacional, atenuando alguns receios de mais aperto da oferta.
Metais preciosos caem penalizados pela subida do dólar antes dos dados da inflação
O ouro desvaloriza no mercado internacional, penalizado pela subida do dólar que ganhou força, antes de serem divulgados os dados da inflação nos EUA no final desta semana, indicador que irá influenciar o futuro da política monetária da Reserva Federal norte-americana (Fed).
O metal amarelo cai 0,4% para 1.735,12 dólares por onça. O ouro está a negociar perto de mínimos de nove meses de a semana passada ter derrapado 3,8%, fechando a quarta perda semanal. Prata, platina e paládio acompanham esta tendência negativa.
Os investidores aguardam com expectativa a divulgação dos números da inflação até junho, um indicador que pode dar pistas sobre a decisão que será tomada na próxima reunião da Fed marcada para o final de julho. Os economistas consultados pela Bloomberg apontam para que a taxa de inflação anual tenha tocado em 8,8% em junho, voltando a renovar máximos de 40 anos. Em maio, o índice de preços no consumidor tocou em 8,6%.
"O IPC é um fator chave para saber se as taxas de juro sobem 50 ou 75 pontos base na próxima reunião", explicou Giovanni Staunovo, estratega de commodities do UBS. Se chegar aos 9% isso pode representar uma subida de 75 pontos base o que será interessante para o ouro", acrescentou o especialista em declarações à Bloomberg.
Wall Street arranca no vermelho em vésperas de arranque da "earnings season"
Wall Street arrancou a sessão no vermelho, à medida que os investidores se preparam para o arranque da "earnings season" esta semana. O mercado teme que os lucros das companhias norte-americanas estejam sob pressão, devido a um possível abrandamento económico, provocado pelo aumento agressivo das taxas de juro por parte da Reserva Federal norte-americana (Fed).
O industrial Dow Jones derrapa 0,19% para 31.276,34 pontos, enquanto o "benchmark" S&P 500 desvaloriza 0,84% para 3.866,19 pontos. Já o tecnológico Nasdaq Composite perde 1,60% para 11.448,74 pontos.
Entre os principais movimentos de mercado, destaca-se a queda de 6,87% para 34,32 dólares do Twitter, depois de este domingo, Elon Musk ter deixado cair a compra da rede social por 44 mil milhões de dólares. Alguns analistas citados pela Bloomberg apontam mesmo que os títulos da companhia possam cair abaixo da fasquia dos 30 dólares, se o acordo falhar por completo.
O Citigroup e o Morgan Stanley estão divididos sobre a potencial impacto positivo desta época de resultados no desempenho das ações norte-americanas. Para os estrategas do banco de investimento, é possível que o S&P 500 termine este ano nos 4.200 pontos, 7,7% acima da última cotação de fecho e uma queda de 12% para todo o ano.
O Citi acredita que a economia norte-americana irá permanecer resiliente no segundo semestre deste ano, apontando para que o risco de recessão seja mais provável no início do próximo ano. Os especialistas observam que existe uma forte correlação entre a trajetória da política monetária da Fed e o crescimento dos lucros das empresas – no passado, por norma, os lucros das empresas sobem, enquanto caem quando o banco central adota uma política "dovish" em resposta a uma economia mais fraca.
"A aceleração da inflação que começou há cerca de um ano foi sobretudo um impulso positivo para o crescimento dos lucros", escrevem os estrategas citados pela Bloomberg. "Não esperados um novo paradigma neste momento, mas achamos que a curto prazo os ventos a favor dos lucros devem continuar", defendem.
Já o Morgan Stanley adota uma visão mais pessimista e apontam para que o valor justo do S&P 500 se fixe entre 3.400 pontos e 3.500 pontos, "in limine" 3.00 pontos num cenário de recessão, uma queda de 23% até ao final do ano face à última cotação fecho. Os estrategas alertam para o facto de as ações enfrentarem um grande desafio: o "rally" do dólar.
Europa em maré vermelha, sem setores no verde
A Europa abriu a negociação desta segunda-feira em terreno negativo, depois de ter encerrado a semana passada com um ganho semanal perto de 3%, à medida que se aproxima a época de resultados das empresas e a China assiste a um aumento dos casos de covid-19 - que levou as ações chinesas ao pior dia no período de um mês.
O índice de referência Europeu, Stoxx 600, perde 0,72% para 414,12 pontos, com todos os setores no vermelho. O setor que regista a maior queda é o das matérias-primas, seguido do automóvel e da banca.
Os investidores estão de olhos postos na "earnings season" que agora se inicia, o que vai permitir compreender como as empresas estão a lidar com a pressão económica que surgiu na primeira metade do ano, principalmente devido à guerra na Ucrânia.
"As expectativas de ganhos [das empresas] vão diminuir este ano e provavelmente no próximo ano também", explica à Bloomberg o analista do Barclays Julien Lafargue. "A questão é quão grandes vão ser os cortes que vamos ver".
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cede 0,95%, o francês CAC-40 desvaloriza 1,11%, o italiano FTSEMIB recua 0,69%, o britânico FTSE 100 perde 0,88% e o espanhol IBEX 35 cai 0,92%. Em Amesterdão, o AEX regista um decréscimo de 0,73%.
Ouro perde à espera de dados na China e EUA
O ouro está a negociar no vermelho, à espera de dados divulgados esta semana sobre duas das maiores economias mundiais, os Estados Unidos e a China, que divulgam informação sobre a inflação e a balança comercial relativos a junho, respectivamente.
O ouro segue a negociar perto dos valores mais baixos em nove meses, depois de ter encerrado em terreno negativo pela quarta semana seguida na semana passada, numa altura em que o dólar continua a valorizar e torna este metal precioso - negociado em dólares - menos atrativo.
O "metal amarelo" desvaloriza 0,25% para 1.738,1 dólares por onça. Ao passo que a platina perde 0,98% para 886,02 dólares por onça e paládio cai 1,19% para 2.135,22 dólares por onça.
Juros aliviam na Zona Euro em semana de vários dados finais da inflação
Os juros da dívida da Zona Euro estão a aliviar, numa altura em que o mercado de ações negoceia em terreno negativo - um indicativo de que os investidores podem estar a preferir estes ativos ao invés das ações.
A yield das Bunds alemãs a dez anos – "benchmark" para o mercado europeu – alivia 5,4 pontos base para 1,284%. Desde o início de maio que os juros das obrigações alemãs estão acima de 1%.
Já os juros da dívida italiana a dez anos perdem 4,9 pontos base para 3,223%. A yield das obrigações com a mesma maturidade que regista a maior queda é a francesa, de 5,6 pontos base para 1,9%.
Na Península Ibérica, a yield das obrigações portuguesas a dez anos alivia 5,1 pontos base para 2,347%, estando assim a negociar acima da fasquia dos 2% alcançada no final de abril.
A yield das obrigações espanholas com a mesma maturidade subtrai 5 pontos base para 2,353%.
Em Portugal, o INE divulga esta terça-feira os dados relativos ao índice de preços no consumidor em junho, bem como as perspetivas de exportação de bens em 2022. Na Europa, são divulgados os números finais da inflação de junho na Alemanha, Espanha e França.
Dólar ganha força como ativo seguro
O dólar está a valorizar face ao euro, seguindo abaixo da linha psicológica dos 1,02 dólares, estando assim cada vez mais perto da paridade com a moeda única europeia.
O dólar avança 0,43% em relação ao euro, 0,35% face à libra esterlina e 0,39% em relação ao iene, ganhando força como um ativo seguro.
Já o índice do dólar da Bloomberg - que mede a força da divisa norte-americana contra 10 moedas rivais – sobe 0,49% para 107,529 pontos.
"O dólar pode continuar a valorizar até os riscos de uma elevada inflação global, a segurança energética na Europa e o crescimento económico da China serem resolvidos", adiantam analistas do Barclays, numa nota citada pela CNBC.
Esta quarta-feira vai ser divulgado o índice de preços do consumidor nos Estados Unidos, que de acordo com os mesmos analistas são um dado importante para avaliar a necessidade de um aumento ainda maior das taxa de juro por parte da Reserva Federal norte-americana.
Petróleo e gás recuam devido a covid-19 e alívio de sanções no Canadá
O petróleo está a negociar em terreno negativo, depois de terem sido divulgadas notícias que dão conta de um aumento de casos de covid-19 na China. A procura por esta matéria-prima pode vir a desacelerar caso avancem novos períodos de confinamento.
Em Londres, o Brent do Mar do Norte, que é a referência para as importações europeias, segue a desvalorizar 1,65% para 105,25 dólares por barril. Já o West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, perde 1,89% para 102,81 dólares por barril.
"Os números da covid-19 continuam a aumentar", adianta Stephen Innes da SPI, à Bloomberg, "Apesar do possível impacto da procura numa recessão continuar a pesar no sentimento dos investidores, a visão predominante, pelo menos por agora, é que os problemas estruturais a longo prazo vão continuar a suportar a subida dos preços".
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem planeada esta semana uma visita ao Médio Oriente, especificamente à Arábia Saudita, numa altura em que procura um aumento da produção por parte dos países da região para diminuir o preço do "ouro negro".
Já o setor do gás natural está também a negociar em terreno negativo e Amesterdão, o mercado de referência para a Europa, registava esta manhã uma queda de 6,9%, para 163 euros por megawatt-hora, depois de ter assistido a uma subida de 19% na semana passada.
Esta queda tem lugar depois de o governo canadiano ter informado no sábado que iria permitir o envio das turbinas que servem o gasoduto Nord Stream, o principal ponto de entrada de gás russo na Alemanha, que se encontravam presas no Canadá devido a sanções deste país à Rússia.
Esta exceção às sanções vem permitir um alívio na Alemanha, já que o país espera ter o armazenamento de gás totalmente preenchido até ao inverno, numa tentativa de não ser necessário racionar esta matéria-prima nesse período.
Europa aponta para o vermelho. Japão em contraciclo com a Ásia no rescaldo de eleições
Os principais índices bolsistas da Europa estão a apontar para uma abertura no vermelho, numa semana que vai ser marcada pelo início da "earnings season" e pela divulgação da taxa de inflação no mês passado não só em vários países da Europa, como também nos Estados Unidos.
Os futuros sobre o Euro Stoxx 50 perdem 1,3%.
Na Ásia, as principais praças encerraram também em terreno negativo numa altura em que os casos de covid-19 voltaram a aumentar na China, o que levanta receios de uma desaceleração económica e novos confinamentos.
Todos os setores encerraram em terreno negativo, com as maiores quedas a serem registadas pelas empresas de materiais e de consumo. Por índices, os chineses foram os que mais perderam, com o Hang Seng a desvalorizar 2,7% e Xangai a cair 1,5%.
"O sentimento [dos investidores] voltou a enfraquecer à medida que os casos de covid-19 aumentam novamente na China" adianta Cui Xuehua, analista da Meritz Securities, à Bloomberg. "Também há preocupações sobre os confinamentos, à medida que as empresas começam a reportar os seus resultados", explica.
O Japão negociou em contraciclo com os pares asiáticos ao registar ganhos, depois de os cidadãos se terem dirigido às urnas e a coligação que governa ter conseguido aumentar os lugares na câmara alta, na sequência da morte do antigo primeiro-ministro do país, Shinzo Abe. Em reação, o Topix somou 1,5% e o Nikkei valorizou 0,7%.
Na Coreia do Sul, o Kospi perdeu 0,1%.