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Europa com pior queda em 11 meses. Juros da dívida agravam-se, petróleo e euro cedem terreno
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Europa com pior perda em 11 meses devido à subida dos juros da dívida
As bolsas europeias encerraram em baixa, com o índice de referência Stoxx 600 a registar a pior queda mensal desde outubro de 2020, numa altura em que os receios em torno do aumento das "yields" das obrigações ofuscam o otimismo acerca da retoma económica.
O agravamento dos juros da dívida soberana intensificou os receios de haja muitas ações sobrevalorizadas, especialmente no setor tecnológico. "Se os juros subirem mais, isto poderá pesar especialmente nas ações de grande crescimento do setor tecnológico, cujos dividendos têm uma baixa rendibilidade", comentou recentemente à Bloomberg um analista do ThinkMarkets, Fawad Razaqzada.
O Stoxx 600 encerrou a ceder 0,18%, para 455,87 pontos. No acumulado de setembro, perdeu 3,4% – se bem que neste trimestre tenha registado uma subida de 0,4%.
Na sessão desta quinta-feira, a última de setembro, o setor das viagens & lazer foi o que teve o pior desempenho, a recuar 2,2%. A pesar esteve a queda da operadora de jogos online Kindred, sediada em Malta, que mergulhou 6,53% depois de não ter obtido licença para disponibilizar jogos online aos consumidores holandeses na abertura desse mercado a 1 de outubro, estando atualmente sujeita ao chamado período de "reflexão" no país.
Também o retalho negociou no vermelho, a perder 1%, pressionado pelo facto de a Boohoo ter revisto em baixa as estimativas para os seus lucros e vendas e de a H&M ter reportado uma desaceleração do crescimento das receitas.
O setor com melhor performance foi o mineiro, animado pela subida do preço do minério de ferro.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax cedeu 0,7%, o francês CAC-40 desvalorizou 0,6%, o italiano FTSEMIB recuou 0,2%, o britânico FTSE 100 perdeu 0,3% e o espanhol IBEX 35 caiu 0,9%. Em Amesterdão, o AEX registou um decréscimo de 0,5%.
Yields da dívida europeia voltam a subir
As yields das dívidas soberanas da Zona Euro voltaram a subir esta quinta-feira após o ligeiro alívio da véspera.
Os juros das "bunds" alemãs a 10 anos subiram 1,3 pontos base, para -0,201%, enquanto as yields da dívida francesa na mesma maturidade agravaram-se em 1,7 pontos, para os 0,151%.
Nos países do sul a pressão foi mais pesada, com os juros da dívida portuguesa subiram 1,4 pontos, para 0,352%, enquanto na vizinha Espanha o agravamento foi de 2,2 pontos, para 0,458%. Em Itália a subida ascendeu a 3,4 pontos base, para os 0,856%
Euro é a moeda do G10 com pior desempenho do dia
O euro continua a registar perdas na sessão desta quinta-feira, sendo já a moeda do G10 (grupo que junta as 10 economias mais industrializadas do mundo) com o pior desempenho do dia.
Face à nota verde, a moeda única europeia está a cair 0,04% para 1,1593 dólares, o valor mais baixo desde julho de 2020.
O euro está também a perder terreno face à libra esterlina, com uma desvalorização de 0,63% para 0,8583.
A penalizar a moeda única estão os receios em relação à eventual retirada de estímulos financeiros na Zona Euro, numa altura em que a inflação continua a subir. Na Alemanha, por exemplo, a inflação atingiu em setembro máximos de quase três décadas, com o aumento dos preços da energia e o fim dos efeitos de redução do IVA.
Ouro recupera mas regista maior queda mensal desde julho
O ouro está a ganhar mais de 2% nos principais mercados. Os investidores atribuem a valorização do metal precioso, depois de ter registado a maior queda mensal desde julho, ao chamado "reajuste de carteira", que é quando os investidores reajustam os seus ativos.
Neste momento, o ouro está a subir 2,08%, com o preço por onça a cifrar-se nos 1.762,22 dólares.
"Os ganhos de hoje ocorrem após o aumento do receio dos investidores em torno do impasse do teto da dívida nos EUA, o aumento do preço da energia, o aumento da inflação global, a crise de Evergrande e os problemas persistentes da cadeia de abastecimento. Este cenário deveria suportar o ouro pelo seu estatuto de porto seguro. No entanto, o metal precioso permanece sob a pressão do fortalecimento do dólar americano, já que a redução antecipada dos estímulos da Fed e o aumento das yields dos títulos do Tesouro, bem como o próprio recurso de refúgio do dólar, poderão criar mais vantagens para a moeda americana", destaca Ricardo Evangelista, analista sénior e diretor executivo da ActivTrades Europe SA, na sua análise diária.
A acompanhar a subida do preço do ouro está também a prata, que na sessão desta quarta-feira tocou mínimos de junho de 2020. A prata está agora a ganhar 2,89%, com a onça a valer 22,11 dólares.
No que toca ainda aos metais preciosos, a platina está a valorizar 1,47%, com o preço por onça a subir para 968,38 dólares.
Aumento de stocks e valorização do dólar quebram petróleo
As cotações do petróleo seguem em baixa, ainda pressionadas pelo aumento inesperado dos inventários norte-americanos de crude na semana passada. A robustez do dólar também está a penalizar a matéria-prima.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em novembro cede 1,10% para 74,01 dólares por barril.
Já o contrato de novembro do Brent do Mar do Norte, negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 0,84% para 77,98 dólares.
As reservas norte-americanas de crude aumentaram em 4,57 milhões de barris na semana passada, quando o consenso de mercado apontava para uma nova queda – que seria a sétima consecutiva –, na ordem dos 1,65 milhões de barris.
Este dado fez com que os preços invertessem para terreno negativo na sessão de ontem e continua a penalizar o "ouro negro" esta quinta-feira.
Também a valorização do dólar está a pressionar o preço do petróleo – que é denominado na nota verde, pelo que fica menos atrativo como investimento alternativo para quem negoceia com outras moedas.
Wall Street arranca no verde na despedida do mês de setembro
Os três principais índices dos Estados Unidos arrancaram a última sessão do mês de setembro em alta. O industrial Dow Jones está a valorizar 0,27% para 34.484,68 pontos e o S&P 500 avança 0,24% para 4.370,14 pontos. O índice tecnológico Nasdaq está a subir 0,75% para 14.620,68 pontos, a recuperar do deslize de 0,24% na sessão desta quarta-feira.
Como é habitual às quintas-feiras, o Departamento do Trabalho norte-americano divulgou dados sobre o número de pedidos de subsídio de desemprego na semana passada. Os números revelam uma subida pela terceira semana consecutiva, levantando alguns receios sobre o mercado de trabalho.
Na semana que terminou a 25 de setembro, foram contabilizados 362 mil pedidos de subsídio de desemprego, um aumento de 11 mil face à anterior semana. Os números concretos estão acima das estimativas dos economistas ouvidos pela Bloomberg, que antecipavam 330 mil pedidos.
Este indicador sobre o mercado laboral nos Estados Unidos tem estado a revelar subidas ao longo das últimas semanas. Os economistas apontam um leque diversificado de motivos para esta subida, nomeadamente os incêndios na Califórnia ou a passagem do furacão Ida pela costa do Louisiana. Além disso, também a variante delta, que está a fazer subir o número de casos de infeção nos EUA, é apontada como uma possível justificação para as alterações ao mercado laboral.
Europa pintada de verde, com quase todos os setores a avançar. Só "utilities" deslizam
As praças europeias estão a negociar em terreno positivo esta manhã. O Stoxx 600, que agrupa as 600 maiores cotadas do velho continente, está a avançar 0,84% para 458,84 pontos.
Praticamente todos os setores estão no verde, com exceção das "utilities", que deslizam 0,15%. Nesta altura, o setor mineiro e a tecnologia apresentam os ganhos mais expressivos, a valorizar 1,8% e 1,75%, respetivamente. Nota ainda para o setor dos media, que valoriza 1,48%.
O PSI-20 está a avançar 0,48%, enquanto o espanhol IBEX ganha 0,53%, o alemão DAX aprecia 0,37%, o índice francês CAC 40 ganha 0,75% e o FTSE aprecia 0,6%. Nota ainda para os ganhos da bolsa de Amesterdão, com a valorização mais expressiva nesta altura, acima de 1%.
"Bunds" germânicas a subir
Os juros da dívida da Alemanha, a referência na Zona Euro, estão a subir esta manhã. Nas "bunds" com maturidade a dez anos verifica-se uma subida de 0,5 pontos base para -0,209%.
Em Itália verifica-se um movimento contrário, onde os juros da dívida com a mesma maturidade estão a aliviar 0,2 pontos base para 0,820%.
Na Península Ibérica, os juros portugueses estão inalterados, nos 0,338%. Em Espanha os juros a dez anos estão a subir 0,3 pontos base para 0,439%.
Petróleo negoceia de forma estável após duas sessões de quedas
O petróleo está a negociar de forma estável esta manhã, a recuperar de duas sessões em terreno negativo, onde as indicações sobre um aumento dos stocks de petróleo nos EUA pesaram.
Esta manhã, tanto o West Texas Intermediate (WTI) como o brent do Mar do Norte estão a registar ganhos ligeiros.
O WTI, negociado em Nova Iorque, está a avançar 0,31% para 75,06 dólares por barril. Já o brent do Mar do Norte, que serve de referência ao mercado português, está a valorizar 0,19% para 78,79 dólares por barril.
O crude está a caminho daquela que poderá ser uma subida mensal, apesar das questões ligadas à procura e também à passagem do furacão Ida pelo Golfo do México, que obrigou a paragens na produção nesta área.
Euro e libra em alta, dólar a perder terreno
O euro e a libra, duas divisas de relevo no mercado europeu, estão a ganhar terreno perante o dólar na sessão desta quinta-feira.
A moeda única europeia está a valorizar 0,07% para 1,1606 dólares, a dar sinais de alguma recuperação após quatro sessões consecutivas no vermelho. A libra esterlina está também a avançar 0,07%, mas neste caso para 1,3437 dólares. Há duas sessões que a moeda britânica tem estado a cair perante o dólar.
A nota verde cede 0,06% perante um cabaz composto por divisas rivais.
Ouro está a negociar em terreno positivo depois de três sessões no vermelho
O ouro está a negociar em terreno positivo esta manhã, a valorizar 0,31%. A onça deste metal precioso está a negociar nesta altura nos 1.731,77 dólares.
A semana tem sido marcada por tons de vermelho para este tipo de metal, que continua cada vez mais afastado da fasquia dos 1.800 dólares por onça.
O valor mais alto atingido pelo ouro esta semana foi de 1.734,01 dólares, no fecho da sessão de terça-feira, apesar de esta ter sido a maior queda numa sessão esta semana (0,92%).
Futuros apontam para abertura positiva na Europa com investidores a afastar alguns receios
Os futuros apontam para um arranque "no verde" nas principais praças europeias, com os investidores já mais otimistas após a recuperação das bolsas do velho continente na sessão de quarta-feira. Ao longo da sessão de quarta-feira, o Stoxx 600 chegou a registar ganhos acima de 1%, pondo fim ao dia com uma subida na ordem dos 0,7%.
A sessão na Europa arrancará já com um dado estatístico para "digerir", ligado à economia do Reino Unido. Segundo o gabinete de estatísticas britânico, a economia do país saiu do confinamento mais forte do que era antecipado.
O PIB do Reino Unido subiu 5,5% no segundo trimestre, contra as estimativas anteriores de 4,8%. A subida acima do esperado reflete já a abertura de lojas e do setor hoteleiro. Ainda assim, o PIB britânico continua 3,3% abaixo dos valores pré-pandemia.
Mas há mais dados estatísticos a prometer marcar o dia, nomeadamente os números do desemprego na Zona Euro em agosto. Do outro lado do Atlântico está prometida a divulgação de dados sobre o PIB norte-americano, além dos habituais dados sobre os pedidos de desemprego nos EUA.
Já na Ásia, onde a sessão desta quinta-feira está já concluída, as praças negociaram de forma mista, com os investidores a analisar o aumento dos preços da energia e também dados sobre a atividade da indústria na China. Este números, relativos a setembro, desapontaram os investidores, gerando receios sobre se as questões ligadas à energia estão já a ter efeito nesta área e, consequentemente, na economia do gigante asiático.
No Japão, tanto o Nikkei como o Topix fecharam no vermelho, com quedas de 0,23% e 0,42%, respetivamente. Em Hong Kong, o Hang Seng cedeu 0,29% e em Xangai a sessão fechou no verde, a valorizar 0,94%.