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Fecho dos mercados: Trump faz cair bolsas europeias e juros, mas não "assusta" petróleo
As bolsas europeias terminaram o dia a cair, bem como os juros da região, após Donald Trump ter dito que o acordo com a China pode ser adiado. O petróleo subiu com as perspetivas de cortes na produção.
Os mercados em números
PSI-20 desceu 0,99% para 5.037,61 pontos
Stoxx 600 perdeu 0,63% para 398,49 pontos
S&P500 cai 1,19% para 3.076,86 pontos
Juros da dívida portuguesa a dez anos descem 9,6 pontos base para 0,356%
Euro avança 0,08% para 1,1088 dólares
Petróleo em Londres cai 0,03% para 60,90 dólares
Trump leva bolsas europeias ao tapete
O Stoxx 600 alargou a série negativa e fechou pela quarta sessão consecutiva a negociar em território negativo. Hoje, o índice que reúne as 600 maiores cotadas do "velho continente" desvalorizou 0,63% para os 398,49 pontos.
Quando se aproxima a data de imposição de novas tarifas por parte dos Estados Unidos a produtos importados da China, marcada para o dia 15 de dezembro, a relação entre os dois países voltou a tremer, depois dos comentários de Donald Trump.
O líder da Casa Branca disse que o entendimento comercial entre a China e os Estados Unidos poderá ser adiado por mais um ano, para depois das eleições presidenciais norte-americanas. "Não tenho nenhum prazo, não. De certa forma eu acho que é melhor esperar até depois das eleições", disse Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, à margem da cimeira da NATO, em Londres.
Depois de ter dito que as tarifas sobre as importações do aço e do alumínio da Argentina e do Brasil iriam regressar, devido à depreciação das moedas dos dois países, agora ameaçou com a imposição de tarifas aduaneiras no valor de 2,1 mil milhões de euros sobre produtos franceses, em retaliação pelo "imposto Google" decidido por Paris.
Por cá, a bolsa nacional caiu 0,99% para os 5.037,61 pontos, pressionada principalmente pelo BCP, que caiu 1,92% para 0,1886 euros, tendo tocado em mínimos desde 8 de outubro, durante a sessão. Também a penalizar a praça lisboeta esteve a Galp Energia, com a petrolífera a recuar 1,64% para 14,415 euros após ter transacionado em mínimos de 1 de novembro.
Juros de Portugal caem
Os juros da dívida na Zona Euro assumem uma postura de queda, com os juros de Portugal a dez anos a caírem 9,6 pontos base para os 0,336% e os da Alemanha, a referência para o bloco, a perderem 6,8 pontos base para os -0,352%.
Hoje, a situação no mercado de dívida reverteu, após as subidas de ontem, devido aos comentários de Donald Trump sobre o possível adiamento do acordo com a China, que levaram os investidores a retomar a aposta em ativos de refúgio.
Libra em máximo de mais de seis semanas
A moeda britânica mantém-se em terreno positivo há três sessões consecutivas, sendo que nesta segue a avançar 0,49% para os 1,3002 dólares. A impulsionar a divisa que reina em Londres estão as projeções que apontam para que o partido Conservador, liderado por Boris Johnson, esteja a reforçar a liderança nas intenções de voto a poucos dias das eleições antecipadas, que estão marcadas para 12 de dezembro.
O euro valoriza há quatro sessões consecutivas, seguindo hoje com um ganho de 0,08% para os 1,1088 dólares.
Petróleo na corda-bamba face a sinais contraditórios
O barril de Brent, negociado em Londres e referência para a Europa, está a perder 0,03% para os 60,90 dólares, sendo que tem vindo a oscilar entre o verde e o vermelho durante a sessão.
A matéria-prima sofre com a perspetiva de que o acordo comercial entre Washington e Pequim não esteja para breve, depois de Trump ter admitido a hipótese de firmar este documento apenas após as eleições de 2020.
A "empurrar" no sentido contrário estão as perspetivas de que exista um aumento dos cortes de produção acordado entre os países membros da Organização de Países Exportadores de petróleo, a OPEP, que reúne esta semana.
Paládio segue para maior ciclo de ganhos num ano
O paládio conta esta terça-feira o oitavo dia consecutivo no verde, completando assim o ciclo mais longo de ganhos no espaço de um ano. O metal sobe 0,3% para os 1.857,68 dólares por onça, perto do pico histórico de 1862,97 dólares atingido na sessão anterior.
A contribuir para desempenho do paládio estão os dados positivos relativamente às empresas chinesas, combinados com receios relativamente à oferta. O paládio já está a somar 47% no acumulado do ano.