Notícia
Fecho dos mercados: Bolsas europeias recuam. Euro e petróleo disparam
As bolsas europeias recuaram pela terceira sessão, pressionadas principalmente pela banca. O petróleo está a disparar mais de 5%, apesar da subida das reservas, beneficiando da queda do dólar. O euro está acima dos 1,10 dólares pela primeira vez este ano.
Os mercados em números
PSI-20 caiu 1,17% para 4.923,31 pontos
Stoxx 600 caiu 1,54% para 329,43 pontos
S&P 500 desvaloriza 0,30% para 1897,35 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal desce 5,4 pontos base para 2,930%
Euro avança 1,21% para 1,1052 dólares
Petróleo sobe 5,47% para 34,51 dólares por barril, em Londres
Banca pressiona bolsas europeias
As principais bolsas europeias recuaram, pela terceira sessão consecutiva. O Stoxx 600 caiu 1,54%, pressionado principalmente pela banca. Os resultados abaixo do esperado de bancos como a Novo Nordisk e o Royal KPN renovaram os receios dos investidores em torno do abrandamento da economia. A queda foi generalizada a todos os sectores, excepto as mineiras. Entre as principais praças europeias, a bolsa grega liderou as quedas, ao cair 5,21%. Foi seguida pela praça italiana que caiu 2,85%.
Em Lisboa, o PSI-20 acompanhou a tendência negativa das principais congéneres e recuou 1,17% para 4.923,31 pontos, com 14 cotadas em queda e três em alta, pela segunda sessão consecutiva. O BCP foi a cotada que mais pressionou ao deslizar 8,33% para 0,0341 euros. O BPI caiu 6,93% para 0,913 euros. As notícias que dão conta de que o Governo português deverá aumentar os impostos sobre o sector financeiro nacional pressionaram as cotações da banca.
Juros recuam na Europa
Os juros da dívida portuguesa recuaram, acompanhando a tendência de queda das obrigações na Europa. A "yield" da dívida nacional a 10 anos, que é considerada a maturidade de referência, caiu 5,4 pontos para 2,930%, invertendo a tendência da sessão anterior. A queda mais acentuada do que na Alemanha, onde os juros caíram apenas 3,2 pontos base para 0,275%, aliviou o prémio de risco. O "spread" caiu para 265,6 pontos.
Euribor recuam para mínimos históricos
As taxas Euribor recuaram nos prazos a três, seis, nove e 12 meses, renovando mínimos históricos. A Euribor a três meses caiu de -0,161% para -0,162%, o valor mais baixo de sempre, fixado pela primeira vez a 29 de Janeiro. A seis meses, o indexante recuou de -0,094% para -0,096%, fixando um novo mínimo histórico. A Euribor a nove meses caiu para -0,047% e o indexante a 12 meses desceu para 0,008%.
Euro acima da fasquia de 1,10 dólares
O euro valoriza mais de 1% face à divisa norte-americana, negociando acima dos 1,10 dólares, esta quarta-feira. É uma das maiores subidas de 2016 e levou o euro a ultrapassar esta fasquia pela primeira vez este ano. A valorização da moeda única na sessão acentuou-se após terem sido divulgados nos Estados Unidos os dados do sector dos serviços, que mostraram um abrandamento. A moeda única segue a valorizar 1,21% para 1,1052 dólares, um máximo de três meses.
Petróleo dispara apesar das reservas
O petróleo está a disparar 5%, apesar do forte aumento das reservas de matéria-prima nos EUA, na semana passada. A queda do dólar está a beneficiar a negociação do activo. O Brent, negociado em Londres, está a valorizar 5,47% para 34,51 dólares. O West Texas Intermediate (WTI), negociado em Nova Iorque, dispara 6,06% para 31,69 dólares.
As reservas de petróleo norte-americanas aumentaram em 7,79 milhões de barris, na semana passada, pela quarta semana consecutiva, para o valor mais elevado desde 1930, superando largamente as estimativas dos analistas. A previsão recolhida pela Bloomberg apontava para um aumento de quatro milhões de barris. Na terça-feira, o Instituto Americano do Petróleo divulgou um aumento de 3,8 milhões de barris.
Zinco em máximos de três meses
O zinco para entrega em Maio está a avançar pela quarta sessão consecutiva, negociando em máximos de três meses. A expectativa de um corte da produção das mineiras, que inverta a situação de excesso de oferta e crie um défice no mercado, está a impulsionar as cotações. O metal segue a valorizar 1,58% para 1.674 dólares por tonelada métrica, após ter tocado nos 1.696 dólares, durante a sessão, o valor mais elevado desde Novembro.
Destaques do dia
Bruxelas alerta para diferenças "significativas". Lisboa garante que negociações "estão a correr bem". O Governo mostrou-se hoje confiante de que o processo de negociação com Bruxelas sobre o Orçamento do Estado para 2016 esteja no bom caminho. A Comissão Europeia, por seu turno, lembra que as divergências ainda são "significativas".
Banca vai pagar imposto do Selo sobre comissões cobradas aos comerciantes. O imposto de Selo vai incidir sobre a taxa de serviço que os bancos cobram aos comerciantes com terminais de pagamento com cartões de débito e crédito, prevê a proposta de Orçamento do Estado.
BCP e BPI afundam mais de 4% com novos impostos. Os títulos do sector financeiro estão a cair mais de 4% em bolsa, a reagir às notícias que o Governo está a avaliar um aumento dos impostos sobre o sector para aumentar as receitas fiscais.
Clarificação na Polónia põe Jerónimo Martins a brilhar na Europa. As acções da dona do Pingo Doce recuperam quase 20% desde 18 de Janeiro, beneficiando do imposto menor que o esperado na Polónia. Registam um ganho acima de 7% este ano, um dos melhores desempenhos no Stoxx 600.
O que vai acontecer amanhã
Banco de Inglaterra. O banco central realiza a reunião de política monetária.
- Resultados. A Royal Dutch Shell e a ING estão entre as empresas que divulgam os resultados do quarto trimestre de 2015. O fundo soberano da Noruega também publica o relatório anual.
- FMI. A directora-geral do FMI, Christine Lagarde, faz um discurso sobre os mercados emergentes na Universidade de Maryland, nos EUA.
- Dados económicos nos EUA. Os EUA publicam os dados semanais referentes aos novos pedidos de subsídio de desemprego na semana terminada a 30 de Janeiro. Serão também conhecidas as encomendas na indústria, em Dezembro.