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Fecho dos mercados: Bolsas afundam, petróleo também. Libra volta a 1985

Foi um dia negro nos mercados internacionais, com as bolsas a afundarem perante os receios dos investidores quanto ao andamento da economia mundial. Essa mesma perspectiva levou o petróleo a cair mais 4%, já a libra afundou para níveis de 1985 à custa do Brexit.

Bloomberg
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Os mercados em números

PSI-20 caiu 2,24% para 4.392,24 pontos

Stoxx 600 desceu 1,7% para 324,17 pontos

S&P 500 desvaloriza 0,81% para 2.086,01 pontos

"Yield" a dez anos de Portugal sobe 3,6 pontos base para 3,020%

Euro recua 0,71% para 1,1073 dólares

Petróleo cai 4,03% para 48,08 dólares por barril

 

Receios na economia penalizam bolsas

As bolsas europeias cederam "terreno" pelo segundo dia consecutivo. O Stoxx 600 recuou 1,7%, numa sessão em que as bolsas da região fecharam com quedas que oscilaram entre 1% e 2%. A pressionar estiveram mais uma vez os receios de que a decisão do Reino Unido de abandonar a União Europeia tenha um impacto negativo no crescimento económico global, isto num dia em que a moeda britânica voltou a negociar em mínimos de mais de três décadas.


A liderar as quedas continuam os títulos do sector financeiro. O Banca Monte dei Paschi, que já na sessão anterior tinha tombado 13%, voltou a afundar. Desceu mais de 17%, depois da especulação de que Itália estará a preparar-se para injectar capital no banco.

A bolsa lisboeta foi uma das que mais caiu na Europa. Depois de ontem ter evitado fechar no "vermelho", devido às subidas das acções do Grupo EDP, o PSI-20 encerrou a cair 2,24%, arrastado pelas quedas da energia e do BCP. A EDP perdeu 3,36% para 2,704 euros, enquanto a Galp Energia cedeu 2,36% para 12,195 euros. Já no sector financeiro o BCP caiu 3,78% para 1,78 cêntimos, penalizado pelos receios em torno da recapitalização na banca italiana.


Juros voltam a superar fasquia dos 3%

Os juros portugueses interromperam a correcção registada nos últimos dias. A "yield" a dez anos de Portugal, que fechou abaixo de 3% na última sessão, agravou-se 3,6 pontos base para 3,020%, num dia em que os juros da periferia estiveram a subir devido à maior aversão ao risco. Já as "bunds" alemãs caíram, reforçando os valores negativos para –0,185%, uma evolução que demonstra a desconfiança dos investidores em relação ao clima de incerteza nos mercados. O prémio de risco da dívida nacional face à da Alemanha aumentou para 320,5 pontos.


Euribor fixam novos mínimos

As Euribor voltaram a tocar em novos mínimos. Baixaram para novos recordes a três, seis, nove e 12 meses. A Euribor a três meses, em valores negativos desde 21 de Abril de 2015, foi hoje fixada em -0,292%, já a taxa a seis meses, a mais utilizada nos créditos à habitação em Portugal, desceu para -0,188%. A descida das taxas interbancárias reflecte a expectativa de mais estímulos monetários por parte do Banco Central Europeu, na sequência da decisão dos britânicos em saírem da União Europeia.


Libra renova mínimos de 1985

A moeda britânica voltou a estar em destaque pela negativa. A libra afundou 2,08% para 1,301 dólares, o valor mais baixo desde 1985, ou seja, mais de três décadas. Esta queda traduz os receios em torno da economia do Reino Unido depois da decisão, no referendo, da saída da União Europeia. Mark Carney afirmou que os sinais de impacto do Brexit já se começam a materializar, isto ao mesmo tempo que anunciou medidas para reforçar o financiamento da economia.

Economia mundial afunda petróleo

Os preços do petróleo recuaram de ambos os lados do Atlântico. O West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, recua 4,41% para 46,83 dólares por barril. O Brent do Mar do Norte, que serve de referência para as importações europeias, desvaloriza 4,03% para 48,08 dólares por barril. Estas quedas traduzem, por um lado, as perspectivas sombrias para a evolução da economia mundial, que indiciam uma quebra na procura, mas por outro são reflexo do facto de as reservas da matéria-prima continuarem a ser elevadas.


Ouro faz pausa nos máximos

Apesar da renovada tensão nos mercados, o ouro ficou praticamente inalterado. O metal precioso registou uma subida de apenas 0,01% para 1.351,65 dólares por onça, não conseguindo renovar os máximos de mais de dois anos que têm sido patrocinados pela aversão dos investidores ao risco. Os receios em torno do crescimento da economia mundial tem levado muitos investidores a procurarem protecção para o dinheiro, sendo o ouro um activo de refúgio por excelência.


Destaques do dia

 

Moscovici: Eventuais sanções a Portugal serão decididas "muito em breve" - O comissário europeu dos Assuntos Económicos diz que as regras do Pacto serão aplicadas, mas "de forma inteligente".


Marcelo: nova administração da CGD entra em função dentro de "10 a 12 dias"
- O Presidente da República afirmou hoje que a administração da Caixa Geral de Depósitos deve estar em funções dentro de "10 a 12 dias" e que será ela a tratar a questão da reestruturação e dos trabalhadores.


Banco de Inglaterra responde ao Brexit com menores exigências aos bancos
- Mark Carney afirmou que os sinais de impacto do Brexit já se começam a materializar e anunciou medidas para reforçar o financiamento da economia. Isto no dia em que a libra atingiu um novo mínimo de 31 anos.


Itália pondera injectar três mil milhões de euros no Monte dei Paschi
- O governo italiano estará a ponderar a injecção de, pelo menos, três mil milhões de euros no terceiro maior banco do país através do Fundo Atlante. As acções do Monte dei Paschi afundam mais de 5%.


Sonangol altera contrato de bloco participado pela Galp para rentabilizar investimento
- O presidente de Angola autorizou a empresa estatal a mudar os contratos de partilha em dois blocos, segundo despachos citados pela Lusa. A razão prende-se com custos elevados face às receitas.


Nova nota de 50 euros chega em Abril de 2017
- Depois da nota de 5, 10 e 20 euros, o BCE revelou hoje a nova nota de 50 euros, a mais utilizada dentro da União Europeia. Aos consumidores, esta nota chegará já na Primavera de 2017.


Berlusconi "próximo" de fechar acordo com chineses para a venda do AC Milan
- O antigo primeiro-ministro italiano exigiu ao consórcio chinês que investisse 400 milhões de euros no clube nos próximos dois anos.

O que vai acontecer amanhã

 

Minutas da Fed – A Reserva Federal dos EUA vai publicar as minutas da última reunião de política monetária, realizada a 14 e 15 de Junho. Nesta reunião, Janet Yellen optou por não fazer qualquer mexida nos juros dos EUA a aguardar pelo resultado do referendo no Reino Unido que ditou o Brexit.


Dados nos EUA
– Além de ser conhecido o índice PMI para os serviços, em Junho, será também revelado o saldo da balança comercial norte-americana, em Maio..


Habitação em Portugal
– O INE irá revelar o índice de custos de construção de habitação nova, mas também o índice de preços de manutenção e reparação regular em Portugal. Ambos os índices são referentes ao mês de Maio.

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