Notícia
Petróleo cai mais de 2,5% com aumento da oferta no horizonte
As cotações do crude seguem a ceder terreno nos principais mercados internacionais, devido à possibilidade de os maiores produtores desta matéria-prima estarem a ponderar aumentar a oferta mundial em cerca de um milhão de barris por dia.
Os ministros da Energia da Arábia Saudita e da Rússia, os dois maiores produtores mundiais de petróleo, estão reunidos em São Petersburgo para analisarem os termos da oferta internacional de crude no âmbito do acordo que está em vigor há 17 meses. E tudo aponta para que se decida um aumento das exportações.
Essa possibilidade está a fazer cair os preços da matéria-prima.
As cotações do contrato de futuros do Brent do Mar do Norte – que é negociado em Londres e serve de referência às importações portuguesas – para entrega em Julho seguem a ceder 2,63% para 76,72 dólares por barril.
Também o contrato de Julho do West Texas Intermediate (WTI), transaccionado no mercado nova-iorquino, segue em baixa, com os preços a recuarem 3,35% para 68,34 dólares.
Recorde-se que o actual programa de corte de produção implementado pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e por outros produtores aliados, como a Rússia, foi delineado em finais de 2016 e entrou em vigor no início de 2017, havendo reuniões periódicas para se decidir o seu prolongamento ou não. E, até agora, o acordo tem sido estendido.
Na reunião de finais de Novembro de 2017, os membros da OPEP e o grupo de países liderado pela Rússia concordaram prolongar por mais nove meses – até ao final de 2018 - os cortes de produção.
Mas agora, com os preços do petróleo a subirem fortemente nas últimas cinco semanas [para máximos de Novembro de 2014, com o Brent a superar os 80 dólares], a capitalizarem tensões comerciais e geopolíticas com os EUA no centro da instabilidade, a OPEP e os restantes países que fazem parte deste acordo estão a considerar colocar mais "ouro negro" no mercado.
Segundo fontes citadas pela Reuters, a Arábia Saudita e a Rússia estão a debruçar-se sobre a possibilidade de aumentarem a oferta mundial em cerca de um milhão de barris por dia. Mas, a acontecer, será uma medida de aplicação progressiva.
O ministro saudita da energia, Khalid al-Falih, comentou hoje em São Petersburgo que qualquer flexibilização às restrições na produção será gradual, de modo a evitar um choque no mercado petrolífero.
No próximo mês a OPEP terá uma reunião em Viena e os novos moldes do acordo poderão ser aí definidos.