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Fecho dos mercados: Perdas da Apple atingem Wall Street e chegam à Europa. Dólar recua
A revisão em baixa das perspetivas para as vendas da tecnológica fez-se sentir de forma generalizada nas bolsas mundiais. O dólar também recuou e o petróleo oscilou entre ganhos e perdas.
Os mercados em números
PSI-20 subiu 0,11% para 4.746,06 pontos
Stoxx 600 cedeu 0,97% para 333,94 pontos
S&P 500 recua 1,81% para 2.464,67 pontos
"Yield" a 10 anos de Portugal sobe 5,8 pontos base para 1,771%
Euro valoriza 0,45% para 1,1395 dólares
Petróleo avança 0,15% para 54,99 dólares por barril, em Londres
Perdas da Apple atingem Wall Street e chegam à Europa
As principais praças europeias negociaram em terreno negativo na sessão desta quinta-feira, dia em que o índice de referência Stoxx 600 caiu pelo segundo dia ao resvalar 0,97% para 333,94 pontos, em especial penalizado pelas quedas dos setores europeus das matérias-primas e automóvel.
O índice que agrega as 600 maiores cotadas do velho continente foi prejudicado pela desvalorização da Apple que hoje já chegou a afundar acima de 10%. A revisão em baixa das perspetivas para as vendas da tecnológica, sobretudo devido ao impacto da disputa comercial entre a China e os Estados Unidos, fez-se sentir de forma generalizada nas bolsas mundiais.
O índice português PSI-20 protagonizou a principal exceção na Europa ao avançar pela quarta sessão consecutiva, graças às subidas do BCP (+0,92% para 0,2307 euros), da Nos (+1,14% para 5,345 euros) e da EDP (+0,83% para 3,025 euros).
Juros avançam na Zona Euro
As taxas de juro da dívida soberanas estão a subir de forma generalizada na Zona Euro. Em Portugal, a taxa a dez anos está a avançar 5,8 pontos base para 1,771%, enquanto, em Espanha, a subida é de 2,8 pontos base para 1,429%. Em Itália, os juros no mesmo prazo estão a agravar-se em 18,5 pontos base para 2,877%. A exceção é a Alemanha, com a taxa a dez anos a recuar 0,8 pontos base para 0,157%.
Euribor sobem a três, seis e 12 meses
As taxas Euribor subiram hoje a três, seis e 12 meses em relação a quarta-feira. A Euribor a três meses, em valores negativos desde 21 de abril de 2015, avançou 0,001 pontos para -0,309% e contra o atual mínimo de sempre, de -0,332%, registado pela primeira vez em 10 de abril de 2017.
Receios mantêm dólar sob pressão
A revisão em baixa das estimativas para as vendas no trimestre por parte da Apple, em conjunto com as perspetivas de um abrandamento da economia global mantêm o dólar sob pressão. O euro está a subir 0,45% para 1,1395 dólares.
A desvalorização da moeda norte-americana também reflete os receios em torno do rumo da economia norte-americana e a mudança drástica das expetativas dos investidores para as taxas de juro. Muitos pedem mesmo que a Reserva Federal dos EUA interrompa o ciclo de normalização da política monetária.
Petróleo oscila entre ganhos e perdas
Os preços do petróleo estão a oscilar, esta quinta-feira, com a desvalorização do dólar e um corte de produção da matéria-prima por parte da Arábia Saudita a ofuscarem os receios sobre um excesso de "ouro negro" no mercado e sinais de um abrandamento económico mundial.
Em Londres, o Brent, que serve de referência para Portugal, está a subir 0,15% para 54,99 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate, em Nova Iorque, recua 0,24% para 46,43 dólares.
Ouro sobe para máximos
O metal amarelo está a ganhar terreno, subindo para o valor mais elevado desde meados de 2018. Os preços aproximam-se assim do patamar dos 1.300 dólares por onça, numa altura em que os receios em torno de um abrandamento da economia global estão a agitar os mercados. Isto leva os investidores a procurarem a segurança do ouro.
Neste contexto, o preço do ouro está a subir 0,34% para 1.288,95 dólares por onça. "Se se mantiver a tendência do quarto trimestre de uma descida do dólar, ações e juros, o ouro deverá subir e aproximar-se do máximo tocado anteriormente, de perto de 1.380 dólares por onça", refere Ole Hansen, analista do Saxo Bank, à CNBC.