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Fecho dos mercados: Petróleo afunda 4% e instabilidade política pressiona bolsas

As bolsas europeias registaram um movimento misto esta sexta-feira, com a banca a pressionar e as tecnologias a sustentar. Mas as maiores oscilações encontram-se nas matérias-primas: o petróleo afunda 4% com perspectiva de aumento da oferta, ao passo que o ouro recupera estatuto de valor-refúgio com a instabilidade política em Itália e Espanha e com as tensões comerciais e geopolíticas que rodeiam os EUA.

EPA
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Os mercados em números

PSI-20 recuou 0,91% para 5.610,46 pontos

Stoxx 600 cedeu 0,05% para 383,94 pontos

S&P 500 perde 0,13% para 2.724,13 pontos

"Yield" a 10 anos de Portugal recua 3,4 pontos base para 1,651%

Euro desvaloriza 0,45% para 1,1667 dólares

Petróleo cai 3,25% para 76,23 dólares por barril em Londres

 

Instabilidade política pressiona bolsas mas tecnologias dão ânimo

As bolsas do Velho Continente encerraram a revelar uma tendência mista, penalizadas pela instabilidade política que se vive em Itália e Espanha mas com o bom desempenho do sector tecnológico a contrabalançar e a permitir que algumas praças fechassem no verde. Numa altura em que Itália se prepara para ser liderada por dois partidos anti-sistema – o que tem elevado as yields no mercado secundário – e o governo espanhol está sob ameaça de ser derrubado devido a uma moção de censura, o sector da banca foi dos que mais cedeu terreno, seguido do petróleo. Em contrapartida, as tecnologias e a saúde deram ânimo à negociação. O índice europeu de referência Stoxx 600 fechou com uma subida marginal de 0,14%para 391,08 pontos.

Por cá, o PSI-20 acompanhou a tendência das restantes congéneres europeias e fechou a cair 0,91% para 5.610,46 pontos, com 13 cotadas em baixa e 5 em alta. A pesar no mau desempenho do índice de referência nacional estiveram sobretudo a Galp e o BCP [acompanhando a queda da banca europeia devido à subida dos juros da dívida nos países periféricos da Europa], com a Jerónimo Martins a travar maiores perdas.

 

Juros agravam-se nos periféricos
Perante a incerteza em Itália e os mais recentes desenvolvimentos em Espanha, os juros a 10 anos dos países europeus periféricos estão a agravar-se esta sexta-feira. A yield das obrigações portuguesas a 10 anos sobe 4,6 pontos base para os 1,950%. O mesmo acontece aos juros italianos e espanhóis. 

Isto porque em Itália continua a incerteza face às medidas que o novo Governo vai implementar e em Espanha há o risco de o Governo cair com a moção de censura que deverá ser apresentada pelo PSOE. Os juros italianos a 10 anos sobem 6,2 pontos base para 2,461% e os espanhóis somam 7,4 pontos base para 1,466%. Já os juros alemães aliviam esta sexta-feira, a cederem 6,6 pontos para 0,406%.

 

Euribor sobem a 3 meses, mantêm-se a 6 e 9 e caem a 12 meses

A Euribor a três meses, em valores negativos desde 21 de Abril de 2015, subiu 0,001 pontos para -0,323%, contra o actual mínimo de sempre, de -0,332%. Já a taxa a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno negativo pela primeira vez a 6 de Novembro de 2015, permaneceu em -0,271%, contra o actual mínimo de sempre, de -0,279%, registado pela primeira vez a 31 de Janeiro.    


A nove meses, a Euribor manteve-se em -0,217%, contra o actual mínimo de sempre, de -0,224%, registado pela primeira vez a 27 de Outubro do ano passado. No prazo a 12 meses, a taxa Euribor, que desceu para valores abaixo de zero pela primeira vez a 5 de Fevereiro de 2015, cedeu 0,001 pontos para -0,188%, contra o actual mínimo de sempre, de -0,194%, verificado pela primeira vez a 18 de Dezembro passado.

 

Euro com maior ciclo de quedas desde Janeiro de 2015

Há seis semanas consecutivas que o euro está em queda face ao dólar. Este é o maior ciclo de desvalorizações da divisa europeia desde Janeiro de 2015. Ou seja, há quase dois anos e meio. Esta sexta-feira o euro continua a perder terreno face ao dólar: a moeda da Zona Euro desvaloriza 0,45% para 1,1667 dólares.

Do outro lado da moeda está o dólar, que continua a ganhar força contra as principais moedas mundiais devido ao aumento dos riscos geopolíticos, sobretudo devido às tensões sobre a realização da cimeira entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte.

 

Petróleo afunda com perspectiva de mais oferta

As cotações do crude seguem a ceder terreno nos principais mercados internacionais, devido à possibilidade de os maiores produtores desta matéria-prima estarem a ponderar aumentar a oferta mundial em cerca de um milhão de barris por dia. Os ministros da Energia da Arábia Saudita e da Rússia, os dois maiores produtores mundiais de petróleo, estão reunidos em São Petersburgo para analisarem os termos da oferta internacional de crude no âmbito do acordo que está em vigor há 17 meses. E tudo aponta para que se decida um aumento das exportações em cerca de um milhão de barris por dia na reunião do próximo mês em Viena.


As cotações do contrato de futuros do Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – para entrega em Julho seguem a ceder 4,07% para 67,83 dólares por barril. Também o contrato de Julho do West Texas Intermediate (WTI), transaccionado no mercado nova-iorquino, segue em baixa, com os preços a recuarem 3,25% para 76,23 dólares.

 

Ouro a caminho da melhor semana desde Março

Perante o recrudescer das incertezas geopolíticas, o ouro tem estado a negociar em alta, à conta do seu estatuto de valor-refúgio.


Na sessão desta sexta-feira, os futuros do metal amarelo para entrega em Agosto seguem em ligeira alta em Nova Iorque, para 1.309,40 dólares por onça. Na semana, os preços ganham 1,5%, a caminho da maior valorização semanal em dois meses.

 

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